Dardos/Darts: autonomia, estratégia, poder de decisão e precisão! (versão atualizada)

 
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 Dardos/Darts: acerte na mosca!


Por Fernando Garrido

 

Quando o esporte apareceu por aqui?

O jogo de dardos chegou ao Brasil em 15 de agosto de 1974, com Jim Phillipps, no The Lord Jim Pub, bar localizado em Ipanema, no Rio de Janeiro.

Os pubs espalharam o jogo pelo Rio, sediando torneios e produzindo seus primeiros campeões, como Victor Lobo (1974) e Pedro Passos (1975).

Introduzido por Carlos Camacho em São Paulo no final da década de 1970, no The Queen’s Legs Pub, o jogo teve Stephan Filkins e Nelson Takemura como seus primeiros vencedores por lá.

Em 1985, Phillipps promoveu a participação do Brasil no Campeonato Mundial de Másteres Winmau, competição realizada anualmente em Londres (Inglaterra) desde 1974. Disputaram o evento Sérgio Santos e Severino Silva, do Rio, e Takemura e Stephan, de São Paulo.

A primeira entidade gestora do esporte foi a Associação de Jogadores de Dardo do Rio de Janeiro (AJDRJ), constituída em 1986.

Naquele mesmo ano, o São Paulo Atlético Clube (Spac) sediou o 1º Campeonato Brasileiro de Dardos, que foi conquistado por Takemura. Um ano depois, foi a vez de as mulheres estrearem. A vencedora foi Ione de Lima, do Rio.

Em 1987, a AJDRJ foi reconhecida pela Federação Mundial de Dardos (WDF) como a entidade gestora do esporte no Brasil, graças às ações de Fernando Werfel e Paulo Boisson.


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Em 1989, em Toronto (Canadá), o Brasil participou novamente de um campeonato mundial. A equipe era formada por Mário Portela, Áureo Marinho, Carlos Porto, Marcelo Buess, Ana Lúcia Romano e Claudia Veloso.

Ainda naquele ano, Boisson criou o ranking brasileiro do esporte, composto de um Circuito Aberto e mais o Campeonato Brasileiro. Os mais bem colocados classificavam-se para participar de competições internacionais. A cada dois anos era realizado um Torneio Máster classificatório, quando se formava a equipe brasileira para competir no Mundial de Dardos.

Com o tempo, uma das etapas do Circuito Mundial de Dardos passou a ser realizada no Brasil, integrando o ranking internacional. Os jogadores Artur Valle e Ida Alcântara foram os primeiros brasileiros a fazer parte dele.

Em abril de 1990, o dardo brasileiro realizava o seu 1º Brasil Open, no Rio.

Atualmente, existem associações de jogadores praticando o dardo como lazer em várias cidades do país. Como competição-rendimento, o esporte possui federações no Distrito Federal, no Rio de Janeiro e em Goiás.

Os campeonatos brasileiros classificam atletas para os campeonatos internacionais, como a Copa América e a Copa Caribe. E o Brasil tem conquistado vagas tanto na categoria masculina quanto na feminina.

O dardo brasileiro tem disputado eventos como os Torneios Abertos, as Copas do Brasil, os Campeonatos Brasileiros e os Campeonatos Mundiais.

Em setembro de 2017, o Brasil sediou, pela primeira vez, uma seletiva promovida pela Corporação Profissional de Dardos (PDC) para escolher os atletas centro e sul-americanos que disputariam o Campeonato Mundial.

Hoje, são duas as entidades internacionais autorizadas a organizar mundiais: a Organização Britânica de Dardos (BDO) e a PDC. Anualmente, os jogadores escolhem de qual delas querem participar.

Em 2019, o Brasil participou da Copa do Mundo da Romênia, com um selecionado integrado por quatro homens e quatro mulheres.

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No mesmo ano, entre os dias 22 e 24 de novembro, em Brasília (DF), realizou-se, no Clube Agepol, o 34º Campeonato Brasileiro de Dardos, com disputas nas categorias: individual, duplas e equipes.

 

Como é o jogo?

O jogo consiste em arremessar dardos contra um tabuleiro circular convencional padronizado (de sisal prensado) ou eletrônico (de plástico), com faixas e seções triangulares e anéis numerados de 1 a 20, espalhados de forma não sequencial.

O tabuleiro tem uma área central chamada mosca. Ela é dividida em duas partes: a mosca interna (círculo central do tabuleiro) e a externa (círculo que envolve o central). 

O tabuleiro deve ser pendurado em uma superfície vertical, com a mosca ficando a 1,73 metro do chão. A linha demarcatória no chão para arremessos fica à distância de 2,37 metros do tabuleiro.

O esporte pode ser jogado por dois atletas ou duas equipes, com o jogo transcorrendo a partir de arremessos iniciais, que determinam a ordem de saída dos jogadores. Quem marcar os maiores pontos sai na frente, e assim sucessivamente.

O jogador tem direito a lançar três dardos por cada rodada. Depois dos arremessos, os pontos são contabilizados. Em seguida, os dardos são retirados do tabuleiro para o próximo participante jogar.

Todos os jogadores devem estar posicionados atrás da linha de lançamento no momento do arremesso. Se o pé do jogador que estiver para lançar o dardo ultrapassar a linha de lançamento, este não será considerado válido. O jogador pode inclinar-se ao máximo, desde que o seu pé não ultrapasse a linha.

A contagem de pontos dependerá sempre da modalidade que se pretenda jogar, pois pode-se somar um máximo de pontos ou subtraí-los até que eles cheguem a zero.

A pontuação é normalmente feita por subtração de pontos, de acordo com o local atingido pelos dardos. No alvo – a parte negra ou amarela – o jogador tem somente os números dos pontos que constam nessa seção. No caso de o jogador acertar as seções exteriores (verdes ou vermelhas), dobra-se o valor dos pontos da seção. Se acertar as seções interiores (verdes ou vermelhas), triplica-se o número de pontos nelas. O dardo na mosca externa verde vale 25 pontos e na interna, 50. O lançamento do dardo fora do arame externo ou do tabuleiro não pontua.

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Um jogo de dardos pode ter diversas modalidades. As mais conhecidas são: a 301, a 501, a 701, a 1001, a pontuação máxima, a críquete cut-throat, a contagem ascendente, o críquete e o relógio. No entanto, as mais utilizadas em torneios e campeonatos em todo o mundo são as variantes 501 e críquete.

O jogo é vencido pelo jogador ou equipe que ficar primeiro com a pontuação igual a zero.


Vamos contar algo mais pra você!

            No Brasil, o jogo de dardos é dirigido pela Federação Brasileira de Dardos (FBD), criada em 2000.

            Internacionalmente, o esporte é administrado pela Federação Mundial de Dardos (WDF).

O jogo de dardos apresenta grande potencial como atividade de lazer em clubes, hotéis-fazenda e resorts, por exemplo. Pode ser adaptado para a formação educacional e social, de forma adaptada, com o emprego de bambolês, bolas de meia etc. Vale a criatividade do professor e dos alunos na confecção artesanal dos equipamentos, elaboração das regras e na interação com outras disciplinas.

Fonte: http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/discovirtual/galerias/imagem/0000002223/0000026511.jpg



Segundo Curtis Bryan (2019), o jogo de dardos como esporte de rendimento é o segundo mais televisionado na Inglaterra, ficando atrás somente do futebol, em audiência.

 

Referências Bibliográficas

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NAGAMINE, G. Ele ganhou R$ 5 milhões em prêmio só em 2016; seu esporte: dardos. Disponível em: http://www.espn.com.br/noticia/655419_ele-ganhou-r-5-milhoes-em-premio-so-em-2016-seu-esporte-dardos. Acesso em: 2 fev. 2018. 

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