Ultraleve/Ultralight: o prazer de voar!
Como é o esporte?
O
que diferencia o ultraleve do avião é sua construção simples, seu baixo peso, a
velocidade de estol e a capacidade de transportar até duas pessoas.
O ultraleve
é considerado uma aeronave experimental, movida ou não a motor, fabricada ou
não por amadores, sendo sua utilização de interesse principalmente esportivo e
lazer.
Os
ultraleves podem ser categorizados como primários, com banquinho e asas, sem
motor (UL) e com motor (ULM) passando pelos modelos básicos aos mais avançados,
com características semelhantes a aviões.
A aeronave
também possui características que permitem a aterrissagem e a decolagem em
pequenas pistas.
O primeiro
passo dado para a realização da competição do esporte é a reunião com todos os
participantes com informes necessários sobre os procedimentos da prova e das
condições do clima.
Na
competição, são avaliados parâmetros como:
· a capacidade de efetuar pousos de
precisão;
· a habilidade do piloto em dirigir a
aeronave;
· o grau de conhecimento sobre a aeronave.
Em relação
ao desempenho da aeronave são avaliados:
· as velocidades mínima e máxima;
· a economicidade
· o alcance de voo.
O esporte é
desenvolvido em aeronaves de um ou dois lugares, cuja velocidade mínima de voo
é menor do que 65 quilômetros por hora. O peso máximo de decolagem é estabelecido
por regras e regulamentos.
As
categorias do esporte para fins de competição se dividem em quatro. O ultraleve
pode ser de asa fixa com controles aerodinâmicos; com controle por mudança de
CG e sem comando aerodinâmico; de asa delta motorizada e de paramotor.
Os
campeonatos ocorrem de acordo com cada uma das categorias de aeronaves.
As
competições de ultraleve seguem as regras e os regulamentos da Federação
Aeronáutica Internacional (FAI). Entre as várias possibilidades de disputas de provas
estão o cross country ou navegação (planejamento e execução), sem limite de
combustível; precisão; velocidade e cross country e precisão juntas.
Existem
várias dessas provas catalogadas, nas quais o piloto recebe o circuito a ser
voado e deve, antes da decolagem, declarar ao diretor de provas o tempo de voo
ou a hora de sobrevoo de cada ponto de virada.
As provas
de desempenho (velocidade mínima e máxima, economia e permanência) são
realizadas com limite de combustível. Podem ser feitas provas isoladas de
permanência e economia. É recomendado que as provas de velocidade mínima e
máxima sejam sempre executadas em uma mesma decolagem.
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https://www.aeroexpo.online/pt/prod/p-m-aviation-ltd/product-182010-53879.html |
Um exemplo
de prova é aquela em que se determina uma quantidade de combustível igual para
todos os competidores, que decolarão e voarão o mais longe possível em um eixo
determinado, fotografarão um ponto facilmente identificável no terreno e,
então, retornarão para pouso na base. Vence o piloto que voar a maior
distância. Não marca pontos quem pousar fora da base.
As provas
de precisão (pousos) representam 25% das provas. Os competidores deverão
pousar, com o motor cortado, na área de pouso, que mede 100 metros por 25 metros.
A área tem faixas com pontuação diferente, sendo a máxima de 250 pontos.
Não marca
pontos quem tocar qualquer parte do ultraleve fora da área ou não conseguir
taxiar por meios próprios para fora dela depois do pouso.
Há ainda competições
que exigem a utilização de recursos fotográficos para confirmação de passagens
e alcance de pontos estratégicos.
Os recordes integram o universo dos esportes
aéreos considerados radicais, sendo reconhecidos e homologados nacional e
mundialmente. Entre eles estão os de velocidade em percurso reconhecido; rota
comercial; percurso de ida e volta – 500 km; circuito fechado de 1.000 km; circuito
fechado com combustível limitado, além de distância direta para meta declarada
e distância em circuito fechado sem pouso.
Quando o esporte apareceu por aqui?
O
introdutor do esporte no país foi Paul Gaiser, em 1978. Gaiser trouxe uma asa
delta com motor 10 HP, que ficava na parte dianteira da asa, e a hélice,
localizada na parte posterior. O pouso era feito com as pernas, e o acelerador
ficava preso aos dentes do piloto para a decolagem.
Em
1979 e 1980, Gustavo Henrique Albrecht voou em uma asa do mesmo tipo que a usada
por Paul no Rio de Janeiro e no Rio de Grande do Sul. Por essa época, surgia, no
Brasil, o trike (asa com carrinho triciclo), pilotado por Patrick Brendel, que
havia sido o terceiro a voar de ultraleve no país.
O
primeiro modelo com comandos aerodinâmicos e parecido com um pequeno avião (asa
e fuselagem) chegou ao país em 1981. O ultraleve, da marca Weedhopper, voou no
Campo dos Afonsos (RJ). Os comandantes Vieira Souto, Carlos Luiz Martins,
Fernando Pinto, Geraldo Pinto, Sergio Pedra, entre outros que o trouxeram,
foram os primeiros a voar no ultraleve e a receber o Certificado de Piloto
Desportivo (CPD).
Em
1982, teve início a fabricação de ultraleves por indústrias brasileiras, entre
elas a Microleve Comércio e Indústria Aeronáutica Ltda, que produziu o modelo
Quicksilver. A Netuno também passou a produzir o modelo Condor. Ambos eram importados.
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https://www.facebook.com/sectoraircraft/ |
Em
1984, o esporte se organizava melhor com as regras e os regulamentos da
Diretoria de Aviação Civil (DAC). Isso permitia mais segurança na pilotagem,
principalmente porque, para obter a habilitação, passava a ser necessário conhecimento
teórico e prático adquirido em curso exclusivo.
Entre
1985 e 1987, o DAC definia o que era um ultraleve, um currículo mínimo para o curso
teórico e um número mínimo de 10 horas de curso prático.
O
primeiro clube de ultraleve no país foi o Clube Esportivo de Ultraleve (CEU),
localizado no Rio de Janeiro.
O
1º Campeonato Mundial de Ultraleve, realizado em 1985, em Millan (França), teve
a participação de Gustavo Henrique Albrecht como observador.
Em
1986, Albrecht organizou o 1º Campeonato Brasileiro de Ultraleve. O evento foi
realizado no CEU e teve como vencedor Miguel Rosário, que pilotou um ultraleve
projetado e construído por ele mesmo– o “MTG”.
Um
ano depois, foi criada a Associação Brasileira de Ultraleve (Abul), que, sob a
presidência de Gustavo Albrecht, veio a promover o desenvolvimento do esporte
com a formação de clubes pelo país.
As dificuldades de transporte
levaram a organização de dois Campeonatos Brasileiros, anos de 1988 e 1989, na cidade
do Rio de Janeiro.
A difusão dos esportes aéreos no
país começou a dar sinais de crescimento do setor ainda na década de 1980, e,
para isso, contribuíram vários fatores.
Um
deles foi a criação de empresas fabricantes de ultraleves no final da década,
cuja produção se beneficiou tanto do crescimento do mercado interno quanto das
exportações e ajudou a gerar empregos, renda, impostos e divisas para o país.
Outro
fator não menos relevante foi a decisão de organizar os Encontros Nacionais de
Ultraleve (ENU) e os Encontros Regionais do esporte. Os Encontros Nacionais de
Ultraleve (ENU) que ocorrem desde 2001 ajudaram a estreitar a relação entre o
esporte e áreas como turismo, hotelaria, gastronomia, entre outros negócios, o
que tornou uma realidade o desenvolvimento dos esportes aéreos.
Esses encontros
foram os tipos de eventos escolhidos para viabilizar, anualmente, novas
oportunidades de integração social e relação interpessoal entre pilotos,
apreciadores e patrocinadores.
Os encontros
também proporcionam mais conhecimento sobre as aeronaves, com a coleta de
informações técnicas e esportivas sobre elas, por exemplo.
Também viabilizam
a organização de competições, com um grupo mais distinto de pilotos de
expressão regional, selecionado para participar dos campeonatos nacionais e
disputar vagas para eventos mundiais.
Nesses
eventos, há ainda reuniões técnicas e orientações sobre normas governamentais,
esclarecimentos sobre questões de segurança de voo, informações sobre gastos e
qualidade de combustíveis, entre outras considerações.
O primeiro
evento do tipo ENU foi realizado em Porto Seguro (BA), em 2001. Desde então, tem-se
observado que os encontros criam uma forte relação entre cidades turísticas
esportivas e ajudam a espalhar o esporte pelo país.
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https://contilnetnoticias.com.br/2018/02/homem-morre-e-outro-fica-ferido-em-queda-de-ultraleve-em-rio-branco/ultraleve_trike-1437780184-13-e/ |
Trata-se de
cidades com parque industrial aerodesportivo no entorno e amplas possibilidades
de atender a questões logísticas, como a disponibilidade de aeródromos e pistas
em fazendas, hotéis-fazenda e resorts, além da infraestrutura de hotelaria,
gastronomia e visitas a locais turísticos.
Os encontros
realizados todos os anos despertam grande interesse de pilotos e promovem
mostras de aeronaves, competições e o patrocínio de empresas privadas, principalmente
as do setor de produção de aeronaves e equipamentos. Também envolvem
prefeituras e integram o calendário de eventos municipais de cidades esportivas
turísticas.
Uma das maiores personalidades do esporte aéreo no Brasil
Credito ao piloto, instrutor, gestor e coronel Gustavo Henrique Albrecht um dos grandes protagonismos no desenvolvimento do esporte aéreo no país. Ao fazer referência ao seu incansável trabalho pelo esporte aéreo, estendo elogios a todos aqueles que, juntos ou não, atuaram na busca por essa valorização.
São quase três décadas desde os primeiros contatos
com Gustavo Albrecht, que tive a oportunidade de conhecer e com quem pude conversar
e resgatar histórias de alguns esportes aéreos ainda não escritas, nem mesmo
registradas na internet.
Nas várias
ocasiões em que estivemos juntos, conversarmos principalmente sobre o
ultraleve, o parapente e a asa delta.
Nos dias
atuais, encontro conteúdo sobre aventuras, crônicas, reportagens e assuntos
técnicos contados e escritos por ele nas páginas da Abul e da Air Sport, na
internet. Tal fato reforça minha primeira impressão sobre Albrecht: a de deter
grande domínio e visão do setor. Na ocasião, pude constatar, no material
coletado, vasto conhecimento administrativo, organizacional, técnico e
normativo sobre o assunto.
Dessa forma,
depois de passar todos esses anos (1992/1993 – 2020) acompanhando o esporte
aéreo, posso afirmar, sem sombra de dúvida, que Gustavo Albrecht é uma das suas
grandes personalidades, por contribuições inquestionáveis.
A difusão
do esporte aéreo passa por sua firme presença e atuação na direção da Abul,
conforme observo ao longo de todos esses anos.
Entre suas
principais ações, encontram-se:
- Críticas apuradas, propostas de mudanças das normas em vigor e a exigência do cumprimento das normas internacionais para o aerodesporto no país e daquelas que visam à segurança em comum;
- Orientar ações de desenvolvimento dos esportes aéreos como o paramotor e o paratrike;
- Atuar em decisões sobre a realização de competições nacionais e internacionais e de grandes eventos como os Campeonatos Mundiais e os Jogos Mundiais Aéreos (JMAs);
- Dirigir competições e abertura de eventos como os ENUs, nas funções de palestrante e orientador de assuntos técnicos, regras e regulamentos;
- Empreender a difusão do esporte aéreo firmando parcerias com áreas de turismo, marketing e mídia, prefeituras e empresas públicas e privadas; e
- Dialogar junto a autoridades governamentais em questões sobre o desenvolvimento do setor;
Por tudo isso, reafirmo minha convicção de ser Gustavo Albrecht, presidente da Abul, um dos grandes nomes do esporte brasileiro, em especial do aerodesporto.
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https://portalbarreirinhas.com.br/home/noticias/217-pilotos-de-ultraleve-do-norte-e-nordeste-se-encontram-em-barreirinha-ma.html |
Algumas orientações a serem seguidas
pelos praticantes do aerodesporto!
Por recomendação da Anac, a formação de pilotos deve ser feita em associações aerodesportivas e por instrutores credenciados.
O esporte
aéreo, em forte crescimento no país, exige o Certificado de Piloto Desportivo
(CPD).
O esportista é o principal responsável pela segurança da operação.
Organização
no Brasil
A Comissão de Aerodesporto
Brasileira (CAB) é a entidade esportiva que coordena e organiza todos os
aspectos relativos à prática e à gestão das modalidades aerodesportivas no
território brasileiro.
O esporte ultraleve é dirigido, no país, pela Associação Brasileira de Ultraleve (Abul).
Organização Internacional
O
esporte ultraleve é dirigido internacionalmente pela Federação Aeronáutica
Internacional (FAI).
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Referências
Bibliográficas
ABUL
– ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ULTRALEVES. Disponível em: abul.com.br/. Acesso em:
28 ago. 2002.
ALBRECHT,
G. Air Sport. sporthttp://airsport.com.br/airsport/showart.asp?tipo=Cronicas
Acesso em: 20 nov. 2020.
ALBRECHT,
G. Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 1992/1993.
COSTA,
L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape,
2004.
TUBINO,
M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino
do esporte. São Paulo: Senac, 2007.
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