Tiro Prático/Practical Shooting: habilidade, rapidez e precisão!
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Tiro Prático/Practical Shooting: um circuito de tiro irrepreensível!
Por Fernando Garrido
Como é o esporte?
O tiro
prático é uma das modalidades de esporte da corrente “esportes militares”
(TUBINO et al., 2007).
O esporte é disputado com armas
de fogo de calibre superior a 9 milímetros, de forma individual ou por equipe, em
pista de terra ou brita.
A competição é realizada em
estilo livre. O atleta deve cumprir um percurso com situações hipotéticas,
retratando o dia a dia, nas quais as armas possam ter seu uso justificado.
Percorrer as pistas – compostas
de diversos obstáculos (túneis, barris, barricadas, paredes) – no menor tempo
possível bem como usar a velocidade para atirar com precisão, recarregar a arma,
sacar a arma no coldre ou pegá-la estrategicamente colocadas no cenário,
assumir posições variadas de tiro, entre outras situações exigidas nas provas são
alguns dos fatores determinantes para vencer a competição.
A tecnologia também está presente
no tiro prático. São utilizados computadores para apurar competições, miras
eletrônicas, timer para ouvir os
disparos do atirador e marcar os tempos, cronógrafo para medir a velocidade da
bala, balança para medir o peso da bala e alvos que aparecem e somem
controlados por computador, conforme a categoria dos atiradores.
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Entre as
modalidades do tiro prático, estão as seguintes: duelo aos gongos, silhueta
metálica de ar, carabina de ar mira
aberta, pólvora negra, carabina esporte, tiro de defesa, saque rápido
e pistola desportiva mexicana.
Quando o esporte apareceu por aqui?
Uma das
versões sobre o tiro prático no Brasil relata que ele chegou ao Rio de Janeiro,
no início de 1980, com um grupo de atiradores que retornava dos Estados Unidos
da América do Norte. As primeiras disputas ocorreram no Clube de Caça, Tiro e
Pesca de Petrópolis (CCTPP).
Outra versão afirma que o esporte
foi trazido por um delegado de polícia do Rio Grande do Sul ao país. Depois de
fazer um curso com Jeff Cooper, ele trouxe a técnica utilizada por Jack Eaver.
A difusão do esporte ocorreu com o apoio da Taurus, indústria nacional de
armas.
Em 1984 e
1985, o tiro prático ganhou notoriedade, difundindo-se de São Paulo para o
país. Nessa ocasião, ele era dirigido pelas federações de tiro ao alvo e pela
Confederação Brasileira de Tiro ao Alvo (CBTA).
O 1º Campeonato
Brasileiro de Tiro Prático ocorreu em 1987, na Vila Militar (RJ). O evento foi
dirigido e organizado pela então Confederação Brasileira de Tiro ao Alvo
(CBTA).
O
reconhecimento do tiro prático como esporte pelo Conselho Nacional de Desportos
(CND) foi consolidado pela Resolução nº 13, de 3 de outubro de 1988. Essa norma
estabelecia a Federação Paulista, a primeira entidade específica da modalidade,
criada naquele ano como a organização máxima vinculada ao órgão.
As
iniciativas para estruturar o esporte resultaram na criação da Associação
Brasileira de Tiro Prático (ABTP), uma entidade nacional específica criada em 4
de fevereiro de 1989. Por essa época, também foi realizado o 1º Sul-Americano.
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Em
substituição à ABTP, foi fundada a Confederação Brasileira de Tiro Prático
(CBTP) em 1992. O esporte definitivamente se estruturava em âmbito nacional.
Nesse ano, em Brasília, realizou-se oficialmente o 1º Campeonato Brasileiro,
dirigido e organizado pela CBTP e sob a estrita orientação de normas
internacionais.
Em 1996, ocorreu uma edição do
Campeonato Mundial da Confederação Internacional de Tiro Prático (ISPC) em
Brasília.
Um ano depois, no 1º Campeonato
Latino-Americano de Tiro Prático, a equipe brasileira sagrou-se campeã e Guga
alcançou o quarto lugar individual. Nesse ano, ocorreu ainda a 1ª Copa Mercosul
de Tiro Prático.
Em 2006, foi realizado o 3º
Campeonato Pan-americano da IPSC, em Brasília.
O 11º Campeonato Sul-americano de
Silhuetas Metálicas ocorreu no Paraná, em 2011.
Em 2015, foram realizados o 1º
Campeonato Brasileiro On-Line – Desafio do Aço, SR, TRP e NRA e o 6º Campeonato
Pan-americano da IPSC.
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Foto: Alberto Oliveira |
O tiro prático brasileiro é mais
uma das modalidades esportivas desenvolvidas por aqui a produzir grandes nomes
de atletas brasileiros de expressão internacional. Entre alguns deles estão os
atiradores Guga, Jaime Saldanha Junior, Lucimar Domingues de Oliveira e Sergio
Biscuola. Eles conquistaram medalhas, troféus e recordes em competições
nacionais, continentais e mundiais.
Os feitos esportivos expressivos alcançados
pelos atiradores geram reconhecimento, destaque e registro na história do
esporte brasileiro, mas também dão mais visibilidade à modalidade gerando novos
negócios, mídia, marketing e aumentam a quantidade de praticantes.
O esporte é praticado em
associações e clubes de tiro espalhados pelo país com estandes de tiro cobertos
(indoor) ou ao ar livre (outdoor). São também oferecidos cursos (de
básicos até avançados) àqueles que desejam ser atletas. Nos estandes são
oferecidas aulas de iniciação esportiva, formação de instrutores, treinamento regular
com fins competitivos, e competições programadas.
Organização no Brasil
O tiro
prático é dirigido e organizado no país pela Confederação Brasileira de Tiro
Prático (CBTP).
A
Confederação Internacional de Tiro Prático (IPSC) é a entidade que dirige
mundialmente o esporte.
A CBTP também é filiada à
Associação Internacional de Silhuetas Metálicas com Armas Curtas (IHMSA), à
União Internacional de Tiro com Silhuetas Metálicas (IMSSU), à Associação
Nacional de Rifles (NRA) e à Corporação de Desafio do Aço (SCC), entre outras
entidades internacionais.
Referências Bibliográficas
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE TIRO AO ALVO. Revista do tiro.
Rio de Janeiro: Ano II, nº 2, 1986.
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em: https://www.cbtp.org.br/. Acesso em: 2 mar. 2018.
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Disponível em: https://www.cbtp.org.br/public/filemanager/source/estatuto.pdf.
Acesso em: 12 mar. 2018.
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prático. Disponível em: https://www.cbtp.org.br/noticia/visualizar/15.
Acesso em: 12 mar. 2018.
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2015. Disponível em:
https://www.cbtp.org.br/area-tecnica/resultados-gerais. Acesso em: 12 mar.
2018.
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em: www.atlasesportebrasil.org.br/textos/62.pdf. Acesso em: 2 mar. 2018.
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RIBAS, H. Comunicação
pessoal. Rio de Janeiro, 1992.
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pessoal. Rio de Janeiro, 1992.
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