Canoas Havaianas / Outrigger: um ritual à natureza!
Por: Fernando Garrido
Como é o esporte?
Também conhecido por outrigger, va’a ou canoas polinésias, o esporte se desenvolve em canoas do tipo V1, 2, 3, 4, 6 e 12, conhecidas como canoas va’a – duplas.
As canoas medem 50 centímetros de largura e possuem entre 12 e 14 metros de comprimento. Elas comportam 1, 2, 3, 4, 6 ou 12 remadores, podendo ou não ter cookpit e leme. Pesam entre 150 e 200 quilos e dispõem de um estabilizador lateral (ou a’ma), fixado por duas traves de madeira chamadas de iatos ou i’akos. Outra modalidade conhecida é a outrigger canoe (OC), utilizada de forma individual ou por equipes de 2, 3, 4, 6, 10 ou 12 remadores, com ou sem leme.
A modalidade a vela contém mastro e um terceiro casco, que dão suporte à vela. A modalidade catamarã compreende duas canoas, normalmente utilizadas para aulas. As canoas transportam de 10 a 12 pessoas.
As competições são conhecidas por regatas e ocorrem em mares, lagoas, rios e represas, com provas de tiro em águas calmas (abrigadas) e raias definidas. As provas de resistência ou iron são realizadas por equipes de, no máximo, 6 remadores, sem revezamento. A prova de maratona deve ter um trajeto superior a 20 quilômetros, com revezamento.
(Foto:Reprodução/Redes Sociais)
Os eventos e as provas são estabelecidos por regras e regulamentos específicos para cada modalidade. Podem ocorrer regatas com distâncias de até 3 mil metros entre boias.
Vence o barco que cruzar a linha de chegada primeiro, de acordo com as regras e regulamentos estabelecidos.
Quando o esporte chegou aqui?
Foi Ronald Zander Williams que introduziu o outrigger no Brasil, trazendo-o para o Rio de Janeiro em meados da década de 1990. Os primeiros contatos com o esporte ocorreram em 1992, quando Ronald foi participar de competições no Canadá e nos Estados Unidos (EUA).
Com a chegada da canoa polinésia Lanakila ao Rio, em novembro de 2000, importada dos EUA por Ronald e Sergio Keningsfeld, marcou-se o efetivo desenvolvimento do esporte no país.
(Foto:Leandro Ciceri)
(Foto:Leandro Ciceri)
A partir da aquisição da canoa Pacific Islands (de 46 pés), em Newport Beach, Califórnia (EUA), foi criado, em 1999, o primeiro clube na América do Sul – o Outrigger Rio Clube (ORC) ou Rio Wa’a Nui Hoe. O clube foi fundado por Ronald, na Praia Vermelha, localizada no bairro da Urca (RJ).
Os primeiros passos da organização do esporte no país foram marcados pela formação de grupos de remadores nas cidades de Rio de Janeiro e Santos (SP) e pela fundação da Associação Brasileira de Outrigger (Abro) por Ronald no final do século 20.
Por essa época, também começaram a ser construídas as primeiras embarcações por empresa nacional, o que favoreceu a difusão do esporte pelo país. As primeiras canoas outrigger brasileiras, cópias da Lanakila, foram produzidas pela Opium Fibrglass, de Santos, sob o modelo OC-6, com capacidade para seis remadores.
A realização das primeiras competições de outrigger no Brasil representou um divisor de águas para o esporte. Em 2001, organizou-se o 1º Campeonato de Canoas Havaianas Aloha Santos (SP), que teve como vencedora a equipe do Paulistano. Integravam o time os canoístas: Maurício, Frederico, Leonardo, Coelho, Fábio Paiva e Roberta Borsari. Os atletas completaram o percurso de 80 quilômetros, de Santos a Barra do Sahy, em cerca de dez horas.
(Foto: Guga Malheiros)
(Foto: Guga Malheiros)
Dois grandes eventos também ajudaram a promover o esporte: o 1º Campeonato Brasileiro de Outrigger, realizado em Santos pela empresa Canoa Brasil, de Fábio Paiva, e a Ecomotion Fair, em Angra do Reis (RJ), ambos em 2001.
A formação de clubes, a organização de competições e a grande quantidade de canoas havaianas fabricadas pela empresa Opium Fiberglass, de São Paulo, que competiam, tornavam uma realidade o caminho do esporte no país.
Em 2002, ocorreram as primeiras representações brasileiras de outrigger em competições internacionais, com participação do ORC na prova La Porquerollaise (de 67 quilômetros), na Riviera Francesa (França).
Também no mesmo ano, realizou-se a Rio Va’a, primeira prova oficial de outrigger no estado do Rio de Janeiro e na América Latina. Foi durante a 57ª Regata da Escola Naval, na Praia Vermelha.
A presença do Brasil em eventos no exterior intensificava-se em 2003 com sua estreia na maior prova de canoagem polinésia do mundo, em Kona (Havaí). A equipe era integrada por Nicolas Bourlon, Marcelo Depardo, Clóvis Racy, Pedro, Paulo Cordeiro e Rogério Martins.
(Foto: Divulgação)
A presença feminina no outrigger brasileiro sobressaía-se com participação recorde de mulheres no Campeonato Brasileiro de Canoas Havaianas Costa dos Alcatrazes (SP), organizado também em 2003. Em destaque, Marina Verdini, Carmen Lúcia Silva, Gisele Volpi, Patrícia Feldmann e Roberta Borsari, detentora de vários títulos na canoagem brasileira.
A organização e direção das canoas havaianas pela Abro, no Rio de Janeiro, e pela Associação Brasileira de Canoas Havaianas (Abracha), em São Paulo, ambas de caráter nacional, possibilitaram o ingresso do esporte nas disputas dos Jogos Brasileiros de Esportes de Aventura, em 2004, evento organizado pela Associação Brasileira de Esportes de Aventura (Abea).
O
Brasil sediou o Campeonato Mundial de Va’ a (canoas polinésias) em agosto de
2014, disputado no Estádio de Remo da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de
janeiro.
Os
atletas brasileiros alcançaram expressivos resultados nas canoas individuais (V1),
com 6 atletas (V6) e com duas canoas acopladas (V12). As conquistas de medalhas
conduziram a representação brasileira a quarta posição geral.
Em 2015, o Brasil participou da corrida oceânica entre as ilhas de Molokai e Oahu, um dos eventos mais importantes e tradicionais do calendário havaiano. Com a canoa Samu Team Brazil, os brasileiros conseguiram o décimo lugar entre 98 participantes.
A popularização das canoas havaianas va’a favoreceu a criação da Confederação Brasileira de Va’a (CBVAA) em 2017. A modalidade era dirigida até então pela Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa).
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(Foto: Divulgação) |
O outrigger
atualmente é oferecido em associações, clubes e núcleos de praticantes como
formação (educacional, social com projetos e programas e profissional), lazer (estilo
de vida ativo e saúde) e competição desempenho (iniciação esportiva, treinamento regular e
alto rendimento).
O outrigger pode ser
encontrado praticado no Distrito Federal e nos estados de São Paulo,
Espírito Santo, Rio de Janeiro, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Bahia, Alagoas, Ceará, Paraíba e Amazonas.
Os benefícios do esporte?
Trata-se de um esporte da corrente “natureza, aventura e radical” (TUBINO et al., 2007)
Atua em favor da criação de espírito de equipe, estimulando um ambiente harmônico;
Melhora a condição física, cardiorrespiratória, mental e emocional, além de combater a ansiedade, o estresse e a depressão;
Desenvolve a compreensão, a paciência e a contemplação devido ao contato com a natureza;
Fortalece a consciência ambiental e a sustentabilidade;
Favorece a aquisição de um estilo de vida ativo, promovendo bem-estar e qualidade de vida;
Exige foco no cumprimento da missão almejada, elaboração de estratégias para alcançar objetivos, comprometimento, enfrentamento de desafios e formação de liderança;
Proporciona estreita relação com empresas ao gerar novos negócios, retorno de investimentos e visibilidade para marcas, produtos e serviços;
Chama a atenção das pessoas pelo tipo exótico de embarcação na água, com desempenho veloz, contornos, cores e remadas cadenciadas e sincronizadas em exuberante deslize sobre a água. Uma tela pintada em cenário de paisagem natural.
Onde encontrar o esporte?
O esporte tem sido oferecido por associações de atletas, clubes tradicionais, núcleos de remadores, e por profissionais especializados em crescimento virtuoso por todo o litoral e águas interiores do país.
É um dos candidatos a despontar no gosto das pessoas e, portanto, a ser oferecido por empresas gestoras de viagens, turismo, hotelaria e atividades físicas e esportivas. Desse modo, o indivíduo tem a opção de assistir, participar, e, até mesmo, competir, seja como opção de lazer, formação ou alto rendimento.
Nas cidades turísticas, por exemplo, favorece amplas possibilidades de parcerias, como entre a rede hoteleira, a gastronomia e as prefeituras, ou mesmo, entre empresas prestadoras de serviços de atividades físicas e esportivas e as de aluguel de produtos especializados.
O esporte pode ser encontrado também em estabelecimentos que ofereçam instrução básica de lazer, com acompanhamento de guia ou instrutor especializado.
Vou contar algo mais pra você!
O outrigger carrega uma série de rituais tradicionais, entre eles:
O outrigger carrega uma série de rituais tradicionais, entre eles:
- o grito de troca de remada;
- o batismo da embarcação pela primeira vez na água;
- as rotinas de todos ao lidar com a embarcação antes, durante e depois do treino;
- a observação constante à segurança;
- o respeito mútuo.
Cuidados para você
começar a remar!
Locais de prática do esporte!
· é essencial saber nadar;
· se oriente com o médico para dar início na atividade;
· use protetor solar;
· hidrate o seu corpo com água, etc;
· adote alimentação saudável.
A Canoa
Havaiana é um esporte radical, aventura e natureza em franca expansão na
sociedade brasileira. Uma grande oferta de locais de prática do esporte se
espalha por todo o litoral e águas interiores do país.
Oferecemos a
você uma lista dos lugares de prática onde podem ser encontrados grupos/clubes.
Ela foi elaborada por bairros. Escolha um deles e curta as belas paisagens
naturais.
Na cidade do
Rio de Janeiro você pode encontrar!
Barra
da Tijuca
Copacabana
Urca
Praia
Vermelha
Botafogo
Flamengo
Glória
(Marina da Glória)
Lagoa
Rodrigo de Freitas (com 3 points)
Ilha
do Governador
Organização no Brasil
Em 2017, a modalidade de canoagem va’a criou a sua própria entidade, a Confederação Brasileira de Va’a (CBVAA).
Organização Internacional
A Federação Internacional de Va’a (IVF) é a entidade máxima do esporte no mundo.
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Procure os esportes adequados aos seus gostos e pratique-os regularmente! Escolha entre as centenas que estão ao seu dispor e de acordo com as suas condições físico-orgânicas e socioeconômicas.
Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!
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CAMPOS, C. Feito inédito para canoa havaiana do Brasil. Disponível em: https://revistatrip.uol.com.br/trip/canoa-havaiana-brasileira-faz-historia. Acesso em: 27 jun. 2018.
CANOA CAIÇARA. Canoa Havaiana, Va'a, Wa'a, Outrigger ou Canoa Polinésia. Disponível em: https://www.canoacaicara.com/single-post/2016/07/18/Canoa-Havaiana-Vaa-Waa-Outrigger-ou-Canoa-Polin%C3%A9sia. Acesso em: 27 jun. 2018.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CANOAGEM. Regulamento. Disponível em: www.canoagem.org.br/pagina/index/nome/regulamento/id/152. Acesso em: 27 jun. 2018.
______. Va’a ou canoa polinésia chega oficialmente ao Brasil. Disponível em: http://www.canoagem.org.br/imprensa/noticia/titulo/va_a_ou_canoa_polinesia_chega_oficialmente_ao_brasil/paginas_id/166/noticias_id/1264. Acesso em: 5 mar. 2018.
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
FRANCIS SWIM. Canoa havaiana, esporte que surgiu no triângulo polinésio cresce no Brasil. Disponível em: http://www.francisswim.com.br/fs/canoa-havaiana-esporte-que-surgiu-no-triangulo-polinesio-cresce-no-brasil/Acesso em: 27 jun. 2018.
RIOVA’A. Primeiro Clube de Canoa Polinésia do Brasil - Rio Va'a. Disponível em: www.riovaa.com/Acesso em: 27 jun. 2018.
SESTARO, J. História da Canoagem: Modalidade – Va’a, O que é Canoa Havaiana ou Va’a? Disponível em: https://www.sestaro.com.br/o-que-e-canoa-havaiana/. Acesso em: 12 nov. 2019.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007.
WILLIAMS, R. Z. Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 2001.
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