Corrida Aérea: um circuito aéreo em velocidade elétrica!


(Foto: Divulgação)


“Corrida Aérea: a evolução aérea com a energia elétrica”

Por Fernando Garrido


Como é o esporte?
A nova corrida aérea é composta por aeronaves de modelo e-Racer, um retrofit das vencedoras do White Lightning das corridas de Fórmula 1, nas décadas de 1980 e 1990.
Nas especificações da aeronave, estão a potência de 150 kW, com uma bateria de aproximadamente 20 kWh. Ele também pesa 375 kg, sendo um avião com motorização completamente elétrica.
Na Dubai Air Show, realizada em novembro de 2019, ocorreu a primeira aparição pública do e-Racer, com uma competição inaugural da série de corridas Air Race E.
As corridas serão disputadas em circuito fechado e demarcado por cones. Oito aviões voarão simultaneamente ao redor de um circuito de 5 km, a apenas 10 metros acima do solo e em velocidades de até 450 km/h.
As aeronaves elétricas classificadas como experimentais serão projetadas especificamente para corridas. O modelo do regulamento deverá seguir padrão semelhantes aos adotados pelas modalidades no automobilismo, com os aviões sendo construídos segundo normas padronizadas, incluindo performance, propulsão, entre outros.    
Os fabricantes de aviação em escala global foram convidados, e os engenheiros e suas equipes de todo o mundo estão construindo novos conceitos de powertrain baseados nas regras técnicas do esporte.
A corrida aérea se propõe a ser uma ferramenta para o avanço do desenvolvimento da tecnologia elétrica em aeronaves comerciais, entre outras. A Air Race E deve despertar o espírito de competição pioneiro na aviação com os aviões totalmente elétricos.

(Foto: Divulgação)

A essa altura, podemos relembrar como acontecia a corrida aérea com aviões com motores a combustão de energia fóssil por um circuito de cones em disputas individuais.
O tempo da prova é contado a partir da decolagem do piloto, da execução do circuito e do pouso. A decolagem, a aproximação, o afastamento e o pouso não contam para o tempo final do piloto.
Na execução do circuito, o conjunto avião-piloto tem que fazer curvas, subidas e descidas e passar por uma série de portais em uma ordem pré-determinada. Os portais distantes um do outro obrigam o piloto a ir e voltar e realizar várias manobras acrobáticas com o avião a fim de posicioná-lo para o ataque a um novo portal.
Os portais são demarcados por cones de ar instalados, formando as estações estabelecidas do circuito aéreo. Os cones têm 25 metros de altura, 5 metros de diâmetro na base e 75 centímetros de diâmetro no topo. Os cones são ocos e vazados na base e no topo com um poderoso ventilador movido a gasolina, que sopra continuamente para que ele mantenha a sua forma.
Os portais podem ter um único cone, que deve ser contornado, e aqueles compostos por dois cones, entre os quais o piloto deve passar. As marcações no cone único determinam se ele deve ser contornado pela direita ou pela esquerda, e marcações nos cones duplos determinam se o piloto deve passar com as asas na horizontal ou na vertical. Os cones que devem ser transpostos na horizontal ficam separados 15 metros um do outro, enquanto os que devem ser transpostos na vertical são espaçados em 10 metros. O cone também possui uma linha cheia, de cor diferente do restante do cone, indicando que o avião deve passar sempre abaixo do nível dessa linha.
As penalidades durante a prova determinam a pontuação ao final e, consequentemente, podem determinar o vencedor da prova. O piloto perde ponto em segundos ao atacar o cone de forma errada, atingir o cone, não andar na velocidade exigida por regulamento, voar alto ou baixo demais, voar fora do circuito e não soltar fumaça. O menor tempo total da realização do percurso leva o piloto à vitória, descontadas as penalidades.
 As competições têm as fases de: reconhecimento da pista, qualificação para estabelecer a ordem de largada e a competição em si. Os pilotos recebem pontos durante as etapas que, somadas, determinarão o vencedor ao final da temporada. A ordem de pontuação, do primeiro ao décimo, é de 15, 12, 9, 7, 6, 5, 4,3,2,1.
Os aviões usados são do mesmo tipo para a acrobacia; têm 7,6 metros de envergadura e velocidade máxima entre 406 e 426 km/h.

Quando o esporte apareceu por aqui?
            As primeiras corridas aéreas (raids) apareceram no Rio de Janeiro, em 1920. Um dos mais famosos pilotos, Arnaldo Guinle estava associado ao Aero Club Brasileiro, Aeroclube do Campo dos Afonsos e outros.

(Foto: Divulgação)

            Os raids, conforme eram conhecidos, envolviam distâncias a serem percorridas entre cidades espalhadas pelo país. Uma das corridas famosas era realizada do Rio de Janeiro até Porto Seguro (BA), além de Campos (RJ) a Porto Seguro (BA).
Os aviões usados tinham fabricação nacional, do tipo Bandeirante. Na competição, era estabelecida uma passagem obrigatória em um campo de pouso, em Saquarema (RJ). Uma das primeiras escolas no país a brevetar pilotos foi a do Fluminense Yacht Club (FYC), associação que se tornou depois conhecida por Iate Clube do Rio de Janeiro (ICRJ), em 1943. Nesse local foi instalada a Escola de Aviação do FYC.
Por essa época, várias escolas de aviação já estavam fundadas e participavam das corridas aéreas: Escola de Aviação do Calabouço, Escola Brasil de Manguinhos, Aero Club do Rio de Janeiro, Aero Club de São Paulo e a do FYC, entre outras. O campo de pouso do FYC, que servia de apoio à realização dos eventos e de treinamentos, localizava-se entre a ponta da enseada de Botafogo e o Quadrado da Urca, segundo BARROSO, H. (2014).
            As corridas aéreas reapareceram em 2007, no país, realizadas sob um novo formato. Uma das etapas do Circuito Mundial de Corrida Aérea foi realizada no Rio de Janeiro, na enseada de Botafogo, denominado Red Bul Air Race World Series, evento que novamente retornou ao local em 2010.

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Em 2010, a corrida aérea mundial teve a presença do brasileiro Adilson Kindlemann. Ele foi o primeiro piloto sul-americano da história da competição Red Bull Air a integrar a categoria principal.
Depois de três anos sem a competição mundial de corrida aérea, o esporte retornou em 2014. Foi introduzida a categoria Challenger Class na corrida aérea. Essa categoria passou a ser considerada a porta de entrada aos novos pilotos para a tradicional master class.
Em 2015 e 2016, a corrida aérea ou air race teve novo piloto brasileiro, exatamente na categoria de acesso, a Challenger Class Cup. O gaúcho Francis Barros começou a disputa da competição em Spielberg (Áustria), a segunda etapa do campeonato. 
Efetivamente, o campeonato mundial de corrida aérea nunca teve piloto brasileiro como participante regular da Red Bull Air Race – a Fórmula 1 dos Ares, categoria principal, mas tinha, entre os membros da equipe Team Bonhomme (Time Bonhomme), alguns brasileiros pesquisadores do Centro de Estudos Aeronáuticos (CEA) e da Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) desde 2010.  Por sinal, os pesquisadores brasileiros estão integrados às competições da Red Bull Air Race desde 2008.
Em 2015, a aeronave pilotada pelo britânico Paul Bonhomme, ao obter a conquista de quatro das oito etapas disputadas, venceu a temporada. Um feito que levou toda a equipe Team Bonhomme ao pódio que é integrada por brasileiros desde 2010. O professor do curso de engenharia aeroespacial do Departamento de Engenharia Mecânica, Paulo Iscold, também coordenador do curso e de sua equipe de pesquisadores, promoveu mudanças no avião, de nove metros de envergadura e fabricação norte-americana. O avião teve parte de sua estrutura em fibra de carbono produzida no campus da Pampulha (BH).
O piloto brasileiro Francis Barros competiu no esporte na categoria de acesso Callenge, em 2015 e 2016.
A desistência da Red Bull de patrocinar a Air Race Championship em 2019 abriu caminho para a criação de nova competição em 2020.
Surgia a Air Race E, em parceria firmada entre a Airbus e a Air Race Events, com o uso de motores elétricos e modelo de disputas semelhante ao das corridas automobilísticas.
Um dos objetivos da parceria é dar mais visibilidade à produção de motores elétricos para aeronaves. Visa-se estimular a pesquisa, o desenvolvimento de equipamentos e materiais, além da criação (inovação) de motores potentes com novas tecnologias de alta performance envolvendo parcerias entre as instituições aeronáuticas e acadêmicas.  

(Foto: Divulgação)

 A corrida aérea tem sido disputada em circuito (etapas) percorrendo alguns países anualmente até a definição do seu vencedor.

Organização no Brasil
A Comissão de Aerodesporto Brasileira (CAB) é uma entidade esportiva que coordena e organiza todos os aspectos relativos à prática e à gestão das modalidades aerodesportivas no território brasileiro.
            A Associação Brasileira de Acrobacia e Competições Aéreas (Acro) é a entidade máxima do esporte no Brasil.

Organização Internacional
            A Formula Air Racing Association (Fara) e a Association de Pilotes D’Avion de Formules (Apaf) são as duas entidades que regem competições aéreas no exterior.

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Referências Bibliográficas
ABAG. Avião de corrida elétrico é apresentado pela Airbus durante o Dubai Airshow 2019. Disponível em: https://abag.org.br/2019/11/22/aviao-de-corrida-eletrico-e-apresentado-pela-airbus-durante-o-dubai-airshow-2019/. Acesso em: 22 ago 2020.
Aeromagazine. Corrida aérea com aviões elétricos deverá ser modalidade mais intensa da competição mundial. Disponível em: https://aeromagazine.uol.com.br/artigo/corrida-aerea-com-avioes-eletricos-devera-ser-modalidade-mais-intensa-da-competicao-mundial_3844.html. Acesso em: 21 ago 2020.
Átomo: Corrida Aérea. Disponível em: atomo.blogspot.com › Esportes Aéreos. Acesso em: 19 mar 2018.
BARROSO, H. Na Praia da Saudade - Parte II by Helio Barroso – issuu. Disponível em: https://issuu.com/helbarr/docs/na_praia_da_saudade-parteiired. Acesso em: 16 mar 2019.
COSTA, L.P da (Org). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
TUBINO, M. J. G; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte. Senac: São Paulo, 2007.
VINHOLES, T. Corrida Aérea Red Bull será encerrada neste ano - Airway. Disponível em: https://www.airway.com.br/corrida-aerea-da-red-bull-sera-encerrada-neste-ano/. Acesso em: 21 ago 2020.
_________. Airbus e Air Race 1 anunciam criação de corrida de aviões elétricos – Airway. Disponível em: https://www.airway.com.br/airbus-e-air-race-1-anunciam-criacao-de-corrida-de-avioes-eletricos/. Acesso em: 21 ago 2020.



























































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