Balonismo: espetáculo de cores na natureza!

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As primeiras notícias sobre o voo de um balão no Brasil datam de 1709. Foi quando o padre Bartholomeu Lourenço de Gusmão obteve o êxito de fazer subir o primeiro balão de ar quente. 
           Em 1884, o dirigível Victória, do paraense Júlio Cezar Ribeiro de Souza, fez um voo contra o vento e em linha reta, em Paris (França), local em que patenteou seu invento. As invenções de Júlio não obtiveram sucesso ao voar no Brasil.
Um ano depois, Edouard Heilt permaneceu com um balão no ar por alguns segundos em Saco dos Alferes, no Rio de Janeiro.
(Crédito: Balonismo Brasil)

Outro pioneiro do esporte foi Augusto Severo de Albuquerque. Pilotando o balão de Bartholomeu de Gusmão, ele conseguiu sobrevoar o bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, em 1894. Em 1902, Augusto alcançou 400 metros de altitude com o balão Pax.
Em 1901, foi a vez de Alberto Santos Dumont fazer uma volta em torno da Torre Eiffel, em Paris, em um balão adaptado com motor a gasolina.
Os balões de ar quente chegaram a São Paulo pelas mãos do empresário Vitório Truffi, no século 20. De viagem aos EUA, Truffi obteve brevê de piloto de balões e adquiriu um balão de ar quente que foi trazido para Brasil. Acompanhado de Bob Rechs, instrutor e piloto norte-americano, eles fizeram um voo de 40 minutos em Araraquara (SP), no estádio da Fonte Luminosa, em 1970.
Nesse mesmo ano, ocorria o 1º Festival de Balonismo, na Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Truffi, um dos maiores nomes do balonismo, teve atuação destacada no desenvolvimento do esporte no Brasil. Ele criou o primeiro clube do esporte no país, o Clube Paulista de Balonismo (CPB). Foi o primeiro piloto autorizado a fazer voos em balões, voar em festas aéreas e instruir novos adeptos do esporte.
(Blogdobalonismo.net)

O Ministério da Aeronáutica, com base nos regulamentos norte-americanos trazidos por Truffi, começou a definir as normas brasileiras do esporte e a emitir brevês nacionais de pilotagem em 1978.
A primeira representação brasileira do esporte em evento internacional ocorreu no 4º Mundial, organizado na cidade de Uppsala (Suécia), em 1979. A equipe contou com a participação do piloto Bruno Schwartz.
Com a fundação da Associação Brasileira de Balonismo (ABB), em São Paulo, o esporte foi regulamentado em 1987. Nessa ocasião, foi realizado o 1º Encontro Brasileiro de Balonismo.
O 1º Campeonato Brasileiro de Balonismo foi realizado em 1988, em Casa Blanca, São Paulo, e teve como campeão Rubens Kalousdian.
O desenvolvimento do balonismo contou com o apoio de empresas promotoras de eventos esportivos e de marketing, o estabelecimento de regras de segurança e a exigência de brevês, oficializada após formação em escolas de treinamento.
(Minotto Fotografia)

Na cidade de Torres, (RS), um dos locais privilegiados para a prática do esporte, iniciaram-se, em 1989, os Festivais de Balões. Dez balões participaram do primeiro evento, que foi vencido por Orlando Geniocolo. Desde essa época, o Festival de Balões de Torres tornou-se referência nacional e internacional no esporte.
O 2º Campeonato Brasileiro de Balonismo, também realizado em 1989, ocorreu na cidade de Americana (SP) e teve como vencedor Leonel Brites.
Nesse mesmo ano, em Saga (Japão), um balão fabricado no Brasil participou pela primeira vez de um Campeonato Mundial. O Brasil foi representado por Salvator Haim, Bruno Schwarz e Rubens Kalousdian.
Schwartz novamente representou o Brasil no 1º Campeonato dos Campeões, evento internacional realizado em comemoração ao aniversário do Rei Hussein, da Jordânia, em 1992.
(Imprensa rioclaro. balonismo-1jpg)

A partir de 1992, os festivais de balonismo no Brasil passaram a incorporar o marketing nos eventos. Empresas promotoras de eventos e de marketing e grandes empresas patrocinadoras começaram a relacionar os seus nomes ao esporte, como ocorreu durante o 4º Festival Kodak/Skol de Balonismo, em Torres.
O Campeonato Mundial de Balonismo, em sua 21ª edição, foi realizado pela primeira vez na cidade de Rio Claro (SP), em julho de 2014. O primeiro lugar coube a Yudai Fujita (Japão), com 17.443 pontos. O segundo lugar foi de Uwe Schneider (Alemanha), com 16.216 pontos, e o terceiro lugar ficou para Lupércio de Lima (Brasil), com 16.064 pontos.
As competições de balonismo têm sido realizadas regularmente e envolvem a organização de copas regionais, campeonatos brasileiros e festivais, eventos que chamam a atenção da sociedade brasileira pela exuberância dos balões e de suas multicores.
Esporte radical, de natureza e aventura em essência, o balonismo, além de ser praticado como competição, tem sido uma atividade bastante utilizada no turismo como forma de lazer. A relação entre esporte e turismo tem se estreitado com a oferta de passeios aéreos de balão, uma atividade exploradora das belezas naturais espalhadas pelo país, em estados como São Paulo, Ceará, Pernambuco, Goiás, Bahia, Acre, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
A relação entre esporte e turismo é exponencialmente explorada por empresas de viagens, ecoturismo e turismo de aventura. Ela gera oportunidades de negócios ao envolver empresas, marketing, mídia, aumento de empregos diretos e indiretos, renda e recolhimento de impostos, formando, dessa maneira, um ciclo virtuoso.

Como é realizado?
O balonismo é um esporte que consiste em disputas entre balões tripulados e movidos pelo vento.
A altura a atingir depende da quantidade do ar aquecido dentro do envelope do balão e do controle do fogo, o que determina a sua subida ou descida.
O balonismo compreende uma série de provas que exigem do piloto o cumprimento das mais diversificadas tarefas e o acúmulo de pontos para o resultado final.
Entre as tarefas a cumprir, estão: atingir um alvo com precisão; perseguir outro balão; lançar a marca em alvo pré-estabelecido; mudar de direção para alvos determinados; lançar a marca depois de certo tempo de voo e distância de decolagem; percorrer uma distância em menor tempo possível; descer o mais próximo ao chão e atingir um alvo entre dois possíveis.
O deslocamento do balão sofre influência dos ventos e de condições meteorológicas, o que exige do piloto não só conhecimentos técnicos mas também habilidade no controle da direção do equipamento, principalmente na decolagem e na aterrissagem. [a pontuação é sem vírgula mesmo. Deixe-a assim.]
Uma série de equipamentos de controle e segurança é exigida no balonismo, como cilindros de gás, corda de segurança, mapas, altímetro, termômetro e extintores de incêndio.
A prática do balonismo no Brasil é regulamentada e fiscalizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Para realizar voos panorâmicos turísticos, é necessário registrar-se na modalidade táxi-aéreo e obter certificação para o equipamento.

Organização no Brasil
O esporte é dirigido e organizado pela Confederação Brasileira de Balonismo (CBB).
A Comissão de Aerodesporto Brasileira (CAB), que equivale ao National Airsport Control (NAC) do Brasil, é filiada à Federação Aeronáutica Internacional (FAI), que homologa todos os campeonatos mundiais e recordes.

Organização Internacional
O esporte é dirigido e organizado pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI).

Referências Bibliográficas
BLOG DO BALONISMO. O que é o balonismo? Disponível em: blogbalonismo.net › sem categoria. Acesso em: 18 jul. 2017.
CBB – Confederação Brasileira de Balonismo. História do Balonismo. Disponível em: www.balonismo.org.br/historia. Acesso em: 18 jul. 2017. 
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
GAZETA DO BALÃO. A História do Balonismo. Disponível em: gazetadobalao.com.br/a-historia-do-balonismo/. Acesso em: 18 jul. 2017.
GUIA DA SEMANA. 9 lugares para voar de balão no Brasil. Disponível em: https://www.guiadasemana.com.br/turismo/noticia/9-lugares-para-voar-de-balao-no-brasil. Acesso em: 5 maio 2020.
GURGEL, G. Balonismo e turismo nos céus do Brasil. Disponível em: http://www.turismo.gov.br/ultimas-notícias/8233-balonismo-e-turismo-nos-ceus-do-brasil.html. Acesso em: 5 maio 2020.
JK BALONISMO. História. Disponível em: www.jkbalonismo.com.br/?menu=historia. Acesso em: 18 jul. 2017.
JORNAL NACIONAL. Campeonato Mundial de Balonismo colore o céu em Rio Claro/SP. Disponível em: http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2014/07/campeonato-mundial-de-balonismo-colore-o-ceu-em-rio-clarosp.html. Acesso em: 18 jul. 2017.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007. 

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