Bumerangue: há os que voam e não voltam e há os que voam e voltam!


"Uma ferramenta de caça e da guerra virou esporte!"




Como o esporte acontece?
No esporte há diferentes modelos de bumerangue e tipos de provas, estando entre elas: a pegada rápida, a precisão, o máximo tempo no ar, o enduro, as pegadas acrobáticas, o malabarismo, o super catch, o Australian round e a distância, realizadas de forma individual e em duplas e em ambientes fechados (indoor) e ao ar livre.
É um esporte que se caracteriza pelos diferentes tipos de arremessos do bumerangue. Há formas de jogar e de pegar no retorno, de tempo no ar, de acerto em alvo do bumerangue, entre outras possibilidades de competições estabelecidas nos regulamentos e regras. Há ainda modelos de bumerangues que não retornam às mãos sendo muito utilizados em provas de medir a distância do lançamento.
As pegadas acrobáticas (ou trick catch) são uma modalidade cujo objetivo é fazer dez pegadas diferentes em dez arremessos. São arremessados dois bumerangues juntos, que devem ser pegos cada um de maneira diferente, sendo as pegadas também pré-estabelecidas pelo árbitro em uma sequência oficial.
Na prova de precisão (ou accuracy), o objetivo é fazer com que o bumerangue caia o mais próximo possível de um círculo de 2 m de raio. Não se deve apanhá-lo ou interceder para que caia.  Deve-se deixá-lo cair no chão para que o juiz confira onde a queda ocorreu e dê a pontuação devida. Cada arremessador tem cinco arremessos a serem feitos, e somam-se os pontos obtidos.
Na prova de pegada rápida (ou fast catch), o arremessador deve lançar e pegar o bumerangue cinco vezes, no menor tempo possível. O tempo-limite para estas cinco pegadas é de 1 minuto.
No enduro (ou endurance), a prova de arremesso do bumerangue deve ser efetuada por 5 minutos consecutivos, sendo vencedor o atleta que conseguir fazer o maior número de pegadas neste tempo.
No Australian round, somam-se os pontos de distância que o bumerangue atinge com seu local de pegada e, ainda, com os pontos de precisão.
O maior tempo no ar (MTA) compreende o arremesso de um bumerangue especial, que tem uma flutuação excepcional, fazendo-se com que ele permaneça o maior tempo em voo.
O campo de arremesso deve ser em uma área aberta e o mais plano possível, com o terreno demarcado para a realização das provas. São demarcados círculos (conhecidos como raias) de 2, 4, 6, 8, 10, 20, 30, 40 e 50 m de diâmetro. A raia mais central, de 2 metros, é conhecida como Bull-eye.
Nas modalidades pegadas acrobáticas, em dupla, pegada rápida e enduro, são utilizadas as raias de 2 e 20 m. Na modalidade precisão, são utilizadas as raias de 2, 4, 6, 8, 10 e 20 m.
O arremesso deve ser feito do círculo central, com 2 m de raio, estando o arremessador com os dois pés dentro deste círculo. A pontuação e o arremesso somente podem ser considerados válidos quando o bumerangue atingir ou ultrapassar a marca do círculo de 20 m de raio. A pegada é válida quando o arremessador tiver o controle absoluto do bumerangue, sem que este tenha tocado o chão.
Na essência do esporte estão os recordes em todas as suas provas onde são computados elementos aferidos, catalogados e premiados em distância percorrida, tempo no ar.  

Quando o esporte apareceu por aqui?

          O bumerangue (em inglês, boomerangue) é um esporte da vertente “Identidade Cultural” da Austrália (TUBINO, et al, 2007) que foi trazido ao Brasil por um médico australiano que veio participar de um congresso médico em São Paulo na década de 1950. 
Nessa ocasião, ele deu de presente um exemplar a Carlos de Campos Pagliuchi, médico radiologista, precursor do esporte no país. O entusiasmo do Dr. Pagliuchi com o presente levou-o a dar início a arremessos do bumerangue como hobby e, em seguida, a fabricá-lo para presentear amigos.
Em 1980, os arremessos de bumerangue estavam sendo praticados por Joana Dark no Parque Ibirapuera (SP) fato que chamou a atenção de Carlos Martini Filho, o Magrão. Foi então que ele resolveu pedir o equipamento emprestado para realizar algumas tentativas. Depois de tê-lo quebrado, resolveu comprar um para devolver a menina, mas não entrou. Intrigado com o fato, resolveu começar a fabricar bumerangues.
Nos primeiros contatos com o Dr. Pagliuchi, Magrão teve o estímulo para difundir o esporte no Brasil. As primeiras demonstrações do bumerangue fabricado por Magrão apareciam em feiras, exposições, aberturas de jogos colegiais, programas esportivos de televisão, revistas, palestras e jornais.
Em 1983, foi fundado o primeiro clube exclusivo do esporte, o Bumerangue Clube do Brasil (BCB), em São Paulo. Esse clube teve imediato reconhecido internacional.
Em homenagem ao Dr. Pagliuchi, foi realizado o primeiro campeonato de bumerangue do Brasil, organizado por Carlos Martini em São Sebastião (SP) em 1990. Esse evento teve a presença de 350 participantes. Na ocasião, foram vencedores Célia Santos, na categoria feminina adulta, e Marco Aurélio Bueno, na masculina.


A presença de representantes brasileiros em competições internacionais teve início com a participação de Carlos Martini, que obteve o primeiro título do esporte. Tal feito ocorreu nos Estados Unidos, na competição conhecida por STH Annual North East Ohio Tournament, em agosto de 1990, com a conquista do segundo lugar na prova de precisão.
Em 1991, apareciam as primeiras competições em algumas cidades do estado de São Paulo, entre elas: Campo Limpo Paulista, Campinas, Americana, Piracicaba e Santos e, pouco mais tarde, Vilhedo. 
Ainda em 1991, Magrão participou do Campeonato Mundial do Esporte, realizado na Austrália, obtendo o 48º lugar individual e o 5º lugar por equipe, integrado à da Suíça. Por essa época, foi também um dos responsáveis pela fundação do Clube Mundial de Bumerangue, na Austrália, e representante desse clube para a América Latina durante dois anos.
A presença de Magrão no Rio de Janeiro em 1993 possibilitou ao encontro com o professor Fernando Garrido, na Escola Naval. Nessa ocasião, Magrão pôde contar a história sobre o desenvolvimento do esporte no país, mostrar os tipos de bumerangues, fazer arremessos no campo de esportes, e presentear o professor com alguns exemplares.
O esporte chegava ao meio acadêmico em 1996. Na ocasião, Magrão teve a responsabilidade de introduzir o bumerangue como matéria de Física e de Aerodinâmica no Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
O desenvolvimento do esporte levou à sua estruturação organizacional com a fundação da Associação Brasileira de Bumerangue (ABB) em 2004, também criada por Magrão. Ainda em 2004, Ricardo Bruni Marx competiu no campeonato americano, na modalidade distância, alcançando o título de campeão.


O 1º Campeonato Brasileiro de Bumerangue ocorreu em maio de 2005, no Parque Ecológico do Tietê (SP). Tales de Oliveira foi o campeão do evento, seguido por Carlos Freitas e Tiago Almeida. Nesse mesmo ano aconteceu o 1º Campeonato Pan-Americano de Bumerangue organizado por Magrão no país.
Em substituição à ABB, em 2007, surgiu a Federação Brasileira de Bumerangue (FBB), também criada por Magrão. Nesse mesmo ano, aconteceu o 1º Campeonato Brasileiro Indoor da FBB, em São Paulo, competição realizada no Sesc Pompéia (SP). O evento foi vencido por Luiz Carlos (Sanca).
O 1º Aberto de Bumerangue da Cidade de São Paulo, promovido pela FBB, foi disputado em novembro de 2009. 
O 1º Circuito Nacional de Bumerangue, realizado em 2010, foi disputado por etapas que percorreram as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, São Carlos, Pirassununga e, novamente, São Paulo. As finais do circuito foram realizadas no Parque do Povo, na capital paulista. O vencedor foi André Caixeta (MG). O segundo lugar ficou com Thiago Nicacio, de Franca (SP), seguido do carioca Paulo Machado. O esporte demonstrava vigor, promovido pela FBB e com o patrocínio do Banco Santander.
    Em 2012, aconteceu na cidade de Itú/SP, a 15ª edição do Campeonato Mundial de Bumerangue, evento realizado pela primeira vez no Brasil.
    O primeiro brasileiro a conseguir o título de campeão mundial de bumerangue foi André Caixeta Ribeiro, no Boomerang Word Cup, em Perth, Austrália, em 2014 alcançando a posição na colocação geral e no torneio individual.
    Nos últimos anos a pratica do bumerangue cresceu como atividade de lazer, de formação educacional e social, e principalmente como competição. A maior oferta de encontros, clínicas, encontros-treinos, e eventos regionais pelo país.
      A difusão do esporte observa-se pelo crescimento da fabricação nacional dos equipamentos, o uso de novos materiais e a oferta de novas variedades de modelos; o patrocínio de eventos por empresas especializadas; o envolvimento do esporte em ações de caráter educacional, e social; a formação de novos atletas e o aumento da oferta de competição regionais, conhecidas por desafios, encontros-treinos e festivais, além de nacionais. 
            A oferta de aulas práticas, a criação de oficinas de fabricação de bumerangues, a possibilidade de orientação técnica para elaborar um equipamento adequado, e liberdade de criar um equipamento personalizado, pintado e desenhado, são fatores que estimulam a participação, e despertam o gosto pelo esporte seja ele qual for! 
          Todos esses fatores colocaram o país como destaque do desenvolvimento do bumerangue em âmbito mundial. 










Organização no Brasil
O esporte é organizado e dirigido no Brasil pela Federação Brasileira de Bumerangue (FBB).

Organização Internacional
A Federação Internacional de Associações de Bumerangue (IFBA) é o órgão responsável pela organização e direção mundial do esporte.



Acompanhe a nossa agenda de negócios. Invista nessa ideia!
- Fotos e vídeos
- Produtos e serviços
- Blogs parceiros
- Empresas parceiras
- Profissionais parceiros
Patrocinadores
- Onde praticar 
- Points do esporte
- Eventos esportivos nacionais e internacionais
- Grandes nomes do esporte
- Notícias em geral
Amigos do blog
- Links úteis




Dicas de Leitura no Blog            
Leia: Novas tendências esportivas no Brasil
Links Recomendados
Recomendamos a bibliografia anexa
Divulgue esse artigo

Nosso Recado a Você!
Cuide-se de forma integral, mas não deixe de treinar o seu cérebro.
Acompanhe posts e artigos científicos produzidos por empresas e profissionais parceiros colaboradores, além da bibliografia selecionada e recomendada para você elaborar seus trabalhos acadêmicos e profissionais.
As empresas e profissionais parceiros do blog estão à disposição para atender vocês, com seus serviços e produtos.
Procure os esportes adequados aos seus gostos e pratique-os regularmente! Escolha entre as centenas que estão ao seu dispor e de acordo com as suas condições físico-orgânicas e socioeconômicas.
Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!

Comente
Receba textos por mensagens
Patrocine
Apoie
Anuncie aqui
Faça parte do time
Siga-nos
Contate-nos

Compartilhe


Referências Bibliográficas
BOOMANIA BUMERANGUES. (FBB) Federação Brasileira de Bumerangues. Disponível em: boomania.com/fbb-federacao-brasileira-de-bumerangues/. Acesso em: 4 mar. 2018.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BUMERANGUE. Modalidades de competição. Disponível em: http://www.fbbumerangue.com.br/index.php/o-bumerangue/modalidades-de-competicao. Acesso em: 4 mar. 2018.
FILHO, C.M (Magrão). Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 1993/1994.
JORNAL BRASIL. I Circuito Nacional de Bumerangue acontece neste final de semana. Disponível em: https://jornalbrasil.com.br/noticia/i-circuito-nacional-de-bumerangue-acontece-neste-final-de-semana.html. Acesso em: 3 jan. 2018.
MARIANO, R. Criado para ser uma arma, bumerangue também é esporte. Disponível em: http://globoesporte.globo.com/sp/mogi-das-cruzes-suzano/noticia/2012/12/criado-para-ser-uma-arma-bumerangue-tambem-e-esporte.html. Acesso em: 3 jan. 2018.
STI ESPORTE. André Caixeta é o campeão do I Circuito Nacional de Bumerangue em SP. Disponível em: www.stiesporte.com.br/blog/?p=375. Acesso em: 4 jan. 2018.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. Senac: São Paulo, 2007. 



Comentários