Jet-Ski: manobras radicais na água!
No Brasil, os primeiros passos do jet-ski,
ou motoaquática, foram marcados pela presença de pilotos oriundos do motocross.
O equipamento jet-ski era utilizado para diversão e condicionamento físico no
início dos anos 1980.
Nessa ocasião, a Federação de
Motonáutica do Estado de São Paulo (FMESP), por intermédio de seu presidente
Toni Santo Mauro, começou a dar apoio oficial a Celso Federighi, um dos grandes
precursores do jet-ski no país. Esse fato possibilitou a realização da primeira
competição de jet-ski, com três provas ocorrendo junto com as de motonáutica, em 1986.
Em 1988, surgia em São Paulo a Copa
Nacional, considerada o 1º Campeonato Brasileiro de Jet-Ski. Esse evento foi
realizado em três etapas: Ilha Bela, Caraguatatuba e Guarujá e contou com a
participação de 40 pilotos.
No
início da década de 1990, o jet-ski disseminou-se como esporte, com competições
disputadas nos estados de Goiás, Rio de Janeiro, Paraná e Santa Catarina, além
de São Paulo, o berço do esporte.
Marcelo "Tchello" Brandão nos confirma que em 1990 organizou a primeira prova de jet-ski
em Florianópolis (SC), o que acabou resultando no início do Campeonato
Catarinense.
Por
esse tempo, as competições recebiam o apoio da marca Kawasaki, a única
fabricante do equipamento em uma época em que ocorriam corridas e gincanas.
Com
o aumento do número de pilotos e jet-skis e a criação da Associação Brasileira
de Jet-Ski (BJSA) em 1992, o esporte cresceu rápido no país. As associações
desportivas estaduais e clubes com pilotos filiados passaram a receber suporte para
organizar e difundir o esporte em âmbito nacional.
O
Campeonato Brasileiro passou a servir de ranking para que os pilotos competissem
nos Mundiais que são realizados anualmente, desde 1982, pela Associação
Internacional de Esportes em Embarcações a Jato (ISBJA).
Em
1999, surgiu a 1ª Copa Jet Waves, competição aberta à participação mundial e
organizada pela Pró-Náutica. No mesmo ano, Marcelo Brandão organizou a primeira prova de freeride no Brasil, também chamada Jet Waves.
A competição foi realizada em Florianópolis, na praia do Santinho, no
mês de setembro, com a vitória de Ivo Sehn, que veio a se tornar mais tarde tricampeão.
O evento organizado por
Marcelo cresceu e internacionalizou-se em 2002. Organizada dessa vez na Praia
Mole, também em Florianópolis, a competição contou com a participação dos
melhores freeriders do mundo. A partir desse momento, o evento passou a ser
considerado o Campeonato
Mundial de Freeride, já que era o único a reunir pilotos
americanos, europeus, sul-africanos e australianos. O esporte freeride jet-ski
consiste em utilizar o equipamento para fazer manobras, saltar e surfar nas
ondas.
Em 2002, o catarinense
Ivo Sehn e o sul-africano Jimmy Visser conquistaram o título da 4ª Náutica Jet
Waves Floripa Cup – que corresponde ao Campeonato Mundial das Ondas. Ivo
garantiu o tricampeonato na categoria stand
up profissional (jet em pé, sem banco), principal atração do torneio,
enquanto Jimmy também garantiu seu terceiro título na competição, na categoria seat down profissional (jet com banco).
[cadê o ano?]
No início da década de 2000, começaram a surgir grandes pilotos no esporte. Camille Rangel obteve os títulos de campeã brasileira, americana e mundial em 2000, na categoria expert women runabout. Outro piloto com resultados expressivos foi Paulo Ernesto Zamprogna. Ele venceu em Chicago a última etapa do Campeonato Norte-Americano, na categoria ski limited, e alcançou o seu primeiro título internacional. O Brasil conquistou também o segundo lugar com os pilotos Lorenzo Zaluski e Alessander Lenzi, nas categorias ski limited e freestyle profisional, respectivamente.
No início da década de 2000, começaram a surgir grandes pilotos no esporte. Camille Rangel obteve os títulos de campeã brasileira, americana e mundial em 2000, na categoria expert women runabout. Outro piloto com resultados expressivos foi Paulo Ernesto Zamprogna. Ele venceu em Chicago a última etapa do Campeonato Norte-Americano, na categoria ski limited, e alcançou o seu primeiro título internacional. O Brasil conquistou também o segundo lugar com os pilotos Lorenzo Zaluski e Alessander Lenzi, nas categorias ski limited e freestyle profisional, respectivamente.
Em 2001, no Campeonato Mundial de Jet-ski,
em Lake Havasu, Arizona (EUA), a equipe brasileira alcançou o segundo lugar no
ranking das nações pelo terceiro ano consecutivo.
Um
dos grandes nomes do esporte no Brasil e no mundo, o piloto Alessander Lenzi
ganharia dois títulos mundiais na categoria freestyle
profissional, em 2001 e 2009, além de quatorze títulos brasileiros de jet-ski,
entre tantos outros conquistados.
Em 2002, Célio Vinícius venceu o Campeonato
Mundial na categoria pro-am sport
superstock. No ano seguinte, foi a vez de Alessander Lenzi vencer o
campeonato. A 4ª Jet Waves Floripa Cup tornou-se evento homologado oficialmente
pela International Free Ride Watercraft Association (IFWA) em 2002.
As participações em eventos
internacionais e os resultados expressivos garantiram aos pilotos brasileiros
reconhecimento mundial, com títulos conquistados em campeonatos
norte-americanos e mundiais. Os pilotos brasileiros passaram a se apresentar em
shows de manobras pelo mundo, como fizeram Alessander Lenzi e João Kairalla em
Rabat (Marrocos), em 2003.
Em
2003, o Campeonato Brasileiro de Jet-Ski ganhava o nome de Toyota Jet Ski Tour.
Outro evento de destaque foi o Freestyle International Cup.
Em
16 e 17 de agosto de 2008, surgia o Watercross Tour, evento promovido pelas
seguintes organizações: BJSA, Federação Paulista de Esportes
Náuticos a Motor (FPEMN), Tahiti Náutica Club, CRF Promoções e Jetski.com.br.
Depois de vários anos, o jet-ski e a motonáutica voltaram a estar juntos em um campeonato
disputado em 4 etapas, no Tahiti Club, em Ribeirão Pires (SP).
A
partir da década de 2010, o esporte cresceu muito em número de competições e
empresas envolvidas em ações de marketing.
Os Campeonatos
Brasileiros de Jet-Ski têm ocorrido regularmente ao longo dos anos. Em 2017, em
sua 30ª edição, o evento foi disputado na represa de Furnas, em Boa
Esperança (MG). As disputas ocorreram nas categorias ski gp aspirado e turbo, runabout estreante stock aspirado e turbo, runabout novato stock aspirado e
turbo, runabout limited aspirado e
turbo, runabout gp aspirado e turbo,
super course limited aspirado e turbo, super course gp aspirado e
turbo, freestyle amador e profissional, e, ainda, na nova
categoria vintage.
O jet-ski tem o seu
desenvolvimento apoiado por prefeituras, empresas promotoras de eventos e
fabricantes de equipamentos para o esporte. Todas patrocinam os principais campeonatos da modalidade no país,
entre eles o Campeonato Brasileiro de Jet-Ski, o Mundial de Jet-Ski e de ondas
Jet Waves.
Como é o esporte?
O jet-ski é um esporte aquático que
utiliza equipamento a motor. Nele, o piloto desloca-se sobre a água em
velocidade, fazendo manobras. A habilidade técnica do piloto, o modelo do
equipamento e a potência do motor determinam o tipo de modalidade.
Nas competições de jet-ski de circuito
fechado, como a super course, a prova
tem um percurso de aproximadamente 800 metros, consistindo de voltas à esquerda
e/ou à direita, local delimitado por boias coloridas e circuito oval.
No
slalom, o piloto realiza uma corrida
em zigue-zague, transpondo boias, em percurso de ida e volta, no menor tempo
possível.
No
freestyle, o piloto realiza uma prova
de habilidade, com o maior número de manobras em 2 minutos.
Nas
provas offshore, raid, rali, o piloto percorre
longas distâncias em rios e oceano.
No
drag racing, o piloto faz uma prova
de velocidade, em um curto percurso determinado.
Nos
eventos especiais, o piloto realiza
um evento que envolve embarcações do tipo jet-ski e não se enquadra nas provas
acima descritas, como determina regulamento específico.
O uso do jet-ski requer do piloto o
cumprimento de normas de segurança quanto ao uso de equipamentos, forma de
dirigir, distância regulamentar exigida a partir da beira da praia e a
observância de pessoas na água, quer seja como lazer ou competição.
Os
equipamentos de segurança são de uso obrigatório, e entre eles estão: o colete salva-vidas, o capacete e o protetor
de pescoço. Outros materiais e equipamentos, também são considerados ideais:
roupa de neoprene, botas de jet-ski, luvas, óculos e perneiras.
As
provas podem ser realizadas por largada parada ou lançada, com o grid de
largada sendo organizado por seletivas classificatórias. O objetivo é vencer as
voltas estabelecidas em regulamento no menor tempo possível. A pontuação é
obtida de acordo com a colocação alcançada, e os pilotos são listados no
ranking de acordo com as suas categorias.
A prática do
jet-ski exige que o piloto tenha carteira de habilitação autorizada pela
Marinha brasileira e o condutor do equipamento, mais de 18 anos de idade. Além
disso, o equipamento deve estar registrado em delegacia regional. Para evitar acidentes,
o uso de jet-ski não deve ser feito a menos de 200 metros da praia.
Organização no Brasil
O jet-ski é dirigido pela Associação
Brasileira de Jet-Ski (BJSA).
Organização Internacional
A Associação Internacional de
Esportes em Embarcações a Jato (IJSBA) é a entidade máxima do esporte no mundo.
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