Roller Derby: disciplina, espirito de equipe, autonomia e inclusão!

 


Fonte: https://www.facebook.com/brasilrollerderby/photos/a.127023567970863/127025094637377


Roller Derby: cooperação, relações interpessoais, determinação e competitividade! 



Por Fernando Garrido



Quando o esporte apareceu por aqui?


Criado na década de 1930, nos Estados Unidos (EUA), o roller derby passou por uma fase de estagnação entre 1950 e 1990, ressurgindo entre os séculos 20 e este.


Nos primeiros tempos, a dinâmica do esporte sustentava-se em equipes mistas, na grande quantidade de dias e voltas para completar, em sentido anti-horário, o circuito, e no contato físico violento entre praticantes.


Em 2004, com a criação da Associação Feminina de Derby de Pista Plana (WFTDA), por várias ligas espalhadas pelo mundo foram estabelecidos novos padrões internacionais para regras, classificações e competições anuais. O esporte ganhou orientação, recursos e visão profissional.


Essa nova dinâmica também exigiu maior controle da violência, regulando-se condutas e restringindo-se, por meio de regras, o emprego da força física. Os novos elementos criaram mais segurança nas disputas e maior competitividade nas ações de ataque e defesa, agradando a praticantes e à assistência e desenvolvendo o esporte como lazer e alto rendimento.


O roller derby chegou ao Brasil por iniciativa de Juliana Bruzzi, que retornava dos EUA, onde morou até 2007. Por sinal, durante o tempo em que esteve por lá, ela sequer soube da existência do esporte, somente vindo a conhecê-lo pela internet, quando já estava de volta.


O esporte despertou-lhe grande interesse, principalmente depois de saber que ele não era praticado no país. Imediatamente, ela aprendeu a andar de patins e coletou informações sobre o esporte na internet. Nesse tempo, analisou possíveis locais públicos para a sua prática, contactou interessados, formou um grupo e organizou treinos como lazer.


Assim, em agosto de 2009, Juliana, conhecida no esporte por “Beki Band-Aid”, criava, em São Paulo, a Ladies of Hell Town, primeira liga do esporte no país. Filiada à WFTDA, a organização estruturou-se no sistema DIY (“Do It Yourself” – “Faça Você Mesmo”), semelhante ao das ligas norte-americanas. Em 15 de março do ano seguinte, a associação já tinha uma página na internet.


https://www.facebook.com/ladiesofhelltown/photos/10156708689607367

As ligas de roller derby são organizadas para terem seus próprios times-membros. Além disso, contam com autonomia para promover seus campeonatos e devem atuar de acordo com as regras da WFTDA.


A prática do esporte crescia com a realização de treinos e disputas organizadas como lazer e competição na Marquise do Parque Ibirapuera, em São Paulo. O esporte também começou a ser praticado em locais públicos como praças e parques, além de quadras de clubes.


A essa altura, uma conjugação de forças desencadearia significativas mudanças para a difusão e o desenvolvimento do esporte em âmbito nacional e mundial. E uma das primeiras foi a exibição do esporte no filme Garota Fantástica, de Drew Barrymore e Ellen Page, em 2009, nas telas do cinema.


Outra ferramenta que potencializou o roller derby foram as mídias eletrônicas. A internet e as redes sociais ampliaram a divulgação e a visibilidade do esporte, além das televisões tradicionais e fechadas.

Um poderoso elemento de divulgação foram as transmissões, em tempo real, dos jogos pela internet e a televisão fechada – principalmente os dos EUA, onde há campeonatos internacionais organizados pela WFTDA vistos no Brasil.

O roller derby é um esporte predominantemente feminino e organizado por ligas, embora alguns países realizem campeonatos masculinos e, até mesmo, de equipes mistas. 

A grande quantidade de páginas na internet e nas redes sociais também contribuiu para a disseminação do esporte. Uma das primeiras foi a da Seleção Brasileira de Roller Derby, criada no Facebook em 28 de novembro de 2010 e com conteúdo bastante diversificado sobre o esporte no Brasil.

O papel das ligas e a diversificação de conteúdos sobre a seleção brasileira não somente auxiliavam na conquista de praticantes, mas também na interação com apreciadores, na busca por notícias do esporte, na assistência às transmissões dos jogos, entre outros aspectos.

A criação de páginas pelas ligas colaborou para valorizar marcas, modos de vestir e estilos de vida e impulsionou ações de marketing. As informações sobre o esporte expandiam-se também em blogs e portais, ampliando progressivamente essa interação.

As ligas também ajudaram a propagar mais conhecimento sobre o esporte com ensinamentos técnicos, oficinas de aprendizagem, intercâmbios entre equipes, vídeos no YouTube e streamings de torneios e competições nacionais e internacionais. 

Na segunda década deste século, a WFTDA voltou sua atenção para o crescimento do roller derby na América Latina, o que levou a associação a organizar e apoiar a realização de eventos em escala internacional.

Nessa direção, instituía-se a primeira edição da Copa do Mundo de Roller Derby, em 2011, organizada pela revista de patinação Blood & Thunder.  O evento contou com a presença de 13 seleções, e a equipe brasileira alcançou a 12ª colocação.

Em crescimento, o roller derby estabelecia as condições necessárias para organizar o seu 1º Campeonato Brasileiro, conforme ocorreu no Rio de Janeiro, em 2012, com a participação de 11 ligas.

Essa competição tem sido realizada anualmente em sistema de rodízio entre cidades. A responsabilidade por sua organização cabe às ligas dos locais. Os eventos também expõem fotografias com registros dos momentos históricos do esporte e oferecem capacitação de árbitros.

Fonte: https://www.garotasgeeks.com/conheca-o-roller-derby-o-esporte-mais-girlpower-do-mundo/

O roller derby ganhou ainda mais destaque com a sua inclusão na sexta edição da Virada Esportiva, em 2012. No evento, foi realizado um jogo-exibição entre as ligas Ladies of Helltown (SP) e Sugar Loathe Derby Girls (RJ), no Memorial da América Latina.

De forma inquestionável, a atuação da WFTDA contribuía para o desenvolvimento do roller derby como entidade organizadora de Campeonatos Internacionais disputados nos EUA envolvendo times locais, do Canadá e de países europeus desde 2006.

Um dos resultados desse esforço foi a realização do 1º Torneio Latino-Americano de Roller Derby em 2013, do qual vêm participando equipes como a liga brasileira Ladies of Helltown. Além disso, essa equipe também integra, como convidada, desde 2014, a lista de participantes do Violentango, o Campeonato Argentino.

O 1º Torneio Latino-Americano de Roller Derby foi disputado em Bogotá (Colômbia), entre 8 e 10 de agosto de 2013, e reforçou o intercâmbio de treinamentos e competições continentais. Além do país-sede e do Brasil, participaram Argentina, Chile, Peru e México.

O modelo de autogestão adotado pelas ligas e baseado no princípio de compartilhar responsabilidades foi outro fator que, sem dúvida, contribuiu para difundir o esporte no país. O sistema utiliza a mão de obra das próprias jogadoras para atender a tarefas necessárias, reforçando o estilo de vida norte-americano do “faça você mesmo”.

As jogadoras atuam em várias atividades em prol do desenvolvimento do esporte. Essa atuação envolve desde o recrutamento de praticantes até a iniciação esportiva e treinamentos de base regulares. Também participam da organização de torneios e campeonatos interligas dentro e fora do país, ensinam e treinam novatos e capacitam árbitros, treinadores e jogadores.

Além disso, programam viagens de intercâmbio esportivo a cada mês e promovem a vinda de especialistas estrangeiros de renome para atualizar e capacitar árbitros e atletas durante grandes eventos no país, tudo com cotização entre elas.


Fonte: Facebook.com/rollerderbybrasil/photos/1815486111798384


          As ações realizadas concentram-se em solucionar problemas, tomar decisões e executar tarefas em diversas áreas, visando à sobrevivência do esporte. As jogadoras costumam atuar nas atividades de melhor desempenho, gosto e afinidade profissional.

A ideia de criar um evento de roller derby apoiado no espírito empreendedor norte-americano foi concretizada com a implantação do Twisted and Mixed Roller Derby Bouts. A primeira edição do evento foi realizada em 2014, em Londrina (PR).

De caráter nacional, o evento tem como missão integrar as jogadoras das ligas, conhecer a realidade do esporte em cada região, estreitar relações interpessoais, promover oficinas de atualização no esporte, entre outros. A organização dos eventos, de responsabilidade de cada liga, é programada para ocorrer a cada ano em uma cidade interessada.

Na essência, esses eventos buscam atrair novos praticantes e unir patinadoras de diferentes níveis. Ele oferece mais conhecimentos técnicos, táticos e físicos visando à melhoria do desempenho esportivo em geral.

Neles também são oferecidas a todos os participantes oficinas e palestras sobre ações de ataque e defesa, exercícios educativos, treinos separados (com e sem contato) e pequenas disputas.

A inscrição de atletas nos eventos visa atender a necessidades de aquisição de equipamentos e materiais, de contratação de aluguéis e serviços gerais, de compras de passagens aéreas, de pagamentos de palestras e hospedagens, entre outros itens. 

Em 2014, uma nova participação em evento internacional chamava para convocação a Brasil Roller Derby. A segunda Copa do Mundo, realizada em Dallas (EUA) e organizada pela revista de patinação Blood & Thunder, teve a presença de 30 seleções, entre as quais o Brasil ficou em 14ª lugar.

Em 17 de novembro de 2016, inaugurava-se o Mega Roller Skate Park (MRSP), um grande empreendimento comercial que se tornaria um dos pontos de encontro preferidos dos praticantes de patins (em especial do roller derby) na cidade de São Paulo.

De acordo com Guil (2019), um grande interesse pela condução de todos os esportes de patins em âmbito mundial levou a Federação Internacional de Esportes de Patins (FIRS)/World Skate a estabelecer uma parceria com a WFTDA. O objetivo foi apoiar a difusão do roller derby ajudando a organizar campeonatos internacionais segundo uma visão profissional e regras norte-americanas.

Como consequência, em 2017, a World Skate/FIRS assumia, oficialmente e com o reconhecimento do COI, a direção mundial do esporte. O roller derby, como uma das modalidades de patins, estreava no Campeonato Mundial de Jogos da Patinação da FIRS/World Skate no mesmo ano. O evento ocorreu em Nanjing (China) e foi disputado sob novas regras internacionais.

No cenário internacional, a seleção brasileira comparecia à terceira edição da Copa do Mundo, em Manchester (Inglaterra), em 2018. A organização da edição coube ao Comitê da Copa do Mundo de Roller Derby, uma associação privada e sediada no Canadá. O evento contou com a presença de 38 seleções e teve a equipe brasileira na 19ª posição.

Fonte: https://agenciauva.net/2018/12/03/roller-derby-prazer/Treino da Sugar Loathe no galpão do Engenhão Foto: Luíza Accioly Lins / Agência UVA

Em síntese, a participação brasileira nas três Copas do Mundo demostrou, com clareza, uma pequena evolução de desempenho que, embora lenta, tem se mostrado progressiva em um esporte cujas características são essencialmente sustentadas no amadorismo.

Na passagem entre a segunda e a terceira década deste século, o roller derby se disseminou pelo país, principalmente com a formação de dezenas de ligas oficiais. Isso se traduziu em um aumento na quantidade de praticantes (predominantemente do sexo feminino) e no interesse pelo esporte.

O esporte sinaliza maior presença de homens no apoio a treinos e na composição de equipes mistas, técnicos, preparadores físicos e árbitros, embora eles já tenham começado a formar as suas equipes em 2007. Mas, com certeza, em pouco tempo, poderão ser encontradas muitas ligas do sexo masculino.

As ligas localizam-se no Distrito Federal e principalmente nas capitais de estados como Amazonas, Pará, Ceará, Alagoas, Goiás, Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

 


Como é o esporte?

O roller derby é uma mistura de esportes sobre patins – como o hóquei sobre rodas e a patinação de velocidade – o que o caracteriza como pertencente à corrente “esportes derivados de outros esportes” (TUBINO et al., 2007). 

O roller derby é uma modalidade sobre patins gerida pelos próprios praticantes. O esporte é organizado em ligas independentes, que contam, quando solicitadas, com o apoio da Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP).

As regras do roller derby no país são definidas pela Associação Feminina de Derby de Pista Plana (WFTDA). A organização do esporte segue o princípio do DIY (“Do It Yourself” / “Faça Você Mesmo”), ou seja, “dos patinadores para os patinadores”, como ética e método para o crescimento da modalidade.  

A prática ocorre sobre patins de quatro rodas paralelas (quad) em pista plana ou inclinada, onde duas equipes patinam na mesma direção, em volta de um circuito oval.

A partida é disputada em dois tempos de 30 minutos cada, compreendendo uma quantidade indefinida de rodadas. As rodadas são jogadas em, no máximo, 2 minutos ou menos. A cada rodada, os patinadores podem mudar de posição ou ser substituídos. 

As equipes são integradas por 14 jogadores, que podem ser utilizados a qualquer momento no jogo. Na pista, a disputa envolve 5 jogadores de cada um dos times, ou seja, quatro bloqueadores e um pontuador (atacante).

O objetivo é fazer o atacante (jammer), reconhecido por usar no capacete uma grande estrela em cada uma das laterais, marcar o máximo de pontos que puder. Para isso, ele deve ultrapassar os jogadores da equipe adversária o maior número possível de vezes, ganhando um ponto a cada ultrapassagem.


Fonte: http://www.fgp.org.br/index.php/noticias-interna/recrutamento-roller-derby-rio-grande-do-sul-24


A tarefa dos bloqueadores é ajudar o atacante do seu time a progredir (dando voltas na pista) e dificultar a passagem do atacante do time adversário. Para isso, eles utilizam simultaneamente jogadas ofensivas e defensivas enquanto o seu próprio jammer tenta marcar pontos.

Os quatro bloqueadores (blockers) usam capacetes de cor igual, e um deles tem a função específica de ser o pivô-bloqueador. Ele destaca-se na frente do grupo e usa, no capacete, uma faixa de, no mínimo, 2,54 centímetros de largura, que vai da testa até a nuca. Ele dita a velocidade do grupo e também é o último jogador da linha de defesa a impedir o outro time de pontuar.

As mulheres que praticam o roller derby devem ter mais de 18 anos, pois o esporte envolve alto contato, agilidade, força e velocidade.

Um perfeito entrosamento entre os jogadores é um dos principais elementos para a contenção da equipe adversária. Fatores como a integração de comportamentos individuais em prol de mais competitividade, a realização de estratégias definidas em benefício do grupo, o respeito às diferenças e o fortalecimento da comunicação interpessoal compõem um forte trabalho de equipe.

A segurança é essencial aos participantes, por isso eles devem utilizar capacetes, joelheiras, cotoveleiras, munhequeiras e protetores bucais.

As faltas mais usuais são: forçar uma passagem entre adversários, usar os braços, dar cotoveladas, fazer tropeçar, bloquear pelas costas e dar rasteiras, o que pode levar o jogador a ficar fora da disputa por alguns minutos.

A ideia do jogo é usar o corpo – ombros, tronco, quadril e bumbum – para deslocar o adversário e conseguir ultrapassá-lo.

Vence a equipe que pontuar mais!

 


Organização no Brasil

O roller derby é organizado por ligas no país, de acordo com as regras e regulamentos da WFTDA.

A Confederação Brasileira de Hóquei e Patinação (CBHP) é a entidade máxima dos esportes de patins no país filiada a World Skate.

 


Organização Internacional

A Associação Feminina de Derby de Pista Plana (WFTDA) dirige e organiza o esporte nos Estados Unidos, mas, entre os seus membros, existem dezenas de ligas de países dos cinco continentes, incluindo o Brasil.

A Associação Masculina de Roller Derby (MRDA), criada em 2007, é a entidade máxima do esporte nos Estados Unidos para o sexo masculino.

Em 2017, a World Skate tornou-se a entidade máxima de todas as modalidades de patins em âmbito mundial, incorporando à lista de suas disciplinas o roller derby.

 

Referências Bibliográficas


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BOLLIS, Leandro.  Piracicaba é a única cidade do interior paulista com Liga de Roller Derby. Disponível em: http://www.piracicaba.sp.gov.br/imprimir/piracicaba+e+a+unica+cidade+do+interior+paulista+com+liga+de+roller+derby.aspx. Acesso em: 23 maio 2021.

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