Patinação Artística sobre o Gelo/Figure Skating on Ice autonomia, autoconfiança, criatividade e superação!
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Patinação Artística sobre o Gelo/Figure Skating on Ice: equilíbrio, coordenação, ritmo, e agilidade!
A patinação
artística sobre o gelo chegou ao Brasil durante a década de 1970, implantada
pelo argentino Alberto Di André e pelo alemão Erwin Dietenhofer, patinadores da
companhia Holiday on Ice. Eles foram os responsáveis pela instalação das duas
primeiras pistas no país: uma em São Paulo e outra no Rio de Janeiro.
De
imediato, no Rio, foram oferecidas aulas de patinação no gelo sob a orientação
da patinadora inglesa Pamela Harvey.
Em dois
anos, as duas pistas criadas no país deixaram de existir. A instalada no Rio
foi remontada em Petrópolis (RJ), onde permaneceu até meados da década de 1970,
quando então foi fechada.
Em 1975, o
grupo Holiday on Ice veio se apresentar no Ginásio do Maracanãzinho (RJ), dando
um novo impulso à patinação no gelo no país. Ao retornar ao Rio, uma das
patinadoras da companhia, a polonesa Lucy Pastusiak, escolheu a cidade para
morar e atuar como professora.
No início
da década de 1980, época de recomeço do esporte, apareceu uma pista em São
Paulo. No Tivoli Park (RJ), foi inaugurada uma pista que ficou aberta até 1982.
O funcionamento desses estabelecimentos por dois anos gerou significativas
quantidades de atletas formados no esporte.
Em
crescimento, a patinação no gelo ganhava novas pistas pelo país. Em 1982, surgiram
algumas instalações em locais como o Morumbi Shopping (SP), o BarraShopping
(RJ) e a cidade de Belo Horizonte (MG).
A patinação
artística sobre o gelo começava a se voltar para a formação de atletas de alto
rendimento e a realização de competições, além de ser praticada como lazer.
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A difusão
do esporte ganhava o apoio de clubes em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo
Horizonte, tendo como base a oferta de iniciação e de treinamento em patinação
artística sobre rodas in-line.
Em
desdobramento aos fatos, o então Conselho Nacional de Desportos (CND) autorizou
a filiação da patinação artística sobre o gelo à Confederação Brasileira de
Desportos Terrestres (CBDT), sendo realizadas as primeiras competições
oficiais.
O efetivo
crescimento da patinação artística sobre o gelo como esporte organizado e
dirigido pela CBDT ocorreu na década de 1990 como competição-rendimento.
O
protagonismo de desenvolver o esporte, contudo, coube aos shopping centers, locais
onde surgiram centros de lazer oferecendo esportes no gelo.
As pistas logo
se espalharam pelo país chamando a atenção da população, em especial a da
carioca, que acorria à prática da patinação como lazer. Entre as mais
badaladas, encontravam-se as do BarraShopping e Tivoli Park.
Muitas
dessas pistas, porém, foram logo fechadas devido ao seu caráter contratual
temporário e, principalmente, ao seu alto custo de manutenção, infraestrutura e
logística.
Com o
objetivo de desenvolver o esporte, continuaram a ser promovidas iniciativas por
empresas como a Holiday on Ice, que começou a realizar os primeiros campeonatos
de patinação no gelo ainda na década de 1990, no Ginásio do Ibirapuera (SP).
Um novo
cenário de oportunidades para o desenvolvimento da patinação artística sobre o
gelo se configurava com a instalação de pistas em estabelecimentos como o Norte
Shopping, o Barra on Ice e o Barra Garden. Ganhavam importância a formação de
atletas, a realização de competições, além da prática como atividade de lazer.
Nesses locais, eram oferecidos regularmente aulas e treinamento com professores
como Lucy Pastusiak.
A chegada
do esporte também se deu a outras cidades, como Gramado (RS) e Vitória (ES),
além da capital federal.
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Divulgação / CBDG//https://gauchazh.clicrbs.com.br/esportes/noticia/2017/02/isadora-williams-conquista-primeiro-ouro-do-brasil-na-patinacao-artistica-no-gelo-9720642.html |
Um dos
fortes elementos de apoio ao esporte foi o envolvimento de empresas privadas no
planejamento, na execução de projetos de instalação e na cessão de pistas de
gelo, contribuindo para a promoção de lazer, competições, treinamentos e formação
de atletas.
No conjunto
de fatores que colaboraram decisivamente para o efetivo desenvolvimento do
esporte, está a criação da Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG) em
1996, fato que favoreceu a estruturação organizacional em todos os níveis
hierárquicos.
A forte
presença da CBDG, atuante na direção e organização de eventos e na formação e
participação de representações (atletas e equipes) em competições
internacionais, estabeleceu um limiar para a patinação artística no gelo,
conferindo mais visibilidade ao esporte nos cenários nacional e mundial
no início deste século.
Uma outra iniciativa da CBDG, geradora de grande repercussão,
foi a organização do 1º Campeonato Brasileiro de Patinação Artística sobre Gelo,
no Rio de Janeiro, em 2015 – um evento que se repete desde então.
A essa altura, empresas privadas com fins comerciais
criavam novas possibilidades de difusão do esporte com a oferta de grandes
pistas, como a do Parque Snowland, em Gramado, onde ocorreu o 3º Campeonato
Brasileiro, em 2017.
Do evento participaram 30 atletas do Distrito Federal
e dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os vencedores
foram Deborah Vale Bell e Simone Pastusiak (categoria adulta feminina) e Rafael
Braga e Leonardo Araújo (masculina).
A participação de representantes do esporte em
grandes eventos internacionais passava a vir dos resultados alcançados nos Campeonatos
Brasileiros, uma das principais referências para a escolha de atletas para os Jogos
Olímpicos de Inverno, os Campeonatos Mundiais, os Jogos Pan-americanos e os Campeonatos
Sul-Americanos.
A conquista de grandes feitos repercutia exponencialmente
pela mídia eletrônica com a atleta Isadora Williams, patinadora que alcançou
vaga para representar o país em competições internacionais, criando
novas expectativas de difusão do esporte. No Mundiais Juniores de 2012, a
patinadora terminou em 16° lugar, além de conseguir, no Giro de Ouro de Zagreb,
a medalha de bronze.
A tão almejada vaga para os Jogos Olímpicos de
Inverno de 2018 começava a ser buscada em 2013 e chegou em pouco tempo, ainda
em 2014. Isadora alcançava vaga para o Mundial do esporte ao obter a 30ª
posição no ranking. Tal feito ainda lhe garantiu o direito de participar dos
Jogos Olímpicos de Inverno de 2018, em Pyeongchang (Coréia do Sul).
Como consequência, a patinação artística brasileira
ganhava mais visibilidade, reproduzida nas televisões aberta e fechada.
Um trabalho
de estímulo à formação de equipes de categorias de base e à melhoria de desempenho
técnico tem sido um dos focos de atuação da CBDG. O intercâmbio de atletas em
eventos internacionais é fator crucial para a maturidade competitiva no
esporte, principalmente porque muitos países têm melhor infraestrutura a
oferecer a seus atletas, o que pode contribuir, por exemplo, para a realização de
parcerias de treinamento conjunto.
Os futuros
representantes do esporte começam a alcançar bons resultados em disputas
internacionais, o que consequentemente lhes garante vagas para competições de
maior expressão – como os Campeonatos Pan-Americanos, os Mundiais e os Jogos
Olímpicos – e contribui para atrair novos praticantes e parceiros para investir
no esporte, realimentando um ciclo virtuoso de crescimento no país.
O apoio do poder público tem sido um fator
fundamental para a melhoria do esporte de alto rendimento no país. Dele advêm
verbas da lei Agnelo-Piva e de projetos como o bolsa-atleta, o que tem
garantido a consecução de objetivos do esporte em geral e, em especial, da
patinação artística no gelo.
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Em 2018, Deborah Bell conquistou o bicampeonato na categoria principal feminina (Foto: CBDG)//http://www.cbdg.org.br/canoas-recebera-o-campeonato-brasileiro-de-patinacao-artistica-no-gelo/ |
Entre as principais finalidades da CBDG, encontra-se a realização de clínicas de patinação e de parcerias com rinques, o que tem se intensificado também a partir do apoio da União Internacional de Patinação (ISU), em 2018, para a implantação de projetos de capacitação de juízes, técnicos e atletas filiados à entidade.
A infraestrutura do esporte no gelo – um dos fatores essenciais à difusão do esporte no gelo no Brasil – tem sido alavancada com o investimento de empresas e a chegada de novas tecnologias de pistas ao mercado brasileiro.
Além das pistas convencionais, há aquelas formadas por gelo sintético ou ecológico, com ou sem lubrificação, e que não utilizam água ou eletricidade, sendo também recicláveis e não tóxicas. Empresas especializadas projetam, administram e realizam a manutenção das instalações.
Também há pistas tradicionais que utilizam água de reuso. Além disso, as empresas especializadas têm atuado no desenvolvimento técnico-profissional do esporte, o que tem favorecido a difusão dos esportes no gelo de forma integral.
Um dos
elementos fundamentais para a difusão do esporte é a formação de atletas, principalmente
em um país como o nosso, sem gelo. Ela deve ser feita por meio de esportes que utilizam
botas de patins com rodas in-line, como a corrida, o hóquei e a própria patinação
artística.
A patinação
artística sobre rodas é um dos esportes criados por excelência para esses fins,
exatamente por ter surgido da patinação no gelo. A formação e o treinamento de
praticantes de esportes no gelo durante as épocas de degelo se fazem com ela.
Os equipamentos, os movimentos técnicos, as séries, as coreografias e as músicas,
entre outros aspectos, são semelhantes, o que favorece os primeiros passos aos esportes
no gelo.
O mais
importante é que a patinação artística sobre rodas pode ser encontrada oferecida em
clubes, escolas, academias e equipes de patinação, resorts e centros de lazer, entre tantos
outros locais.
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https://assentopublico.com.br/ribeirao-preto-recebe-pista-de-patinacao-no-gelo/ |
Mas não
esqueça que já há opções para se aventurar na prática dos esportes no gelo como atividade na formação educacional, competição de rendimento e lazer!
A patinação artística é uma atividade cuja relação entre a música, o movimento e o patins oportuniza o desenvolvimento de capacidades e habilidades motoras, físicas, psicossociais e afetivas imprescindíveis para um desenvolvimento integral do ser humano.
A patinação
artística sobre o gelo é um esporte praticado com patins de lâmina de aço,
vestuário apropriado, coreografia e música. Todos esses elementos, combinados
com o tema proposto da apresentação, facilitam o desempenho do atleta e são
avaliados pelos jurados.
As pistas de
gelo têm dimensões máximas de 30 metros x 60 metros sem marcações e podem ser
naturais ou artificiais.
A
competição apresenta duas fases. Em um programa curto, com
duração de dois minutos e meio, o atleta realiza uma série contendo movimentos
pré-estabelecidos, apesar de a ordem dos movimentos ser opcional. Nessa fase,
são selecionados atletas para a próxima etapa,
conforme estabelecido em regulamento.
Na segunda fase,
conhecida como programa livre, os atletas escolhem os elementos da série a seu gosto. Os homens podem levar até
quatro minutos e meio para realizá-la, e as mulheres, quatro minutos. Nessa etapa,
definem-se os vencedores e as colocações finais.
Nas duas
apresentações, os patinadores montam suas séries coreográficas contendo saltos
e giros. Além disso, deve-se dar atenção especial ao trabalho corporal de
interpretação do tema.
Na apresentação
em pares, os elementos são executados lado a lado ou de forma espelhada. Os
movimentos apresentados devem ser similares, observando-se aqueles que só podem
ser executados em dupla, tais como os levantamentos e piruetas sincronizadas,
em que o casal gira ao mesmo tempo. A sincronização e a plasticidade dos
movimentos da dupla são dois dos componentes observados e avaliados na execução
da coreografia.
São diversos
os elementos técnicos do esporte; alguns, obrigatórios. Piruetas e saltos em diferentes posições, além de rotações, giros e
alturas fazem parte dos movimentos obrigatórios e livres.
Vence o atleta ou a dupla que obtiver o maior número de
pontos na somatória das duas notas dos programas curto e longo, avaliadas de
acordo com os critérios estabelecidos nos regulamentos gerais e específicos de
cada competição.
Organização
no Brasil
O esporte é
dirigido pela Confederação Brasileira de Desportos no Gelo (CBDG).
Organização
Internacional
A União Internacional
de Patinação (ISU) é a entidade máxima mundial do esporte.
Referências
Bibliográficas
AFP.
Isadora Williams e o orgulho de representar o Brasil na patinação. Disponível em:
https://exame.abril.com.br/estilo-de-vida/isadora-williams-e-o-orgulho-de-representar-o-brasil-na-patinacao/
Acesso em: 15 jun. 2018.
ALMANAQUE
dos Esportes. Rio de Janeiro: Rio Gráfica e Editora, 1975.
CBDG
– CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE DESPORTOS NO GELO. Patinação artística.
Disponível em: www.cbdg.org.br/patinacao-artistica/ Acesso em: 15 mar. 2018.
COSTA,
L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape,
2004.
ORFEI,
L. Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 1992.
TUBINO,
M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino
do esporte. São Paulo: Senac, 2007.
ZARPO
MAG. Dicas de pistas de patinação no gelo. Disponível em:
https://www.zarpo.com.br/magazine/dicas-pistas-patinacao-no-gelo/Acesso em: 19
jun. 2018.
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