Quimbol: um brasileirinho coletivo, misto e de raquete
“Um esporte de identidade cultural
nacional e misto”
Como
é o jogo?
O quimbol engloba regras e fundamentos oriundos do
voleibol, basquetebol, tênis e futebol.
É jogado por quatro pessoas de cada lado de uma
quadra de vôlei com rede especial, usando-se raquetes e bola semelhantes às do
tênis. O quimbol também pode ser praticado nas praias.
Na quadra de voleibol, utiliza-se o poste de
fixação da rede como limitação de jogo aéreo. Uma rede divide a quadra, com
altura de 2,30 metros para homens e de 2,10 metros para mulheres.
O jogo transcorre em quatro tempos de dez minutos
cronometrados, com os participantes golpeando uma bola pequena com raquetes de
madeira emborrachada. É também possível disputá-lo em sets de 15 ou 25 pontos.
A finalidade é colocar a bolinha, de borracha
macia, dentro da quadra adversária, mas fora do alcance do adversário.
Na recepção do jogo, podem-se usar a raquete, o
solo (quatro vezes durante o set como recurso alternativo), assim como partes
do corpo, com exceção das mãos e dos braços.
Em caso de empate, realiza-se um quinto tempo
(melhor de cinco pontos) sem troca de lados, iniciado pela equipe que marcou o
último ponto.
O jogo pode ser praticado como brincadeira nas
escolas por todas as faixas etárias da grade escolar.
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(Foto:Divulgação) |
Os fundamentos são basicamente sacar, receber,
executar o levantamento e efetuar o ataque na quadra adversária.
O término do jogo ocorre ao final do quarto tempo
com vitória da equipe que obteve maior número de pontos.
Quando
o jogo começou por aqui?
Foi Joaquim Bueno de Camargo quem criou o quimbol na
cidade de Piracicaba (SP). O jogo começou a ser idealizado por Quim no Pontal
de Paranapanema, ainda em 1947.
Quim foi morar em Piracicaba (SP) em 1996, onde um
amigo o presenteou com uma bola de tênis, fato que lhe trouxe um novo estímulo para
continuar a formular as regras do esporte, a criar a bola e o modelo de raquete
e, em seguida, juntar-se a um grupo de amigos e dar início à prática do jogo.
A apresentação do quimbol ao então secretário
municipal de Esportes e Lazer da cidade, Rubens Braga, em 2000, repercutiu na
sua inclusão como matéria da grade curricular de educação física da prefeitura.
O esporte também jogado no Ginásio Municipal Valdemar Blatskauskas.
Um conjunto de fatores contribuiria de forma
efetiva para a difusão do quimbol em Piracicaba, entre eles o apoio da
Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep) ao desenvolvimento científico e à
divulgação do esporte.
O quimbol ganhava âmbito internacional ao aparecer
no 1º Simpósio Científico Cultural en Educación Física y Deportes – Brasil/Cuba,
realizado em 2001, em Cuba, e levado por Wagner Weil Moreira, professor da
Universidade Metodista de Piracicaba (Unimep). Desde então, o esporte tem sido
praticado em Cuba, na Universidad de Camagüey, e coordenado pelo professor
Henrique de Laosa.
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(Foto: Divulgação) |
O quimbol aumentou sua visibilidade ao ser
apresentado na 1ª Conferência Nacional de Esportes, realizada em Brasília (DF),
em 2004. Nesse momento, ele ganhava destaque, por unanimidade, como esporte de
identidade cultural e nacional e o reconhecimento de único esporte de caráter
coletivo jogado com raquete do mundo.
Em 2008, nos Jogos Abertos do Interior (JAI),
em Piracicaba, o esporte ingressou como demonstração, o que lhe garantiu mais popularidade.
A maior adesão das pessoas acabou chamando a
atenção das cidades do interior de São Paulo para o quimbol, aliada à
transmissão do JAI pela ESPN Brasil.
A difusão quimbol se tornou realidade no estado de São Paulo, fato observado na adoção do esporte pelo Sesc-SP em suas unidades. Em núcleos do Programa Esporte e Lazer da Cidade (Pelc), de São Paulo e do Paraná, foram formados líderes e gestores do esporte e lazer como direito de todos.
A difusão quimbol se tornou realidade no estado de São Paulo, fato observado na adoção do esporte pelo Sesc-SP em suas unidades. Em núcleos do Programa Esporte e Lazer da Cidade (Pelc), de São Paulo e do Paraná, foram formados líderes e gestores do esporte e lazer como direito de todos.
O esporte ingressava no rol de atividades
oferecidas no Dia do Desafio –evento gratuito promovido pelas diversas unidades
do Sesc com o apoio da Federação Pan-Americana de Esportes para Todos (Fedapet)
e o Programa Piracicaba Saudável.
Novas perspectivas de desenvolvimento do esporte
apareciam com o início do processo de internacionalização do quimbol, o que
criava novas possibilidades de envolvimento ao chegar a países como o Chile,
Canadá, Estados Unidos, Peru e Dinamarca.
O jogo de quimbol ganhava mais estímulo oferecido
na formação em escolas públicas e particulares, sobretudo no ensino fundamental,
e repercutia no meio educacional no estado de São Paulo.
O esporte passava a ser mais valorizado como
conteúdo nas aulas de educação física e, oferecido no contra turno das escolas
de tempo integral, ganhava o viés de responsabilidade social em São Paulo.
A realização de seminários, palestras, clínicas e
cursos tem sido uma das ações fundamentais para capacitar estudantes e
professores de educação física para a prática do esporte em São Paulo.
O esporte ganhava mais visibilidade e chamou a
atenção da mídia televisiva com a sua exibição no programa Balanço Geral, às
12h50, na TVB Campinas – emissora afiliada à Rede Record.
Da reportagem, participaram, no Ginásio de
Esportes Garcia, atletas e dirigentes, entre eles, Bernardet Bueno de Camargo,
irmã de Quim, e o secretário municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras,
João Francisco Rodrigues de Godoy, o Johnny, também coordenador técnico da
modalidade.
Nas edições do Festival Sesc Verão, o quimbol se
tornou uma das modalidades regularmente disputadas no ginásio do Sesc-Piracicaba.
Esse evento é organizado pela Associação Piracicabana de Quimbol (Apquim), o Sesc-Piracicaba,
a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras (Selam), a Associação
dos Funcionários Públicos Municipais e o Panathlon Club de Piracicaba, todas
entidades que promoveram o quimbol no país.
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(Foto: Divulgação) |
A importância do esporte repercutia na esfera
política, o que levou à criação do Dia Municipal do Quimbol, data comemorada em
14 de agosto de cada ano e instituída no calendário oficial de eventos de
Piracicaba. É uma data de homenagens a professores, praticantes, autoridades e
entidades que se destacaram em ações em favor do quimbol ao longo do ano.
Vou
contar algo mais pra você!
O quimbol, reportando-nos
a Tubino et al. (2007), é um
esporte que pertence a duas correntes esportivas: esportes derivados de outros esportes (por misturar o vôlei, o tênis e o
futebol) e esportes de identidade
cultural (por ser um esporte genuinamente brasileiro).
Uma das características marcantes do quimbol é que
as disputas podem ocorrer em espaços adaptados para o jogo, incluindo uma sala
de aula.
O quimbol também é jogado na areia da praia e
recebe o nome de beach quimbol.
O quimbol é mais um dos esportes de origem
brasileira e mais um jogo disputado com raquetes.
Entre as características que o diferenciam de
outros esportes, despontam a formação de equipes mistas e o seu caráter
coletivo. É marcante a utilização do corpo (com exceção de
braços e mãos) para recepcionar a bola, possibilitando ajeitá-la depois do
quique no chão, sem que isso conte como toque (somente o da raquete), o que torna
o jogo mais dinâmico.
Vamos reforçar dois detalhes elementares
nas regras do quimbol. O último contato da bola para a quadra adversária
deve ser executado com a raquete. O rodízio é feito, no sentido horário, pela
equipe que perder o ponto, tantas vezes quanto perder, consecutivas ou não.
O esporte é coletivo e com formação
de equipes mistas (de homens e mulheres). Esse é um dos elementos
diferenciadores do quimbol, uma das tendências esportivas em curso na sociedade
mundial, em especial no Brasil, neste século.
Essa tendência, que se consolida no
cenário brasileiro, também se observa em diversos outros esportes integrados
por ambos os sexos.
O blog
alquimiadoesporte.blogspot.com, em nova oportunidade, trará o tema em
exposição!
Os benefícios do
esporte!
O quimbol traz diversos
benefícios à saúde e à qualidade de vida, com a melhoria da condição muscular e
cardiorrespiratória.
Trata-se de um esporte coletivo que desenvolve o
trabalho em equipe e promove a cooperação, a relação interpessoal, o espírito
de coesão social (grupo), a busca por objetivos comuns e a divisão de
responsabilidades. Além disso, fortalece a confiança e melhora a comunicação, a
capacidade de iniciativa e a resolução de problemas, entre outros
aspectos.
Um conjunto de qualidades físicas pode ser
observado nos esportes coletivos, em especial no quimbol. Entre elas, estão:
velocidade; força; coordenação; agilidade; ritmo; resistência muscular
localizada, aeróbica e anaeróbica; flexibilidade e descontração.
Onde praticar o
quimbol!
O esporte pode ser encontrado na
formação educacional, nas aulas de educação física (como iniciação esportiva),
em projetos e programas de responsabilidade social, em treinamentos regulares
com fins de competição e na formação profissional.
O jogo também se desenvolve como lazer
e competição em clubes, escolas, centros de lazer, associações comunitárias,
praças e parques, além de praias, principalmente no estado de São Paulo.
Em processo de esportivização, o quimbol tem se
desenvolvido com o acompanhamento de suas regras e seus regulamentos e sua
divulgação em escolas, clubes e jogos abertos.
Referências
Bibliográficas
BOLLIS,
L. Prefeitura do Município de Piracicaba. Do karatê ao quimbol, esporte de
Piracicaba é destaque na TV brasileira. Disponível em:
http://www.piracicaba.sp.gov.br/imprimir/do+karate+ao+quimbol+esporte+de+piracicaba+e+destaque+na+tv+brasileira.aspx.
Acesso em: 18 jun. 2020.
COSTA,
L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape,
2004.
ESPN.
Jogos Abertos do Interior ao vivo na ESPN Brasil. Disponível em:
http://www.espn.com.br/noticia/14246_jogos-abertos-do-interior-ao-vivo-na-espn-brasil.
Acesso em: 1 8 jun. 2020.
TUBINO,
M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino
do esporte. São Paulo: Senac, 2007.
UNIMEP.
Educação Física 2012. Quimbol. Disponível em:
https://edfisicaunimep2012.webnode.com/news/quimbol/. Acesso em: 18 jun. 2020.
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