Roundnet / Rede Redonda/Spikeball: esse não vai deixar você ficar parado!
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Fonte: https://www.facebook.com/spikeball.bra/photos/a.370251413443380/1203374560131057/ |
Roundnet/Rede Redonda/Spikeball: com esse você não vai parar no tempo!
Quando
o esporte apareceu por aqui?
Um dos
primeiros momentos do roundnet no país data de 2016, e figuram, entre um
conjunto de iniciativas para implantá-lo, as ações do brasileiro Lucas
Fernandes.
Conhecido também
por spikeball roundnet nos Estados Unidos (EUA), país onde Lucas cursou
faculdade e conheceu o esporte, o roundnet logo chamou a atenção do estudante com
sua envolvente dinâmica. Nas temporadas de férias e vindas ao Brasil, ele trazia
seus equipamentos e praticava o jogo com os amigos.
O que se sabe sobre a origem do roundnet é que ele
foi inventado como brinquedo por Jeff Knurek, em 1989, nos EUA, mas, em pouco
tempo, acabou caindo no esquecimento e desaparecendo quase por completo, sem
sequer ter sido patenteado.
No início de 2000, um roundnet comprado por Chris Ruder – fundador e CEO da empresa Spikeball, criada em
2007 – foi levado como diversão para a praia de Brighton Beach (EUA). O jogo logo instigou enorme interesse nos
banhistas, que queriam saber onde poderiam comprar o equipamento.
Impactado pela curiosidade dos banhistas, Chris decidiu comprar os
direitos do equipamento, situação concretizada com a contribuição de parentes e
amigos de infância. Assim, ressurgia o roundnet, que se espalhou e popularizou entre
2008 e 2013, nos EUA, com o nome spikeball roundnet.
A partir daí, várias iniciativas contribuíram para divulgar o jogo. Entre
elas estavam a sua oferta nas aulas de educação física; o patrocínio a equipes
universitárias e a grupos de jovens esportistas de frisbee e ultimate; a
organização de clubes em universidades e a criação da Associação Americana de
Spikeball Roundnet (SRA). Outras incluíram a elaboração de aplicativo
personalizado; a presença do jogo nas redes sociais; a criação de embaixadores do
esporte e a organização de ligas e eventos regionais e nacionais.
Uma das estratégias da empresa Spikeball para difundir o roundnet no exterior
foi promover a aparição do esporte no programa Skark Tank, da ABC, em
maio de 2015. E coube a Chris Ruder apresentá-lo ao público e a investidores.
Somente um investidor se interessou pelo empreendimento, que acabou não
se concretizando. Contudo, bastou a exposição do esporte à audiência de alguns
milhões de telespectadores para render-lhe visibilidade e impulsionar os
negócios. A iniciativa demonstrou, acima de tudo, o valor comercial da relação
esporte-meios de comunicação.
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Fonte: https://www.imparcial.com.br/noticias/spikeball-agita-criancada-em-prudente,31846 |
No Brasil, a difusão do spikeball contou também com o alinhamento de uma série de elementos, em grande parte reproduzidos à semelhança do desenvolvimento de outros esportes.
Ao completar seus estudos nos EUA e retornar ao Brasil em 2016, Lucas estabeleceu as condições necessárias para se relacionar com a Spikeball, a fim de trazer o esporte para cá. De imediato, descobriu-se a existência de um programa para embaixadores da empresa, que ainda não tinha representantes por aqui.
Naquele mesmo ano, entre 15 e 17 julho, uma das mais importantes instituições de caráter profissional e social do país, o SESC Taubaté (SP), oferecia vivência em novos esportes por meio do projeto Outros Esportes. As atividades eram abertas à comunidade de forma integral e gratuita, e o spikeball roundnet fazia parte delas.
A visibilidade do esporte ampliava-se nas mídias digitais. Em 14 de janeiro de 2017, criou-se uma página no Facebook: a Spikeball Roundnet Brasil, que oferece um conjunto de informações e produtos sobre o esporte.
A confirmação de Lucas como embaixador da Spikeball no Brasil ocorreu antes do final de 2017. O fato imprimiu fôlego à representação oficial da marca, que visava difundir o esporte no Brasil e ensinar as pessoas a jogar.
O jogo ganhava
áreas públicas como parques, praças e praias pelo país, e, entre algumas das
principais referências, encontrava-se a Praça da
Paz, no Parque do Ibirapuera, na Zona Sul de São Paulo.
As
primeiras competições do roundnet no país foram organizadas sob a perspectiva do
esporte-rendimento. Elas incluíam eventos – como torneios e campeonatos – em
iniciativas meticulosamente planejadas a partir de 2018 para alcançar os
resultados esperados e impulsionar a institucionalização do esporte.
Uma das competições pioneiras oficiais foi o
Spikeball Day Campinas. O evento foi realizado em 24 de fevereiro de 2018, na
Lagoa do Taquaral, na grama.
A programação dos eventos esportivos intensificava-se
principalmente na cidade de São Paulo e arredores. E um desses eventos foi o 1º
Torneio Roundnet, realizado também em Campinas, em 26 de agosto de 2018, na
areia.
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Fonte: https://www.facebook.com/spikeball.bra/photos/a.370251413443380/1168533616948485 |
A partir de 2019, um novo conjunto de fatores
impulsionou o spikeball roundnet no mundo e no Brasil, como a oficialização do
1º Campeonato Mundial, que ocorreria em 2020 na Bélgica, mas foi adiado para
2022 em razão da pandemia do Covid-19. Outras medidas incluíram a criação de associações
regionais e da Federação Internacional, bem como de mais competições em todos
os âmbitos. Também foram organizadas as federações nacionais – como a
Associação Brasileira de Roundnet (ABR) – e equipes em escolas e clubes.
O 1º Torneio Spikeval, primeira competição de
roundnet em época de carnaval, estampava, sugestivamente, em seu nome, o grande
momento cultural do país. O evento foi organizado em 17 de fevereiro de 2019, na
Praça da Paz, no Parque Ibirapuera, e envolveu disputas na grama. Uma nova
edição, o 2º Torneio Spikeval, ocorreu em 16 de fevereiro do ano seguinte.
No ambiente escolar, em 24 de março de 2019, foi realizado um Torneio de Spikeball na Graded - Escola Americana de São Paulo, com disputas na grama entre 20 duplas.
Internacionalmente, as competições de que o Brasil vem participando têm constituído um dos fatores de maior potencial de divulgação para o esporte nos meios de comunicação, especialmente nas mídias sociais. Os eventos envolvem atletas, dirigentes, autoridades, empresas e o público, atraindo cada vez mais praticantes e negócios para o esporte.
Um desses eventos foi o 1º Torneio Sul-Americano,
realizado em Santiago (Chile), em 5 de abril de 2019. Na ocasião, estiveram
presentes três duplas brasileiras – mista e profissional – em disputas na
areia.
Outro evento foi 1º Torneio Internacional de
Roundnet, disputado em Lima (Peru), em 16 de novembro daquele ano. Na ocasião, participaram
duas duplas brasileiras. A participação de atletas de diversos países, como Brasil,
Chile, Estados Unidos, Inglaterra, México e Peru ilustra bem o crescimento do
esporte no cenário mundial.
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Fonte: https://www.facebook.com/SESCIpiranga/photos/a.997828210323513/1043848302388170/?type=3 |
Eventos de maior expressão também começaram a
ocorrer no país e a trazer inovações. O 1º Campeonato Regional Roundnet Brasil,
realizado em 14 de julho de 2019 trouxe como novidade a implantação de um
ranking nacional pela ABR a partir do somatório de resultados obtidos em
eventos locais, regionais e nacionais. Em 27 de
outubro do mesmo ano, foi realizada a segunda edição do campeonato, que abrigou
disputas nas areias do Sampa Beach Sports (SP).
Novos detalhes, como a abrangência
regional dos eventos e a sua realização em etapas, passaram a chamar a atenção
de prefeituras interessadas na organização de eventos locais. E, com esse viés,
foi organizado, em 26 de fevereiro de 2021, o 1º Campeonato Regional de
Roundnet – Etapa São Paulo (Torneio de Spikeball Roundnet/Parque do Ibirapuera).
Um dos
exemplos de boas práticas no esporte está nas ações oferecidas pelo Centro de
Práticas Esportivas da USP (Cepeusp). Entre as modalidades oferecidas no curso
regular de Modalidades Esportivas Alternativas, do Programa de Desenvolvimento
Humano pelo Esporte (Prodhe), encontra-se o spikeball. A iniciativa demonstra o
compromisso de oferecer às comunidades e aos cidadãos mais oportunidades de
práticas sociais que potencializem mudanças de hábito.
No mapa de spikeball roundnet do Brasil, em 2021,
estão estados como Tocantins, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná.
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Fonte: https://www.facebook.com/spikeball.bra/photos/a.370251413443380/1147030375765476 |
A expansão do roundnet nas redes sociais não tem deixado qualquer dúvida quanto ao poder que o jogo tem de envolver as pessoas e às suas possibilidades como nova prática esportiva nas esferas do lazer, da formação educacional e do rendimento.
Como é o jogo?
O roundnet é um “esporte derivado de outros
esportes” (TUBINO et al., 2007), por misturar o voleibol, o futebol, o lacrosse e o
trampolim.
O nome spikeball
é uma referência à Spikeball, principal empresa de materiais e equipamentos do
esporte; enquanto roundnet é o nome propriamente dito do esporte.
O equipamento do jogo pode ser levado e armado
em qualquer lugar. Ele consiste em um minitrampolim (composto de aro, rede e pernas
de sustentação para deixar o aro mais elevado em relação ao chão) e uma bomba para
encher bolas de 30 centímetros de circunferência.
O esporte é coletivo e jogado por duas equipes com
dois integrantes em cada uma delas, podendo também participar mais pessoas. As
disputas envolvem as categorias masculina, feminina, mista,
amadora e profissional.
Os membros das equipes alinham-se frente a frente,
em lados opostos, com o equipamento do jogo ao centro, separando-os.
O saque deve ser executado a 1,80 metro da
rede do equipamento e na direção do outro time, alternando, também, a ordem
dos jogadores das duas equipes. O receptor
pode permanecer em qualquer distância do equipamento.
Após o saque, os deslocamentos dos participantes
ocorrem de forma intensa e constante em torno do equipamento. O objetivo do
jogo é rebater a bola na rede, dentro do aro, e fazê-la ir ao chão, de maneira que o adversário não consiga defender.
Os jogadores da equipe têm até três toques
alternados para mandar a bola de volta à rede.
O jogo é disputado em pontos corridos, que podem pertencer
a qualquer uma das equipes: sacadora ou receptora. Se as equipes não
concordarem com a marcação do ponto, a disputa deve ser repetida.
Os jogadores podem usar qualquer parte de seu
corpo para bater na bola.
O ajuste da rede deve apresentar tensão em todo o
perímetro do aro. Uma maneira de testá-lo é lançar a bola a 90cm acima da rede.
Se ela quicar entre 30 e 45 centímetros, está perfeita.
A pontuação final é definida no regulamento do
evento e pode ser de 11, 15 ou 21 pontos. Os jogos são vencidos por dois pontos
de diferença, salvo combinação prévia.
A
disputa do ponto termina quando...
1) a bola entra em contato com o solo ou não retorna
para a rede dentro de três toques;
2)
o sacador bate na bola fora da rede;
3)
a bola é rebatida diretamente no aro, a qualquer
momento, mesmo com um saque;
4)
a bola quica e volta para a rede ou aro;
5)
a bola rola claramente pela rede;
6)
o jogador realiza toques consecutivos.
O esporte é
envolvente e agrada a todas as idades, conforme demonstram os vídeos do jogo na
internet.
O
roundnet na formação educacional
As regras do roundnet
podem ser adaptadas para o emprego do esporte como lazer, iniciação esportiva e
formação educacional. Elas também podem envolver mais praticantes por equipe,
observando-se aspectos como faixa etária, habilidade motora e série escolar.
Os equipamentos do jogo favorecem a realização de
diversos exercícios educativos. O que vale é a criatividade do professor e do
aluno.
O jogo tem a capacidade de desenvolver no
indivíduo um conjunto incontável de habilidades físicas, motoras e emocionais,
além de valores éticos, morais e sociais, como agilidade, ritmo, equilíbrio,
flexibilidade, criatividade, cooperação e comprometimento.
Organização
no Brasil
A Associação Brasileira de Roundnet (ABR) é a entidade máxima responsável
pela direção, organização, divulgação e promoção do roundnet no Brasil.
A ABR é reconhecida oficialmente
pela Federação Internacional
de Rede Redonda (IRF) e pela Associação de Spikeball Roundnet (SRA).
Organização
Internacional
A Federação Internacional de Rede Redonda (IRF) é
a entidade máxima do esporte no mundo.
A SRA é uma associação norte-americana
criada pela empresa Spikeball para dirigir, organizar, promover e divulgar
iniciativas sob o nome Spikeball Roundnet.
A SRA oferece serviços e produtos
relacionados ao esporte, como
formação de ligas, organização de todos os tipos de eventos e capacitação de
professores.
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Sesc Taubaté oferece oficinas de esportes pouco conhecidos. Disponível
em: https://www.portalr3.com.br/2016/07/sesc-taubate-oferece-oficinas-de-esportes-pouco-conhecidos/Acesso
em: 20 ago. 2021.
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