Tamboréu: a natureza, o tamborete e a bola entram em ação!
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| https://ww2.soc.com.br/2019/12/soc-apoia-selecao-brasileira-de-tamboreu-em-mundial-indoor/3o-mundial-indoor-tamburello-world-championship-na-italia-1/ |
O tamboréu é um jogo que se
desenvolve com os atletas posicionados em lados opostos da quadra que se
separam por uma rede de 1 metro de altura.
A bola utilizada nas partidas
(oficiais ou não) é a de tênis. O tamboréu é um equipamento composto de um aro
e uma tampa de qualquer material, com diâmetro máximo de 26 centímetros.
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| http://www.ccvalinhos.com.br/portal/pgn.asp?id_pg=9&n1=3&nivel=2 |
No jogo de simples, a quadra mede
29 metros de comprimento por 7 metros de largura, ficando dividida em dois
campos de 14,50 metros. No jogo de duplas ou mais jogadores, ela possui 34
metros por 10 metros de largura, incluindo a borda externa das linhas, e fica
dividida em dois campos de 17 metros.
Tanto no primeiro tipo de jogo
quanto no segundo, cada set tem 10 pontos. Em qualquer dos sets, quando a
contagem atinge o empate em 9 pontos, ela prossegue até que os jogadores (ou
jogador, no jogo de simples) superem o adversário por 2 pontos seguidos ou
atinja primeiro o 16º ponto. O jogo transcorre em cinco sets.
O praticante perde o ponto se:
a) não devolver a bola por cima
da rede antes do segundo pulo da mesma;
b) ao devolver a bola, ela não
cair dentro da quadra adversária;
c) a bola tocar no seu próprio
piso, depois de sair do tamboréu;
d) devolver a bola pelo lado de
fora dos postes que sustentam a rede, ainda que ela caia no campo adversário;
e) ao devolver a bola para o
campo adversário, ele aplique mais de um toque, mesmo que ela não caia no piso;
f) uma vez batendo na rede, a
bola caia no próprio campo de quem a devolveu;
g) bater na bola "de
voleio" antes que ela tenha passado a rede, invadindo, por cima, o campo
adversário;
h) seu tamboréu (na mão ou fora
dela), suas vestes ou qualquer outro objeto de que seja portador tocarem
qualquer dependência permanente da quadra, incluindo o piso do campo adversário
no momento em que a bola esteja em jogo.
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| Rafaela de Oliveira///https://www.meutimao.com.br/noticia/262306/saem-as-chuteiras-entra-o-pandeiro-conheca-o-tamboreu-modalidade-tradicional-do-corinthians |
O saque pode ser dado de qualquer
parte da área de saque.
O objetivo do jogo é enviar a
bola ao campo da equipe adversária por sobre a rede, efetuando-se uma jogada
que impeça o oponente de devolvê-la e determine a marcação de ponto.
Quando o esporte apareceu por aqui?
O tamboréu é um esporte brasileiro
criado na Praia do Gonzaga, em Santos (SP), em 1937.
Os irmãos Joseph e Luigi
Donadelli, italianos e comerciantes de roupas, trouxeram da Itália dois
pandeiros e uma bola de borracha maciça. De imediato, os Donadelli resolveram
ir à praia e bater a bola na areia, sem qualquer marcação de quadra ou rede
divisória e distantes um do outro em cerca de 100 metros.
O jogo transcorreu com a bola
sendo rebatida de um lado a outro pelos pandeiros (sem guizos), que eram feitos
de madeira e tampo de couro de cabra e mediam entre 35 e 40 centímetros de
diâmetro.
Com o desenrolar do jogo, instintivamente
surgiu a ideia de criar um esporte diferente daquele jogado na Itália, o que
começaram imediatamente a pôr em prática. Definiram o novo jogo estabelecendo
novas regras, os limites da quadra e uma rede no centro dela.
Os primeiros testes do novo
esporte tiveram início, na prática, com a observação das dimensões das medidas
da quadra, que ganhou 34 metros de comprimento e largura de 10 metros,
distâncias atuais.
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| Foto Jairo Marques///http://www.praiagrande.sp.gov.br/praiagrande/noticia_01.asp?cod=4937 |
As regras e os regulamentos foram
sendo testados e aprovados um a um. Na divisão da quadra, preliminarmente se
usou uma rede de tênis; depois, passou-se a uma rede apropriada, com 1 metro de
altura. O número de jogadores em quadra também sofreu alteração: de dois
(simples) para quatro, surgindo, assim, as duplas.
Com relação à dinâmica do jogo,
estabeleceram-se a posição fixa dos jogadores em quadra e a implantação da
contagem de pontos. No material, o tampo de couro do pandeiro deu lugar ao de
madeira. A bolinha maciça deu lugar à de tênis. As quadras do esporte foram
levadas para mais próximo do mar, onde a areia era mais dura, o que propiciava
o desenvolvimento de um jogo mais técnico.
Depois de diversas reuniões sobre
as mudanças técnicas, foram definidas as características do novo esporte. De
imediato, o tamboréu chamou a atenção, ganhando mais visibilidade e muitos
apreciadores em Santos, o que o levou a ser estampado no jornal O Diário.
No final da década de 1930, já podiam
ser encontrados os primeiros clubes do esporte espalhados pela cidade, entre
eles: o Grupo dos Graussás, o Clube Atlântico, do Bairro do Jose Menino e o
Clube Fri-Kik.
Da década de 1940 em diante, o
esporte despertou o interesse em novos clubes. O entusiasmo gerado nos
jogadores contagiava a assistência, que acorria aos locais dos jogos.
Nas primeiras competições de
tamboréu entre clubes, o Clube Tupi, com uma grande equipe formada, conquistou
o título de campeão da cidade em 1947/1948, nas duplas. A essa altura,
destacavam-se as equipes do Banco do Brasil, do Graussás, do Fri-Kik, do
Estudantes e do Fluminense.
O esporte ganhou uma grande quantidade
de entusiastas que tiveram uma efetiva participação na sua popularização. Um
grande número deles ajudava na organização dos campeonatos, entre eles:
Melchert, Simões, Eurico, Morgado, Nathan, Amorim, Mario Rubens Abreu, Rivaldo,
Vasco, Berjon, Italo e Alpe.
A década de 1950 foi marcada pelo
reconhecido do tamboréu como esporte. Entre os anos de 1953/1954, foi criada a
Sub-Comissão de Tamboréu, subordinada à Comissão Central de Esportes, órgão da
Prefeitura de Santos que oficializou os campeonatos do esporte.
Por essa época, surgiu a equipe
do Banco Estadual de São Paulo (Banespa), que logo se tornou um dos
patrocinadores do esporte. Integraram a primeira formação os atletas Zeca,
Paulo Campos, Arnaldo, Walter, Sallum, Aron e Washington, que se transferiu
para essa equipe vencedora de vários campeonatos.
A partir da década de 1960, o tamboréu
chegava à cidade de São Paulo, onde foi praticado em quadras improvisadas
e, posteriormente, em quadras de saibro.
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| https://campinas.aabb.com.br/2015/05/30/sabado-com-torneio-de-tamboreu/ |
Em 1965, o esporte se organizou
com a fundação da Liga Santista de Tamboréu (LST). No ano seguinte, o Conselho
Nacional de Desportos (CND) reconheceu o tamboréu como esporte e a liga, na
direção.
Em 1967, foi disputado o 1º
Campeonato Santista, em quadra de saibro e na areia. Em 25 de janeiro do mesmo
ano, o tamboréu se estruturou hierarquicamente em nível estadual com a fundação
da Federação Paulista de Tamboréu (FPT). Tal fato levou à difusão do esporte
pelo interior do estado, com a formalização de ligas e campeonatos em diversas
cidades. No ano seguinte, realizava-se o 1º Campeonato de Tamboréu do Estado de
São Paulo, disputado no saibro.
Na década de 1970, o tamboréu
chegou a Brasília (DF) jogado pelo Tênis Clube de Brasília (TCB), pela Associação dos Empregados da Eletronorte (Aseel) e pela Associação dos Servidores do CNPq (Ascon). Dois anos depois, na
mesma cidade, realizava-se o primeiro campeonato entre clubes da região.
O tamboréu alcançou dimensão
nacional e internacional nos anos de 1980. Surgia a primeira Copa Brasil de
Tamboréu, evento realizado em Brasília, em 7 de setembro de 1983.
A internacionalização do esporte
viria em 1987, com jogos disputados no Brasil entre equipes do país e das
Federações de Tamburello (da Itália) e de Tambourin (da França). No ano
seguinte, a fim de conferir maior dinâmica e visibilidade ao tamboréu, foi
promovida a revisão de suas regras.
Na década de 1990, o esporte teve
o aumento significativo no número de competições no estado de São Paulo.
Dez anos depois, a fim de
difundir o esporte, foi fundada a Liga Interiorana de Tamboréu (LIT), com sede
em Campinas (SP). A cidade, que se tornou uma das grandes potências do esporte,
conta com o clube Círculo Militar de Campinas (CMC).
Em 2011, a criação da
Associação Nacional de Tamboréu (ANT) favoreceu a difusão nacional do esporte e
a maior presença dele em competições internacionais. O esporte chegava às
escolas municipais, estaduais e particulares, o que permitia a renovação
constante de atletas.
A participação do tamboréu em
projetos sociais também se tornou uma realidade, com a ANT promovendo uma parceria
com organização não governamental na cidade de Santos em 2012.
O tamboréu era também oferecido
para crianças e jovens de comunidades carentes, com a ANT disponibilizando a
oferta de equipamentos e profissionais capacitados para atender às necessidades
do projeto.
Novas medidas eram implantadas, e
o esporte ganhava mais visibilidade e a oportunidade de ampliar a base de seus
praticantes. Novas formas de jogar eram incorporadas, passando a ser disputado
em piso de quadra coberta ou aberta, o que expandiu suas fronteiras em São
Paulo, Campinas, Brasília e Rio de Janeiro.
Atualmente, o tamboréu é jogado
em piso de quadra, areia e saibro. As competições têm ocorrido em circuito
indoor, como a Copa Nacional Indoor e a Copa Clube Internacional de Regatas de
Tamboréu. No saibro, há a Copa Santista de Duplas. Na areia, há a Taça
Brasil de Tamboréu Memorial, o Torneio Popular A Tribuna/Terracom de Tamboréu
de Praia e o Torneio Rei e Rainha de Praia, alguns dos eventos entre tantos
outros do esporte.
As décadas de 2000 e 2010 trouxeram
o crescimento da participação do tamboréu do Brasil em eventos internacionais,
nas categorias masculina e feminina.
As seleções brasileiras também estiveram presentes em Campeonatos Mundiais de Tamburello Indoor e em torneios internacionais de clubes e seleções realizados na Europa, em especial, na França e na Itália.
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| Foto: Carlos Nogueira//http://www.antsantos.com.br/article.php?cd=253 |
De imediato, surgiram resultados expressivos do Brasil,
como no Campeonato Mundial de Tamburello Indoor de 2017, com o terceiro
lugar.
Uma nova participação do Brasil ocorreu
no 3º Mundial Indoor, realizado na Itália em 2019.
O tamboréu é mais um dos esportes de acesso a todas as idades, com categorias oferecidas a todas elas e de fácil adaptação de regras.
Na orla de Santos, uma parceria
entre a prefeitura municipal e a ANT promove aulas do esporte, além de ser
oferecida iniciação esportiva nos clubes da cidade.
Atualmente, entre os objetivos das entidades esportivas e dirigentes do tamboréu, encontram-se ações voltadas à formação de atletas e equipes de base, à renovação, criação e modernização dos centros esportivos, à melhoria da estrutura de treinamento dos atletas, à presença deles em competições internacionais e à profissionalização do esporte, com apoio de empresas privadas, marketing e divulgação na mídia em geral.
Organização no Brasil
A Associação Nacional de Tamboréu
(ANT) dirige e organiza o esporte no país.
Organização Internacional
O esporte é dirigido e organizado
mundialmente pela Federação Internacional de Tamboréu (FIT).
Referências Bibliográficas
AABBSP. AS REGRAS DO TAMBORÉU. Disponível em:
www.aabbsp.com.br/editor/assets/regras_do_tamboreu.pdf. Acesso em: 16
dez. 2017.
ANT SANTOS. ANT Associação Nacional de Tamboréu. Disponível em: antsantos.com.br/article_gallery.php?cd=1.
Acesso em 5 mar. 2018.
BERTOLLI, D. Esportes Alternativos: Tamboréu.
Disponível em:
diegobertolli.blogspot.com/2011/03/tamboreu.html. Acesso em: 16 dez.
2017.
CASTRO, G. S. Comunicação pessoal. Brasília, 1988.
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio
de Janeiro: Shape, 2004.
MUNDO TÊNIS OFICIAL. TAMBORÉU. Disponível em:
mundotenisoficial.wixsite.com/mundotenis/tamboreu. Acesso em: 16 dez 2017.
SOC. SOC apoia Seleção Brasileira de Tamboréu no 3º Mundial
Indoor realizado na Itália. Disponível em:
https://ww2.soc.com.br/2019/12/soc-apoia-selecao-brasileira-de-tamboreu-em-mundial-indoor/.
Acesso em: 31 out. 2020.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário
enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007.
Isso é o Brasil!
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