Polo: tradição, força e parceria irresistível! (versão atualizada)
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Figura 1. Fonte: https://cavalus.com.br/modalidades/polo/o-polo-evidencia-sintonia-de-um-jogo-por-equipes-cavalo/ |
Por Fernando Garrido
Polo: equilíbrio, agilidade e estratégia!
Quando o esporte chegou por
aqui?
O polo
chegou ao Brasil no início do século 20. Foi trazido por oficiais e engenheiros
ingleses que vieram trabalhar na construção de ferrovias na fronteira do país
com a Argentina.
Por essa
época, no Rio de Janeiro, o esporte foi difundido pela Missão Militar Francesa
(MMF).
Em 1922, o polo começou no Exército
Brasileiro por iniciativa do comandante Dalmassy, da MMF, com um jogo sendo
disputado no Campo de São Cristóvão (RJ).
Depois, com
a criação da Escola de Equitação do Exército (Es. Eq. Ex.), o polo começou a se
desenvolver como disciplina básica do curso de Instrutor de Equitação.
A
influência dos militares do Rio Grande do Sul, especificamente dos Regimentos
de Cavalaria de Porto Alegre, Uruguaiana e cidades vizinhas, foi decisiva para
desenvolver o polo brasileiro. Os regimentos disputavam partidas desde
1925. Atualmente, o Exército Brasileiro organiza torneios em Brasília,
Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
No meio
civil, as primeiras notícias referem-se à realização, em 1923, de corridas de
cavalos de aluguel em um antigo prado na cidade de Petrópolis (RJ).
Não demorou, e o esporte surgiu nos clubes, ganhando maior interesse e difusão pelo país. E
o primeiro deles a ter um campo de polo foi o Gávea Golf Club (RJ), em 1926.
Foi lá, em
julho do ano seguinte, que o Brasil sediou seu primeiro jogo internacional do
esporte. A disputa foi realizada entre as equipes do Gávea Golf Club e do Club
de Polo dos Índios, de Buenos Aires. Formavam a equipe do Gávea: Jack Pullen
(nº 1), ten. Santa Rosa (nº 2), Roberto Frazer (nº 3) e Herbert Preytman (nº
4). Os argentinos venceram por 18 a 5.
O primeiro
clube exclusivo de polo, o Orlândia Polo Club, fundado em São Paulo, surgia em
1928. A partir desse momento, o esporte espalhava-se para vários estados.
Por
iniciativa do então embaixador brasileiro em Buenos Aires, João Batista Luzardo,
foi criada a Copa Getúlio Vargas, que teve a sua primeira edição em 1951. O
evento foi vencido pelos argentinos.
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Figura 2. Fonte: http://www.cbpolo.com.br/com-28-equipes-campeonato-brasileiro-tem-tabela-divulgada/30jardas.com.br |
Seis
anos depois, realizou-se o primeiro campeonato brasileiro do esporte.
Participaram do evento as equipes de: Itanhangá Golf Club e Gávea Golf Club
(Federação Metropolitana); Sociedade Hípica Paulista e São Martinho (Federação
Paulista); Club Hípico Fluminense e Petrópolis Country Club (Federação
Fluminense) e Regimentos Andrade Neves e Osório (Comissão Desportiva do
Exército – CDE).
O Regimento Andrade
Neves era composto pelos seguintes atletas: ten. cel. Joaquim Portinho, cel.
João Franco Pontes, major Décio Moirot Coelho, ten. Sergio Figueiredo, cap.
Carlos Torres e cap. Luis Carlos Marques. Pelo Osório, competiram: cap. Hélio
Lourenço Ceratti, cap. S. Moraes Rangel, maj. Vinicius Kruel, cap. Ursino Luna,
maj. Servulo Motta Lima e cap. Guilherme Storino.
Essas
equipes sagraram-se vencedoras da competição em suas chaves. O evento foi
realizado entre 29 de agosto e 13 de setembro, no campo do Itanhangá Golf Club,
no Rio de Janeiro, então Distrito Federal.
A criação da
Federação Paulista de Polo em 1963, primeira entidade de direção estadual do
polo no país, acelerou o desenvolvimento do esporte na região. Foram
realizados movimentados torneios de diversos handicaps e juniores, exposições
de animais e o julgamento de melhor animal em campeonatos de alto handicap.
Vários
fatores ajudaram a expandir o jogo no Brasil. A facilidade de importar cavalos
e o intercâmbio com jogadores argentinos na década de 1970, a melhoria da
qualidade dos animais e a formação matrizes de éguas oriundas da Argentina e do
Uruguai são alguns deles.
O Brasil também
passava a participar de eventos internacionais, competindo especialmente com
Argentina, Inglaterra e EUA. Crescia a quantidade de criadores nacionais e a
participação de equipes brasileiras nos campeonatos mundiais da Federação
Internacional de Polo (FIP).
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Figura 3. Fonte: http://www.cbpolo.com.br/copa-helvetia-recebe-torneio-de-10-e-18-gols-de-handicap/(crédito/30jardas.com.br) |
A
hegemonia militar no esporte se estendeu às décadas de 1960 e 1970. A estreita
relação entre os meios militar e civil e o bom nível técnico alcançado pelos
jogadores brasileiros impulsionaram o crescimento do polo no país. Uma das famílias
pioneiras no esporte, a Junqueira, encontra-se sediada no interior de São
Paulo.
Um
dos eventos mais tradicionais do polo do Brasil é o Campeonato Aberto do Estado
de São Paulo. O evento tem sido realizado no Helvetia Polo Country Club, local
criado por Giorgio Moroni em 1975, em Indaiatuba (SP). Em 2018,
o campeonato comemorou sua 88ª edição.
O
polo também esteve na agenda de visitas do príncipe de Gales ao Brasil, em
1978, quando disputou partidas em São Paulo e Brasília.
Em 2006,
o esporte se organizou nacionalmente com a criação da Confederação
Brasileira de Polo (CBP) a fim de promover principalmente a difusão do jogo
pelo país.
As
participações do polo brasileiro se intensificaram em eventos internacionais,
como os Campeonatos Mundiais, iniciados em 1987. A presença do Brasil no
exterior culminou com as conquistas dos Mundiais de 1995, 2001 e 2004. Na
edição de 2011, o país obteve o vice-campeonato e, em 2015, o terceiro
lugar.
Um dos momentos marcantes do esporte foi a criação do primeiro campeonato brasileiro feminino de polo ocorrido entre 23 e 25 de junho de 2017. Esse evento organizado no formato de torneio foi disputado por quatro equipes teve como campeã a equipe CT Vivara/Ouro Fino. O polo feminino começou a aparecer em exibições e demonstrações desde princípios do século 21.
Uma nova
parceria entre a JHSF e a Royal Salute possibilitou a organização de um novo
evento de polo – o JHSF Royal Salute Polo Trophy – na Fazenda Boa Vista, em 9
de novembro de 2024.
Os melhores
níveis técnicos do esporte no Brasil se concentram nas cidades do interior
paulista. É nessa região que se encontram os principais jogadores e campeonatos
do país, entre eles, a Copa Ouro, o Aberto do Estado de São
Paulo e o Aberto do Helvetia.
No
país, o polo tem-se desenvolvido no Distrito Federal e nos estados de São
Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
Figura 5. Fonte: https://www.google.com/search?q=polo+na+fazenda+boa+vista+fotos//https://www.instagram.com/p/DAZFzAfvjDG/
O polo é
disputado por duas equipes, cada uma com quatro jogadores. Os participantes,
montados a cavalo, empunham um taco com o qual impulsionam uma bola na direção
do gol. A equipe que conseguir marcar o maior número de gols vence a partida.
Os
jogadores recebem os números de acordo com as posições que ocupam no jogo. Os
números 1 e 2 destinam-se aos atacantes; o 3, ao meio de campo, e o 4, ao
defensor.
A bola
possui 8 centímetros de diâmetro, é de cor branca e feita de plástico ou
madeira. O taco mede 3 metros de comprimento.
O jogo é
realizado em campo com dimensões de 275 metros x 180 metros e balizas de 7,3
metros de largura. Ele transcorre em dois tempos, cada um com 7,5 minutos. O
intervalo dura três minutos, e o tempo para descanso, 5 minutos.
A cada gol,
troca-se de lado do campo. Os cavalos somente podem ser usados duas vezes em um
jogo, ao longo do qual são observados por veterinários, pois qualquer problema
relacionado à sua condição física pode retirá-los da partida.
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Figura 6. Fonte: http://www.cbpolo.com.br/rodrigo-andrade-esta-nas-semifinais-na-inglaterra/Rodrigo-Andrade-à-dir.-e-Juan-Britos-crédito-da-foto-images-of-polo-pololine.com_ |
Os jogadores
possuem handicap, pois são avaliados e classificados pela qualidade como
profissionais ao final de cada temporada.
Os cavalos utilizados no jogo são
preferencialmente da raça sangue inglês, mas também
são empregados o mangalarga, o quarto de milha e o crioulo.
O jogo tem
de 4 a 6 tempos por partida. A duração de cada tempo é de 7 minutos, com um
intervalo de 3 minutos entre cada tempo. Na metade dos tempos de uma partida, faz-se
uma pausa de 5 minutos. A troca de cavalos deve ser feita a cada tempo da
partida.
Esses tipos
de esporte carregam, em sua essência, estreita relação com a profissão militar
– uma das atividades exigidas na rotina profissional da carreira – sejam elas
de terra, mar ou ar.
Figura 7. Fonte: https://www.facebook.com/fazboavista/posts/tradi%C3%A7%C3%A3o-equestrefazendaboavista-jhsf-jhsfinstitucional/829076832797898/
Vamos contar algo mais para
você!
O polo é
dirigido nacionalmente pela Confederação Brasileira de Polo (CBP).
A Federação
Internacional de Polo (FIP) é a organização esportiva máxima do polo no mundo.
O polo foi
criado na Ásia Central como treinamento militar para guerra, a serviço de uma
elite guerreira, e se difundiu na Pérsia (Irã atual) entre 600 a. C e 100 d. C.
O polo foi um esporte olímpico em cinco edições até Berlim, em 1936.
Saiba mais!
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https://alquimiadoesporte.blogspot.com/search?q=Horseball.
·
https://alquimiadoesporte.blogspot.com/search?q=basquete+a+cavalo.
·
https://alquimiadoesporte.blogspot.com/2020/02/esportes-com-animais-o-corpo-e-mente.html.
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https://alquimiadoesporte.blogspot.com/2025/05/turfe-treinabilidade-sintonia-fina-e.html
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Figura 8. Fonte: https://www.campograndenews.com.br/esportes/amistoso-de-polo-equestre-arrecada-fundos-para-projetos-sociais |
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Referências Bibliográficas
30 JARDAS. Comunidade
do Polo Brasileiro. Disponível em: http://www.30jardas.com.br/.
Acesso em: 16 fev. 2018.
______. Mais polo. Disponível
em: http://www.30jardas.com.br/Acesso em: 06 mar 2020.
CBP – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA
DE POLO. Federações Filiadas. Disponível
em: www.cbpolo.com.br/sobre-a-cbp/federações-filiadas/. Acesso em: 16 fev.
2018.
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas
do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
FPP – FEDERAÇÃO PAULISTA DE
POLO. Conheça o polo - Regras do polo. Disponível em: http://www.cbpolo.com.br/conheca-o-polo/regras-do-polo/.
Acesso em: 16 fev. 2018.
HELVETIA POLO COUNTRY CLUB. O
esporte. Disponível em: http://helvetiapolo.com.br/o esporte.
Acesso em: 6 mar. 2020.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F.
A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São
Paulo: Senac, 2007.
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