Rollerski / Roller Esqui / Esqui de Rodas: consciência corporal, relação interpessoal, trabalho em equipe e inclusão social!


 

Figura 1. Fonte: https://blog.thenorthface.com.br/esportes/conheca-o-rollerski-uma-modalidade-de-ski-com-rodinhas

Por Fernando Garrido

 

Rollerski / Roller Esqui / Esqui de Rodas: equilíbrio, ritmo, agilidade, coordenação e velocidade! 

 

Quando o esporte apareceu por aqui?

No Brasil, o roller esqui (rollerski ou esqui de rodas) começou a ser praticado durante o 39º Congresso Internacional da Federação Internacional de Ski (FIS), realizado no Rio de Janeiro, em 1994. Na ocasião, a FIS estabeleceu as regras internacionais do esporte.

Coube à Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN) incentivar estrategicamente o desenvolvimento do roller esqui a partir de 2011, como forma de divulgar os esportes de neve no asfalto, em especial, o esqui cross-country.

A prática regular do roller esqui orientada pela CBDN simulava os movimentos e os elementos técnicos exigidos no esqui cross-country em superfícies sem neve, permitindo que o treinamento dos atletas não sofresse interrupção.

A iniciativa da CBDN criava maior estímulo para o treinamento regular do esporte e impulsionava uma formação continuada de novos talentos para os esportes na neve.

Figura 2. Fonte: https://www.facebook.com/CBDNBrasil


Um dos grandes momentos do esporte no país foi o emprego do esqui de rodinhas em comunidades carentes pelo ex-esquiador olímpico Leandro Ribela. Outro foi o lançamento do projeto social “Ski na Rua”, de 2012. Ambos renderam elogios da FIS.

Outra novidade foi a criação do Circuito Brasileiro de Rollerski (CBR), em maio de 2014, pela CBDN. A iniciativa, de fins sociais, econômicos e culturais, estimulou a participação no esporte e representou um marco no seu desenvolvimento.

Realizado no Parque Eco Esportivo Damha, em São Carlos (SP), o circuito contou com a presença de 20 atletas, divididos em quatro categorias. Nas principais, venceram Leandro Ribela e Bruna de Moura. 

Mais ações promovidas pela CBDN seguiam impulsionando o esporte, como a oferta de clínicas de treinamento organizadas no Centro de Treinamento de Endurance para atender as equipes brasileiras de biathlon e cross-country naquela cidade.

Figura 3. Fonte: https://www.facebook.com/CBDNBrasil


Entre as iniciativas criadas pela CBDN em 2015, surgiram o ranking nacional e a 2ª edição do CBR, realizada em três etapas. Nessa ocasião, a FIS reconhecia, na competição, provas válidas para somar pontos para o ranking mundial de esqui cross-country.

O CBR passava a ser realizado regularmente, conquistando o caráter de competição internacional em sua terceira edição, em 2016, com a participação de seleções sul-americanas. A presença de atletas de Argentina, Chile, Equador e Venezuela, além do Brasil, impulsionava o desenvolvimento do esporte na América do Sul. O evento contou ainda com provas paraolímpicas de sitting e standing e uma de roller esqui cross para atletas com até 16 anos de idade.

A partir daquele ano, as competições de esqui cross-country começaram a receber atletas do “Ski de Rua” e integrantes das equipes da CBDN formados nas categorias de base infantil, júnior e juvenil. Um dos fatos curiosos sobre a importância do rollerski de rua foi o primeiro lugar no Campeonato Sul-Americano, na categoria sub 14, alcançado por um ex-atleta após dois anos de treinos no asfalto e somente dois dias no esqui cross-country, na neve.

Fatores como os a seguir são alguns dos responsáveis pela crescente popularidade do roller esqui no Brasil, principalmente na terceira década deste século. Entre eles estão:

·       a criação de núcleos de expansão e treinamento;

·       a promoção da formação de treinadores do esporte;

·       o aumento da quantidade de praticantes do esporte como formação, lazer e competição;

·       a maior oferta em clubes, escolas e projetos sociais;

·       o acesso a equipamentos esportivos importados, em lojas físicas e on-line.

Figura 4. Fonte: https://www.facebook.com/CBDNBrasil


Um dos elementos de grande significado para a difusão do esporte foi a publicação de editais de financiamento à realização das etapas do CBR e outras competições pela CDBN, em 2022, o que ampliou o incentivo ao desenvolvimento da modalidade e atraiu maior interesse de empresas, marketing e mídia.

O crescimento da modalidade e da profissionalização das competições se deve, em grande parte, ao fato de as provas do CBR terem passado a pontuar para o ranking mundial.

Essa nova configuração de fatores alavancou o número de praticantes impulsionando a modalidade. 

O roller esqui encontra-se em crescimento virtuoso como formação educacional e social, lazer e competição-rendimento.

 

Figura 5. Fonte: https://www.jornaldocampus.usp.br/index.php/2016/06/rollerski-e-alternativa-para-esquiar-no-brasil/

Como o esporte acontece?

O roller esqui tem equipamento semelhante ao do esqui da neve, porém seus esquis possuem rodas. Além disso, utiliza botas e bastões de apoio para impulsão.

A segurança no esporte é primordial, sendo necessários equipamentos como: capacetes, óculos protetores, joelheiras, caneleiras e cotoveleiras.

O esporte é praticado em corridas curtas e longas onde os atletas usam esquis com rodas, simulando movimentos do esqui cross-country em pistas de asfalto.

As provas podem variar de 10 a 50 km. Além disso, há provas de velocidade (sprint) e revezamentos. As competições podem ser realizadas em circuitos com diferentes formatos, e os atletas são avaliados por tempo ou em baterias eliminatórias. 

            As provas podem ser de diferentes tipos, como:

  • Largada juntos: todos os atletas largam juntos e competem em um circuito; o primeiro a cruzar a linha de chegada é o vencedor;
  • Largada Intervalada: os atletas largam em intervalos regulares, competindo contra o relógio;
  • Revezamento: as equipes competem em um circuito, passando o bastão para seus companheiros de equipe;
  • Skiathlon: apresenta uma combinação de provas de skate e estilo clássico, onde os atletas podem trocar de esquis durante a prova;
  • Perseguição: a posição da ordem de largada dos atletas tem como referência os resultados de uma prova preliminar ou provas anteriores, com os mais rápidos saindo na frente e os demais, em sequência, competindo em ultrapassagens uns com os outros até a linha de chegada, no menor tempo possível.
  • Sprint: as provas exigem alta velocidade em circuitos curtos, com baterias eliminatórias para determinar os vencedores. 
Figura 6. Fonte: https://cbdn.org.br/conheca-o-projeto-ski-na-rua/


Vamos contar algo mais para você! 

O roller esqui é dirigido e organizado pela Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN).

O Circuito Brasileiro de Rollerski, realizado anualmente, é um evento que distribui pontos para os rankings nacional e internacional. 

O esporte é reconhecido pela Federação Internacional de Esqui (FIS) e suas competições contam pontos para o ranking mundial de esqui cross-country.

O Rollerski é um esporte de base do Ski Cross Country e Para Ski Cross Country, modalidades presentes nos Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Inverno. 

O roller esqui serve para o treinamento das pessoas que vão praticar os esportes na neve, em especial, o esqui cross-country.

O Rollerski Festival reúne atletas e entusiastas para competições, atividades recreativas e socialização e objetiva atender as categorias de base e jovens promessas. 

Os primeiros modelos de roller esqui surgiram na década de 1930, construídos na Itália e no norte da Europa.  

A prática de roller esqui, que é uma modalidade derivada de outros esportes, conforme classificação proposta por TUBINO et al. (2007), apresenta, entre os equipamentos básicos indicados pela CBDN, patins de roller esqui (com rodas específicas), bastões com ponteiras adequadas para asfalto, capacete, óculos de proteção e luvas. Com relação à segurança, recomenda-se o uso de roupas adequadas para a prática esportiva, como macacão ou conjunto esportivo, e a utilização de joelheiras e cotoveleiras para proteção adicional, especialmente em caso de quedas. 

 

Figura 7. Fonte: https://www.facebook.com/projetosocialskinarua/USP

Referências Bibliográficas

CBDN. CBDN realiza primeira prova de Rollerski no Brasil. Disponível em:  www.cbdn.org.br/noticias/.../cbdn-realiza-primeira-prova-de-rollerski-no-brasil/Acesso em: 11 jul. 2025.

_____. CIRCUITO DE ROLLERSKI 2025. Disponível em:  https://cbdn.org.br/rollerski-2025/ Acesso em: 11 jul. 2025.

COB. Atletas que disputam vaga para Pequim 2022 vencem Brasileiro de Rollerski. Disponível em:  https://www.cob.org.br/comunicacao/noticias/atletas-que-disputam-vaga-para-pequim-2022-vencem-brasileiro-de-rollerski. Acesso em: 11 jul. 2025.

COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.

Facebook. Projeto Social SKI NA RUA. Disponível em: https://www.facebook.com/projetosocialskinarua/Acesso em: 17 jul. 2025.

Jornal do Campus. Rollerski é alternativa para esquiar no Brasil. Disponível em: https://www www.jornaldocampus.usp.br/index.php/.../rollerski-e-alternativa-para-esquiar-no-brasil/Acesso em: 12 jul.2025.

TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte. Editora Senac: São Paulo. 2007.
















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