Punhobol/Faustebol /Fistball: o despertar da vontade de vê-lo na escola!

 

                       Crédito: Sociedade Ginástica Novo Hamburgo/Divulgação


/ Punhobol/Faustebol /Fistball: esse esporte agora é da escola!



Por Fernando Garrido


Como o jogo acontece?

O punhobol, conhecido por fistball ou faustebol, é um esporte precursor do voleibol. As disputas são realizadas por duas equipes de cinco jogadores.

O jogo ocorre em um campo de grama com dimensões de 50 por 20 metros e 40 por 20 metros em quadra, separado por uma corda ou fita simples, presa a postes fixados de cada lado e instalada a 2 metros de altura para homens e a 1,90 metro para mulheres.

Os jogadores permanecem em suas posições, sem rodízio. São dois batedores, dois defensores e um levantador.

O esporte é jogado com os punhos ou o braço e a palma da mão fechada, tendo a bola que ser rebatida por sobre a fita ou corda. O saque, por exemplo, é realizado com a mão fechada.

O jogo é semelhante ao do voleibol, com cada equipe sacando e efetuando três toques na bola e os erros validando pontos ao adversário.

Antes de cada toque na bola, é permitido o seu pique (quique) no chão, ou seja, a cada três toques é permitido três piques antes do lançamento da bola para o campo adversário.

O objetivo do jogo é fazer com que a bola lançada à quadra do time oponente toque uma vez ao chão e os jogadores adversários não consigam alcançá-la. A cada não rebatida da bola ou no caso de esta bater duas vezes no chão, o ponto é da equipe adversária.

Gabriel Heck, com seus precisos ataques, vem sendo peça fundamental na equipe ginasticana. Valentim Weber/Divulgação


O punhobol é jogado no sistema de sets conforme o voleibol de quadra, sendo três ou cinco, com um total de 11 pontos fixos. Além disso, pode ser jogado por tempo corrido. Vence quem tiver maior pontuação no final.

O jogo oferece regras simples e diferentes alternativas de adaptação de equipamentos e espaços para ser praticado no ambiente escolar e em quadras. 

O esporte tem sido adotado no contra turno das escolas públicas.  


Quando o jogo apareceu por aqui

Os primeiros registros do punhobol no Brasil começaram em 1906, com o professor de educação física George Black, da Alemanha, que demonstrou o esporte durante apresentações do método de ginástica Turnen, daquele país.

Outro registro sobre o punhobol vincula a sua chegada aos primeiros imigrantes alemães que se instalaram nos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

Inicialmente, o aprendizado do esporte ocorria de geração para geração, com a finalidade essencial de preservar as tradições culturais. Os jogos de punhobol faziam parte das comemorações de datas festivas e principalmente visavam à integração das diversas colônias existentes no Brasil.

A primeira quadra de punhobol foi construída no Rio Grande do Sul, na Sociedade de Ginástica de Porto Alegre (Sogipa), que também criou um departamento para o esporte em 1911.

A prática desse esporte desapareceu por muitos anos, em consequência da Segunda Guerra Mundial, visto ser uma atividade tipicamente alemã e, por isso, combatida na época devido ao conflito mundial.

Da década de 1960 em diante, o esporte reaparecia em um evento internacional disputado no país. Em 1961, instituía-se o 1º Sul-Americano, realizado em Porto Alegre e vencido pela Argentina. Dois anos depois, o Brasil conquistou o título no Chile.


Os eventos internacionais também apareciam com a criação do 1º Campeonato Mundial de Punhobol, promovido pela Áustria em 1968. Nessa ocasião, a seleção brasileira obteve a quarta colocação, ficando atrás das antigas Alemanhas Ocidental (1ª),  Oriental (2ª) e também da Áustria (3ª).

Punhobol - Foto: 5ª CRE/Divulgação

As disputas nacionais estabeleciam-se com a criação do 1º Torneio Interclubes do Brasil. Disputado por equipes de Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul, o evento ocorreu em Porto Alegre, em 1973, e teve como vencedora a Sociedade Ginástica de Novo Hamburgo (SGNH).

Os eventos no exterior sucediam-se com o início dos campeonatos sul-americanos interclubes em 1985, disputados todos os anos. A equipe da Sogipa é, entre os clubes, a que detém o maior número de títulos no esporte, obtidos nas edições de 1988, 89, 95, 98, 99 e 2000. A equipe é hexacampeã mundial interclubes.

A partir de 1990, passaram a ser organizadas, no punhobol brasileiro, as Copas Interclubes, que são competições realizadas nos moldes europeus.

O Brasil é considerado uma das grandes potências mundiais no punhobol. Em campeonatos mundiais da Associação Internacional de Punhobol (IFA), a seleção brasileira masculina alcançou títulos mundiais em 1999 e 2003, quatro vice-campeonatos e cinco terceiros lugares. Já a seleção feminina foi campeã mundial em 2010. 

Nos Jogos Mundiais (World Games), evento considerado os jogos dos esportes não olímpicos, a seleção brasileira masculina se tornou campeã em 2001, 2005 e 2009.

No 1º Pan-Americano de Punhobol, disputado em agosto de 2015, em Flanders, New Jersey (EUA), o Brasil foi campeão com suas equipes masculina e feminina. 

As sucessivas conquistas em eventos internacionais no esporte, principalmente nas categorias de base demonstram o trabalho permanente de renovação de atletas e chama a atenção da mídia eletrônica. Um dos bons exemplos é o da equipe feminina do Clube Duque de Caxias, que se tornou hexacampeã no Campeonato Mundial Interclubes de Punhobol de 2017, em Curitiba.

Matheus Lammel é o capitão da equipe masculina da Sociedade Ginástica. Divulgação


O punhobol encontra-se difundido em Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul. Também são encontradas outras iniciativas nos estados de São Paulo e Rio de Janeiro, em especial na cidade de Nova Friburgo (RJ).

O deslocamento de imigrantes alemães e seus descendentes para trabalhar e morar em outras regiões do país também tem contribuído para difundir o esporte. Da mesma forma, observa-se um maior interesse de professores em desenvolver o jogo na formação escolar, conforme vem ocorrendo em São Paulo e Pernambuco.

O desenvolvimento do punhobol tem sido implementado por clubes, com a formação de equipes masculinas e femininas no sul do país, nas suas diversas categorias de base. Além de sua pratica crescer oferecido em escolas públicas, o esporte também é encontrado em projetos educacionais e sociais e jogado como lazer. 

No esporte também pode ser observada a formação de equipes mistas nas escolas, o que favorece a integração de gêneros, cria condições de igualdade de oportunidades à todos, estimula relações interpessoais, espirito de colaboração, convivência harmoniosa e trabalho em equipe.  

            

Organização no Brasil

O punhobol é organizado e dirigido pela Confederação Brasileira de Desportos Terrestres (CBDT).


Organização Internacional

O punhobol é dirigido mundialmente pela Associação Internacional de Punhobol (IFA).

 

 Referências Bibliográficas 

BANDA B. Equipe brasileira feminina vence Mundial Interclubes de Punhobol. Disponível em: https://www.bandab.com.br/esporte/outros/equipe-brasileira-feminina-vence-mundial-interclubes-de-punhobol/. Acesso em: 5 mar. 2018.

CBDT. O que é o Punhobol? Disponível em: https://cbdt.com.br/o-que-e-o-punhobol/.Acesso em: 15 out 2020.

CBDT. Punhobol Escolar em Pernambuco. Disponível em: https://cbdt.com.br/punhobol-escolar-em-pernambuco/#comment-71. Acesso em: 15 out 2020.

COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Punhobol (Faustball ou Fistball). Educação Física. Disponível em: www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=61. Acesso em: 5 mar. 2018.

TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007. 

 

           

 


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