Basquete a cavalo: jogo arretado de bom!
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Figura 1. Fonte https://www.youtube.com/watch?v=tFZNuc8-8Rs Regimento Osório |
"Basquete a Cavalo: valores inquestionáveis à formação militar e do cidadão"
Por Fernando Garrido
Como o esporte acontece?
Nos reportando a Tubino et al. (2007), o basquete a cavalo é uma modalidade das correntes de esportes com animais e militares.
O basquete a cavalo é praticado por dois times, com cinco cavaleiros ou amazonas em cada um. A finalidade do jogo é marcar o maior número possível de cestas contra o adversário.
O jogo é realizado em um picadeiro fechado, com duas tabelas de basquete fixadas em suas extremidades e uma bola. A bola pode ser roubada das mãos do adversário a cavalo.
Os cavalos usam apenas cabeçadas (selas não são permitidas). Os cavaleiros jogam de capacete e sem camiseta, pois elas não resistem à ação empreendida durante a atividade, com quedas, derrubadas, puxões, entre outros.
A bola não deve ser conduzida a pé nem quicada, mas carregada pelo cavaleiro montado.
No caso de a bola cair no chão, os integrantes dos dois times podem pular dos cavalos. Nesse momento, um entreveiro se forma para disputá-la, pegá-la e passá-la para alguém de um dos times que esteja montado.
No jogo, é permitido derrubar os outros cavaleiros a qualquer instante.
Não há como precisar o início do basquete a cavalo no Brasil. O jogo surgiu na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), instituição de ensino superior militar criada com o nome de Academia Real Militar em 1810.
De acordo com uma das hipóteses, o esporte teria surgido no país com a chegada da Missão Militar Francesa (MMF) em 1919. A instituição tinha por objetivo precípuo a profissionalização e a modernização do Exército Brasileiro (EB), fato que perdurou até 1940.
Durante esse tempo, as escolas militares do EB foram reorganizadas, e a doutrina do Exército, reorientada. Elaboraram-se novos regulamentos, o ensino e os oficiais se aperfeiçoaram, a instrução militar incorporou a equitação e a Educação Física, entre diversas outras tarefas.
Outra hipótese recai sobre a criação da Escola de Equitação do Exército (EsEqEx), em 1954. A escola havia surgido da reorganização do Centro de Formação de Oficiais Instrutores de Equitação, estabelecido em 1922 sob a orientação da MMF.
Naquele local, tiveram origem, formação, treinamento e competições vários outros esportes militares. Entre alguns deles estão a equitação esportiva e o polo equestre, esporte que começou a se desenvolver como uma disciplina básica do curso de Instrutor de Equitação.
A vinda da MMF favoreceu a formação e a transmissão de novos conhecimentos sobre o hipismo. Empregado na preparação à guerra, o esporte acabou estimulando a competição esportiva, principalmente por meio do Concurso Completo de Equitação (CCE), realizado nas organizações do EB.
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Figura 3. Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=OBRt-D3gWY4/Semana da Cavalaria |
Nesse rol de esportes hípicos, também são encontrados o adestramento e os saltos equestres, que logo começaram a ser praticados no meio militar, com presença em competições internacionais.
Uma das hipóteses mais aceitas, contada por militares da ativa, e especialmente da reserva, é a de que o esporte foi criado a partir de duas outras modalidades na Aman. São elas: o pato, um esporte de origem argentina, jogado atualmente com bola de couro de seis asas e, antigamente, com um pato vivo, e o buzkashi, um esporte afegão de caçada ao bode, hoje ainda existente. Contudo, eles não souberam especificar sua data precisa de criação. O tempo de prática desse jogo sugere que ele date de antes da metade do século 20.
O esporte é praticado regularmente por oficiais e alunos da Aman, com equipes dos sexos feminino e masculino disputando jogos.
Um outro local onde é observada a prática do basquete a cavalo é no Regimento Osório, no Rio Grande do Sul.
Uma das épocas em que se pode observar a prática do basquete a cavalo é na Semana da Cavalaria, na Aman. As comemorações envolvem diversas atividades para celebrar o dia da Arma de Heróis, em 10 de maio. Entre as atividades oferecidas, estão o concurso de quadro-mural, cultos religiosos, basquete a cavalo, provas hípicas, cerimônias, provas de cross-country, demonstrações de saltos, caça à raposa, almoços festivos e bailes.
Na formação do militar na Aman o Curso de Equitação, na Seção de Equitação Militar o cadete tem a oportunidade na estreita relação no trato com o cavalo de desenvolver atitudes, princípios e valores éticos, morais, sociais e afetivos. As ações e iniciativas estabelecidas por essa relação fortalecem a manutenção das tradições militares, além de atuar em favor da formação do militar e cidadão.
O basquete a cavalo tem sido
praticado por policiais militares da cavalaria da Polícia Militar de Goiás
(PMGO) como atividade da educação física militar, em treinamento e
desenvolvimento das habilidades dos cavalarianos. Os benefícios do esporte se estendem
à melhoria da coordenação motora e condicionamento físico e mental dos
policiais, fortalecimento do trabalho em equipe, disciplina e a relação
interpessoal, além do bem-estar animal.
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Figura 4. Fonte: https://www.pm.go.gov.br/policiais-militares-da-cavalaria-participam-do-basquete-a-cavalo/ |
Referências Bibliográficas
Calaméo. Informativo O Relincho. Basquete a Cavalo. Disponível em: ww.calameo.com › boo. Acesso em: 22 mar 2020.
FLORES, B. M. A importância da equitação militar para o desenvolvimento da liderança no futuro oficial de artilharia. Disponível em: https://bdex.eb.mil.br/jspui/handle/1/1144?mode=full. Acesso em: 7 mar. 2020.
Polícia Militar do Estado de Goiás. Policiais Militares da Cavalaria participam do Basquete a Cavalo. Disponível em: https://www.pm.go.gov.br/policiais-militares-da-cavalaria-participam-do-basquete-a-cavalo/ Acesso em: 25 jun. 2025.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário Enciclopédico
Tubino do Esporte. Editora Senac: São Paulo. 2007.
VAZ. Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 2020.
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