Acrobacia Aérea/Aerial Acrobatics: manobras, superação e emoção!
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| Foto: Esquadrilha da Fumaça /Pequenópolis (BA) |
"Acrobacia Aérea/Aerial Acrobatics: dança aérea, beleza e harmonia ao som de motores"!
Por Fernando Garrido
Como é o esporte?
A acrobacia aérea é realizada dentro de um cubo imaginário, com o piloto executando “figuras” em harmonia e ritmo de sequências.
A acrobacia aérea de demonstração oferece ao público a beleza e a harmonia das manobras e pode ser realizada em aeronaves isoladamente ou em conjunto.
A Acrobacia aérea de competição consiste em manobrar uma aeronave em torno de seus três eixos, simultaneamente ou não, descrevendo figuras geométricas constantes de uma lista de cerca de 2 mil aprovadas pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI).
As manobras na Acrobacia aérea são realizadas com a aeronave excedendo um dos seguintes limites:
· 60 graus de inclinação das asas (Eixo longitudinal)
· 40 graus de arfagem positiva/negativa (Eixo transversal)
Na acrobacia aérea de competição as categorias disputadas são as seguintes, com graus crescentes de complexidade e dificuldade: básica, esporte, intermediária, avançada, ilimitada (única voada nos campeonatos mundiais). Esta última pode incluir uma sequência livre de quatro minutos.
Os critérios básicos de julgamento são a perfeição geométrica das figuras, o posicionamento dentro da caixa, a harmonia e o ritmo das sequências.
A acrobacia aérea de demonstração visa a oferecer ao público um espetáculo visual de rara beleza e harmonia. Procura mostrar o intrincado das manobras pelo desenho no espaço de figuras variadas, ao mesmo tempo infundindo no público uma sensação de arrojo dos que as executam. A Esquadrilha da Fumaça, nesse sentido, situa-se entre as melhores do gênero no mundo.
Quando o esporte apareceu por aqui?
Quando o esporte apareceu por aqui?
No início do século 20, surgia o Aeroclube do Brasil. Conhecido inicialmente como Aeroclube Brasileiro, ele foi criado em 14 de outubro de 1911, por Alberto Santos Dumont, seu presidente de honra e um dos ícones do país.
A primeira manobra de acrobacia aérea no Brasil – um looping – foi executada pelo aviador naval Fileto dos Santos, em um CURTISS N-9H, matrícula 22, em 20 de abril de 1920.
Dois anos mais tarde, começaram as instruções de aviação acrobática na primeira escola de aviação, estabelecida no Campo de Marte (SP). As aulas eram ministradas pelos irmãos Robba, da Itália, e realizadas em uma aeronave Bleriot.
Uma das primeiras façanhas da acrobacia aérea foi executada pelos comandantes Camargo e Pedroso, pioneiros da história da aviação brasileira. Eles decidiram disputar qual seria a mais bela passagem por debaixo do Viaduto do Chá, no centro de São Paulo.
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| Campeonato Brasileiro no Ninho da Águias/AFA 2014 |
Em 1938, foi realizado o primeiro campeonato brasileiro do esporte. O campeão foi o piloto Francisco Assis Correa de Mello, conhecido como Mello Maluco por suas acrobacias em apresentações públicas.
O esporte começou a se desenvolver efetivamente na década de 1940 com a criação de aeroclubes, que se espalharam pelo país. Para isso, contribuíram também outros fatores, como o surgimento das primeiras competições de caráter nacional e a criação da indústria Neiva S.A. em Botucatu (SP). A empresa era subvencionada pelo governo federal e produzia aviões monomotores utilizados nos aeroclubes.
Com a criação da acrobacia aérea de demonstração, o esporte ganhava visibilidade. O público apreciava e vibrava com a beleza e a harmonia das manobras executadas por aeronaves isoladas ou em conjunto.
A instalação de um tanque de óleo exclusivo nos aviões para a produção de fumaça, a partir de 1953, permitiu que o público visualizasse melhor as manobras.
A maior referência brasileira, nesse sentido, é a Esquadrilha da Fumaça, da Força Aérea Brasileira (FAB). Criada em 14 de maio de 1952, seu primeiro voo foi realizado em apresentação cívico-militar em que compareceram também, como espectadoras, delegações de oficiais estrangeiros.
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| Campeonato Brasileiro Ninho das Águias/AFA 2018 |
Na década de 1950, os aeroclubes passaram a adquirir aeronaves próprias, modernas e voltadas à competição. Um exemplo foi o repasse dos modelos Fairchaild PT-19 pela FAB às escolas de aviação. Essas aeronaves passaram a ser utilizadas para o treinamento dos pilotos e, devido às suas características competitivas, ajudaram a desenvolver o esporte no Brasil.
A Esquadrilha da Fumaça crescia em popularidade e impulsionava o esporte, transformando-se, em 1963, na Unidade Oficial de Demonstrações Acrobáticas da FAB.
Grandes esportistas formavam-se nas Forças Armadas brasileiras. Entre eles, estavam os pilotos: Dante de Mattos, da Marinha; Francisco Assis Correa de Mello, do Exército; Jorge Marques de Azevedo, da reserva naval aérea, além de Renato Pedroso, Aloísio Werneck Vianna, Rene Tacola e Antônio Arthur Braga, esse último, piloto da FAB e comandante da Esquadrilha da Fumaça por 17 anos.
Um dos maiores acontecimentos no esporte se deve a Alberto Bertelli, um dos mais famosos acrobatas brasileiros. Bertelli idealizou a formação de um grande grupo de acrobatas no estado de São Paulo. Assim, surgia, nos Aeroclubes de São Carlos e de Rio Claro, na década de 1970, a acrobacia esportiva.
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| Aero Fest Pernambuco 2018/Divulgação |
O crescimento do número de aviões, pilotos, escolas de aviação e da organização do esporte em aeroclubes favoreceu a realização de competições – como o 1º Campeonato Paulista de Acrobacia Aérea, em Itu (SP), em 1983 – e ajudou a popularizar o esporte no país.
Sua estruturação em âmbito nacional ocorreu com a criação da Associação Brasileira de Acrobacia Aérea e Competições Aéreas (Acro), nome escolhido pelo brigadeiro João Eduardo de Magalhães Motta. A Acro foi formalizada pelo Departamento de Aviação Civil (DAC), no Rio de Janeiro, em 1988, e presidida pelo coronel Antônio Braga. No ano seguinte, foi realizado o 5º Campeonato Brasileiro.
O Brasil começou a participar regularmente de eventos internacionais na década de 1990 e, nos campeonatos mundiais do esporte, em 1994.
Em 2003, a Acro Brasil promoveu o 19º Campeonato Brasileiro, realizado em etapas e diversas categorias.
Os campeonatos nacionais de acrobacia aérea reiniciaram em 2013, promovidos pelo Comitê Brasileiro de Acrobacia e Competições Aéreas (CBA). Essa competição reapareceu seis anos depois, integrada à maior feira aérea do Centro-Oeste, na cidade de Rio Verde (GO).
Uma parceria entre o Comitê Brasileiro de Acrobacia e
Competições Aéreas – CBA e os comandantes da Esquadrilha da Fumaça, e da AFA, entre outros oficiais de alta patente favoreceu a que o Campeonato Brasileiro de
Acrobacias Aérea de 2014 fosse realizado no "Ninho das Águias", conforme é
conhecida a AFA. Foi a primeira vez que essa competição nacional aconteceu nas
instalações da AFA com a presença de pilotos civis e militares.
Em 2017, a CBA promoveu o 5º Campeonato Nacional de Acrobacia Aérea, em Pirassununga (SP), na Academia Militar da Força Aérea
(AFA), a casa da Esquadrilha da Fumaça.
A conquista do título nacional ficou com Márcio Oliveira, piloto de Americana (SP), e garantiu-lhe presença no Mundial, a Fórmula 1 na categoria intermediária, em setembro do mesmo ano em Mossey Bay, na África do Sul.
A conquista do título nacional ficou com Márcio Oliveira, piloto de Americana (SP), e garantiu-lhe presença no Mundial, a Fórmula 1 na categoria intermediária, em setembro do mesmo ano em Mossey Bay, na África do Sul.
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Organização no Brasil
A Associação Brasileira de Acrobacia e Competições Aéreas (Acro) é a entidade esportiva máxima que dirige e organiza o esporte no Brasil.
A Comissão de Aerodesporto Brasileira (CAB) é a entidade esportiva que coordena e organiza todos os aspectos relativos à prática e à gestão das modalidades aerodesportivas no território brasileiro.
Organização internacional
A Federação Aeronáutica Internacional (FAI) é a entidade máxima do esporte no mundo.
As regras do esporte são extraídas do Clube Acrobático Internacional (IAC), órgão situado nos Estados Unidos que estabelece as leis e regras para os campeonatos acrobáticos ao redor do mundo.
Referências Bibliográficas
A ACRO. Ranking Brasileiro | ACROBrasil. Disponível em: www.brasil.com.br/campeonatos/ranking-brasileiro/. Acesso em: 17 jul 2018.
ACRO Brasil. Disponível em: www.acrobrasil.com.br/. Acesso em: 01 mar 2018.
BASSETO, M. Campeonato Nacional de Acrobacia Aérea 2018: resultados e galeria de imagens. Disponível em: https://www. aeroin. net/campeonato-nacional-de-acrobacia-aerea-2018-resultados-e-galeria-de-imagens/Acesso em:13 set 2020.
CAB – CONFEDERAÇÃO DE AERODESPORTO BRASILEIRO. Acrobacia aérea. Disponível em: https://www.cab.org.br/acrobacia-aerea/. Acesso em: 1 mar. 2018.
COSTA, L.P da (Org). Atlas do Esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
GALANTE DE JESUS, S. NAS ASAS DO LÍDER: Biografia Oficial do Coronel Braga. Disponível em: https://books.google.com.br/books?isbn=8539706539. Acesso em: 01 mar 2018.
MORAES, D. Aero feira goiás e campeonato nacional de acrobacias aéreas - rio ... Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=QDGyLx-yS2A. Acesso em: 07mar2018.
MOTTA MAGALHÃES, J. E. Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 1992.
Revista Asas. V Campeonato Nacional de Acrobacia Aérea CBA 2017. Disponível em: www.edrotacultural.com.br/v-campeonato-nacional-de-acrobacia-aerea-cba-2017/. Acesso em: 17 jul 2018.
SIMÃO, V; NIMER, Y. Campeão brasileiro, piloto de Americana se prepara para mundial de acrobacias aéreas. Disponível em: https://www.diariox.com.br/esportes/campeao-brasileiro-piloto-de-americana-se-prepara-para-mundial-de/3468/.Acesso em:12 mar 2020.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte. Editora Senac: São Paulo. 2007.
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