Bumerangue/Boomerang: há os que voam e não voltam e há os que voam e voltam!
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O pai da cultura bumerangue verde e amarelo, o empresário, Carlos Martini Filho, o Magrão///https://paisemapuros.com.br/bumerangue/ |
Bumerangue/Boomerang: "Uma ferramenta de caça e guerra que virou esporte!"
Por Fernando Garrido
Como é jogado?
No esporte,
há diferentes tipos de bumerangue e de prova. Entre estes estão: a pegada
rápida, a precisão, o maior tempo no ar, o enduro, as pegadas
acrobáticas, o malabarismo, o super catch, o Australian
round e a distância, que podem ser realizados de forma individual ou
em duplas e em ambientes fechados ou ao ar livre.
É um esporte
que se caracteriza pelos diferentes tipos de arremesso do bumerangue. Há formas
de jogar e pegá-lo no retorno, de tempo no ar, de acerto em alvo, entre outras
possibilidades de competições estabelecidas nos regulamentos e nas regras. Há
ainda modelos de bumerangues que não retornam às mãos, sendo muito utilizados
em provas de medir distância de lançamento.
Nas pegadas
acrobáticas (ou trick catch), o objetivo é fazer dez pegadas
diferentes em dez arremessos. Para isso, são arremessados dois bumerangues
juntos, que devem ser pegos cada um de maneira diferente, sendo as pegadas
pré-estabelecidas pelo árbitro em uma sequência oficial.
Na prova de precisão
(ou accuracy), o objetivo é fazer com que o bumerangue caia o mais
próximo possível de um círculo de 2 metros de raio. Não se deve apanhá-lo ou mesmo
interceder para que ele caia. Ao contrário, deve-se deixá-lo cair no
chão para que o juiz confira onde a queda ocorreu e conceda a pontuação devida.
Cada arremessador tem cinco arremessos para fazer, somando-se, em seguida, os
pontos obtidos.
Na prova de pegada
rápida (ou fast catch), o arremessador deve lançar e pegar o
bumerangue cinco vezes, no menor tempo possível. O tempo-limite para as cinco
pegadas é de 1 minuto.
No enduro
(ou endurance), a prova de arremesso do bumerangue deve ser efetuada por
5 minutos consecutivos, sendo vencedor o atleta que conseguir fazer o maior
número de pegadas nesse tempo.
No Australian
round, somam-se os pontos de distância que o bumerangue atinge com seu
local de pegada e, ainda, com os pontos de precisão.
O maior
tempo no ar (MTA) compreende o arremesso de um bumerangue especial (com flutuação
excepcional) a fim de que ele permaneça o maior tempo possível em voo.
O campo de
arremesso deve ser em uma área aberta e o mais plana possível, demarcada para a
realização das provas. No terreno, são demarcados círculos (conhecidos como raias)
de 2, 4, 6, 8, 10, 20, 30, 40 e 50 metros de diâmetro. A raia mais central, de
2 metros, é conhecida como bull-eye.
Nas
modalidades pegadas acrobáticas, duplas, pegada rápida e enduro,
são utilizadas as raias de 2 e 20 metros. Na modalidade precisão, são
utilizadas as raias de 2, 4, 6, 8, 10 e 20 metros.
O arremesso
deve ser feito do círculo central, com 2 metros de raio, estando o arremessador
com os dois pés dentro desse círculo. A pontuação e o arremesso somente podem
ser considerados válidos quando o bumerangue atingir ou ultrapassar a marca do
círculo de 20 metros de raio. A pegada é válida quando o arremessador tiver o
controle absoluto do bumerangue, sem que este tenha tocado o chão.
Na essência
do esporte, está a busca pelos recordes em todas as suas provas, onde são aferidos,
catalogados e premiados itens relativos à distância percorrida pelo equipamento,
ao seu tempo de permanência no ar, à quantidade de pegadas, à precisão no alvo,
entre outros.
Quando o esporte apareceu por aqui?
O bumerangue
(em inglês, boomerangue) é um esporte originário da Austrália, pertencente
à vertente “identidade cultural” (TUBINO et al., 2007).
O esporte foi
trazido para o Brasil na década de 1950 por um médico australiano que veio a
São Paulo participar de um congresso de medicina. Na ocasião, ele deu um
exemplar de presente a Carlos de Campos Pagliuchi, médico radiologista e
precursor do esporte no país.
O entusiasmo
do doutor Pagliuchi com o presente levou-o a dar seus primeiros arremessos como
hobby e, em seguida, a fabricá-lo para presentear os amigos.
Em 1980, os
arremessos de bumerangue estavam sendo praticados por Joana Dark no Parque
Ibirapuera (SP), fato que chamou a atenção de Carlos Martini Filho – o Magrão.
Foi então que ele resolveu pedir o equipamento emprestado para realizar algumas
tentativas. Depois de tê-lo quebrado, resolveu comprar um novo para devolver à
menina, mas não o encontrou. Intrigado com o fato, resolveu começar a fabricá-los.
Nos
primeiros contatos com o doutor Pagliuchi, Magrão teve o estímulo de difundir o
esporte no Brasil. As primeiras demonstrações do bumerangue fabricados por
Magrão apareciam em feiras, exposições, aberturas de jogos colegiais, programas
esportivos de televisão, revistas, palestras e jornais.
Em 1983, foi
fundado o primeiro clube exclusivo do esporte, o Bumerangue Clube do Brasil
(BCB), localizado em São Paulo. Esse clube teve imediato reconhecido
internacional.
Em homenagem
ao doutor Pagliuchi, foi realizado, em 1990, o 1º Campeonato de Bumerangue do
Brasil. Organizado por Carlos Martini em São Sebastião (SP), o evento teve a
presença de 350 participantes. Na ocasião, foram vencedores Célia Santos, na
categoria feminina adulta, e Marco Aurélio Bueno, na masculina.
A presença do
Brasil em competições internacionais teve início com a participação de Carlos
Martini, que obteve o primeiro título mundial para o país. Tal feito ocorreu em
agosto de 1990, nos Estados Unidos, na competição conhecida por STH Annual
North East Ohio Tournament, quando conquistou o segundo lugar na prova de
precisão.
Em 1991, apareciam as primeiras competições em algumas cidades do estado de São Paulo, entre elas: Campo Limpo Paulista, Campinas, Americana, Piracicaba e Santos e, pouco mais tarde, Vilhedo.
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http://www.fbbumerangue.com.br/Galeria de fotos |
Ainda em
1991, Magrão participou do Campeonato Mundial da Austrália, obtendo o 48º lugar
individual e o 5º lugar por equipe, integrado à equipe da Suíça. Por essa
época, foi também um dos responsáveis pela fundação do Clube Mundial de
Bumerangue, na Austrália, e seu representante para a América Latina durante
dois anos.
A presença
de Magrão no Rio de Janeiro, em 1993, possibilitou o encontro com o professor
Fernando Garrido, na Escola Naval (EN). Na ocasião, Magrão pôde contar a
história sobre o desenvolvimento do esporte no país, mostrar os tipos de
bumerangues, fazer arremessos no campo de esportes e presentear o professor com
alguns exemplares.
O esporte
chegava ao meio acadêmico em 1996. Nessa ocasião, Magrão teve a
responsabilidade de introduzir o bumerangue como matéria de Física e de
Aerodinâmica, no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O bumerangue
desenvolvia-se e se organizava estruturalmente com a fundação da Associação
Brasileira de Bumerangue (ABB) em 2004, também criada por Magrão. No mesmo ano,
Ricardo Bruni Marx competiu no Campeonato Americano, na modalidade distância,
alcançando o título de campeão.
O 1º
Campeonato Brasileiro de Bumerangue ocorreu em maio de 2005, no Parque
Ecológico do Tietê (SP). Tales de Oliveira foi o campeão do evento, seguido por
Carlos Freitas e Tiago Almeida. Nesse mesmo ano, foi realizado no país o 1º
Campeonato Pan-Americano de Bumerangue, organizado por Magrão.
Em substituição à ABB, em 2007, surgiu a Federação Brasileira de Bumerangue (FBB), também criada por Magrão. No mesmo ano, foi realizado o 1º Campeonato Brasileiro Indoor da FBB, no Sesc Pompéia (SP). O evento foi vencido por Luiz Carlos (Sanca).
O 1º Aberto
de Bumerangue da Cidade de São Paulo, promovido pela FBB, foi disputado em
novembro de 2009.
O 1º
Circuito Nacional de Bumerangue, realizado em 2010, foi disputado por etapas
que percorreram as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, São Carlos, Pirassununga
e, novamente, São Paulo. As finais do circuito ocorreram no Parque do Povo, na
capital paulista. O vencedor foi André Caixeta (MG). O segundo lugar ficou com
Thiago Nicacio, de Franca (SP), seguido do carioca Paulo Machado. O esporte demonstrava
vigor, era promovido FBB e patrocinado pelo Banco Santander.
Em 2012, realizou-se
pela primeira vez no Brasil, na cidade de Itú (SP), a 15ª edição do Campeonato
Mundial de Bumerangue.
O primeiro
brasileiro a conseguir o título de campeão mundial de bumerangue foi André
Caixeta Ribeiro. O feito foi obtido na Copa do Mundo de Bumerangue de 2014, em Perth
(Austrália), com o atleta alcançando a posição tanto na colocação geral quanto
no torneio individual.
Nos últimos
anos, a prática do bumerangue cresceu como atividade de lazer, formação
educacional e social e, principalmente, como competição, com maior oferta de clínicas,
encontros, encontros-treinos, festivais e eventos regionais (conhecidas por desafios)
e nacionais pelo país.
A difusão do
esporte também se observa pelo crescimento de vários fatores. Entre eles
podemos citar: a fabricação nacional de equipamentos, o uso e a oferta de novos
materiais e variedades modelos; o patrocínio de eventos por empresas
especializadas e a formação de novos atletas.
O
maior envolvimento do esporte com a formação educacional e social pode ser
observado em escolas públicas e organizações não governamentais cuidadoras de
crianças e jovens.
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Bumerangues são personalizados por crianças e jovens participantes das oficinas - Foto: Divulgação |
Nas aulas
teóricas são oferecidas noções sobre a história e voo do equipamento, nas aulas práticas as oficinas estimulam a fabricação de bumerangues ensinando a técnica de elaborar o equipamento ideal e a sua personalização com pintura ou desenho. Além disso, também é ensinado
na prática como arremessar o bumerangue e as técnicas de ser jogado no ar.
Os
bumerangues podem ser fabricados utilizando-se diferentes materiais, entre eles
o papelão, papel cartão, plástico de pote de sorvete, compensado naval e
madeira.
Enfim, atividades que promovem relações com outras disciplinas, estimulam a participação, despertam o gosto pelo esporte e fortalecem a aquisição de valores, habilidades, conceitos e atitudes para a vida, e que contribuem para colocar o país como destaque do desenvolvimento do
bumerangue no mundo.
Organização no Brasil
O esporte é
organizado e dirigido no Brasil pela Federação Brasileira de Bumerangue (FBB).
Organização Internacional
A Federação Internacional de Associações de Bumerangue (IFBA) é o órgão responsável pela organização e direção mundiais do esporte.
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Referências
Bibliográficas
BOOMANIA
BUMERANGUES. (FBB) Federação Brasileira de Bumerangues. Disponível
em: boomania.com/fbb-federacao-brasileira-de-bumerangues/. Acesso em: 4 mar.
2018.
Boomania.com.
1ª Escola de Bumerangue do Brasil é em Americana. Disponível em: https://boomania.com/1a-escola-de-bumerangue-do-brasil-e-em-americana/Acesso
em: 23 nov 2020.
FEDERAÇÃO
BRASILEIRA DE BUMERANGUE. Modalidades de competição. Disponível
em:
http://www.fbbumerangue.com.br/index.php/o-bumerangue/modalidades-de-competicao.
Acesso em: 4 mar. 2018.
FILHO,
C.M (Magrão). Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 1993/1994.
JORNAL
BRASIL. I Circuito Nacional de Bumerangue acontece neste final de semana. Disponível
em:
https://jornalbrasil.com.br/noticia/i-circuito-nacional-de-bumerangue-acontece-neste-final-de-semana.html.
Acesso em: 3 jan. 2018.
MARIANO,
R. Criado para ser uma arma, bumerangue também é esporte. Disponível
em: http://globoesporte.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2012/12/criado-para-ser-uma-arma-bumerangue-tambem-e-esporte.html.
Acesso em: 3 jan. 2018.
MEIRELLES, L. Município
viabiliza oficinas de bumerangue em escolas e abrigos. Disponível em: http://www.pelotas.com.br/noticia/municipio-viabiliza-oficinas-de-bumerangue-em-escolas-e-abrigos.
Acesso em: 23 nov 2020.
STI
ESPORTE. André Caixeta é o campeão do I
Circuito Nacional de Bumerangue em SP. Disponível em:
www.stiesporte.com.br/blog/?p=375. Acesso em: 4 jan. 2018.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. Senac: São Paulo, 2007.
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