A importância de Kenneth Cooper na Melhoria da Aptidão Física do Homem Brasileiro, artigo de Manoel José Gomes Tubino
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foto: Divulgação |
Em
1968 recebemos a importante missão de participar de I Seminário Internacional
de Treinamento Físico Militar de Fonteinebleau (França), completando a
delegação brasileira que iria participar daquele evento, a qual era composta de
Cláudio Coutinho, Octávio Teixeira e Neri Nascimento. O seminário foi naquela
época considerado pela comunidade científica internacional como o encontro mais
importante de treinamento físico de toda a década de 1960, pois foi uma
oportunidade em que foram apresentadas e submetidas a análises todas as
concepções existentes de preparação física. É essencial acrescentar que naquele
momento histórico da evolução do treinamento, os métodos mais avançados eram
quase todos originários das Forças Armadas, justamente pela avaliação das consequências
da falta de preparo físico no segundo conflito mundial, e ainda pelo tipo de
guerra naquela época, a guerrilha, a qual exigia uma grande disponibilidade
física e psicológica. Isso justificou o encontro e a instituição promotora do
mesmo, o “Conseil Internacional du Sport Militaire”, que pelos motivos expostos
acima era a instituição fonte de novidades na área entre os anos 50 e 60. Como
exemplo pode-se citar as inúmeras formulações do próprio Secretário do CISM, o
belga Raul Mollet (Treinamento Total, Cross-Promenade e Power-training), os
métodos XBX e 5BX de Aptidão Física da Real Força Área Canadense e outras
concepções, e até um método proposto no Brasil, o “Altitude Training” de
Lamartine Pereira da Costa, cujas experiências foram desenvolvidas com atletas
de equipe brasileira de Pentatlo Militar.
Assim
no Simpósio de Fontainebleau compareceram 28 nações representadas pelas suas
maiores autoridades civis e militares em treinamento físico como Vrillac
(França), Menier (Bélgica), Doring (Alemanha), Van Win (Holanda) Léger (França)
Seung Kyu ( Coréia), Cooper (EUA) , Mollet (Bélgica), Rompoti (Finlândia) ,
além de outros nomes de grande significação no certame.
No
desenvolvimento do Simpósio, após a apresentação das diversas concepções de
treinamento físico, logo evidenciou-se o destaque do trabalho do Dr. Kenneth
Cooper, então Diretor do Laboratório Médico-Espacial de Wilford Hall. Esse
trabalho se apoiava em investigações na América do Norte e propunha um
revolucionário métodos de aptidão física denominado “Aerobics”. O método
Aeróbico, naquela oportunidade apresentado internacionalmente mas já publicado
nos EUA, naquele mesmo ano, tendo inclusive merecido um artigo nas Seleções
(“Reader’s Digest”) de março e abril desse ano, era uma concepção de
programação para a busca da aptidão
física através de esforços aeróbicos (em
“steady state”), quantificados através de tabelas de pontos, com prescrições
das respectivas correspondências entre tipos de exercícios e pontos, do número
de pontos semanais, e ainda dos testes para a colocação das pessoas no seu
nível de aptidão física para um posterior direcionamento ao programa indicado
para o nível de cada um. O método assombrou os presentes, principalmente pela
praticidade e objetividade do mesmo, reagindo aos excessos de trabalho
anaeróbico que apresentava maior importância pela cientificidade cada vez mais
conhecida do “Interval Training”. Outro aspecto que notabilizou o Professor
Cooper foi justamente a democracia do teste de condição cárdio-respiratória
(teste dos 12 minutos), o qual até a concepção do método aeróbico somente podia
ser efetuado através de sofisticados equipamentos e em laboratórios. Antes do
surgimento do teste de 12 minutos (teste de Cooper) existia uma melhor
utilização do Step-Teste ou Teste do Banco de Harvard. Que era a melhor
alternativa fora dos laboratórios, mas, sem dúvida apresentava grandes
limitações!
É
interessante notar que nos Estados Unidos da América do Norte apesar do sucesso
do método, a aceitação do programa Cooper não foi tão exuberante como em outros
países a partir do Simpósio de Fontainebleau.
Voltando ao Simpósio de
Fontainebleau, a delegação brasileira após mostrar grande interesse no método
aeróbico, pois no Brasil até então nada acontecia em termos de atenção com a
aptidão física do homem brasileiro, depois de buscar uma aproximação com o Dr.
Kenneth Cooper, foi por este cientista cercado de todo interesse e carinho para
com a nossa Pátria, oferecendo todos os seus trabalhos e informações sobre suas
experiências que geraram o revolucionário sistema apresentado.
Logo após o retorno ao Brasil, os
brasileiros que estiveram em Fontainebleau trataram de divulgar e difundir o
método aeróbico, o qual tornava-se a partir de 1968 um verdadeiro paradigma em
treinamento físico. É necessário acrescentar que foi justamente Cláudio
Coutinho, na época instrutor da Escola de Educação Física do Exército que
passava a constituir-se no grande agente de informação e difusão dos trabalhos
do Dr. Cooper no Brasil. Entretanto, a primeira aplicação do método Cooper no
Brasil ocorreu na Escola Naval, já em 1968 em caráter experimental, e em 1969
oficialmente, por iniciativa dos professores Ayrton Brandão de Freitas e
Lamartine Pereira da Costa.
Seguiu-se um estágio de Cláudio
Coutinho na Clínica do Dr. Cooper nos EUA, o qual serviu para que aquele
inesquecível amigo e companheiro de ideal, retornasse com mais subsídios
científicos para a divulgação do método. Recordo-me que no regresso de Coutinho
dos EUA, assumimos juntamente com ele a preparação física da Seleção Brasileira
de Voleibol que disputou as Olimpíadas do México, e já naquela oportunidade, o
próprio Cláudio Coutinho já colocava no seu planejamento de treinamento um
programa de treinamento contínuo, cujo conteúdo eram adaptações do sistema
aeróbico de Cooper. Registra-se aqui a primeira tentativa de adaptação do
método Cooper concebido inicialmente em função do homem comum e não atleta,
para o atleta. Essa mudança de objetivos do método Cooper, desenvolvida por
Coutinho veio ocorrer em 1970, por ocasião da programação da Seleção Brasileira
de Futebol que sagrou-se Campeã Mundial na Copa do Mundo do México. É
imprescindível dizer que não foi só isso que levou a equipe brasileira a ser
campeã, pois para nós, aquela Copa do Mundo foi um marco da ciência no
treinamento desportivo no Brasil, onde a individualização do trabalho, a
aplicação adequada da progressão gradual, a adaptação à altitude, a aclimatação
e fusos horários, a ajustagem correta entre a intensidade e volume de trabalho
físico foram as novidades científicas inseridas por Admildo Chirol, Carlos
Alberto Parreira, e principalmente Cláudio Coutinho, que possibilitaram a
demonstração da superioridade do futebol brasileiro sobre as demais escolas.
Entretanto, é também necessário afirmar que a aplicação do Método Aeróbico de
Cooper, agora adaptado por Cláudio Coutinho para atletas foi decisivo naquela
ocasião, fato evidenciado pela simples observação que o Brasil venceu a maioria
dos seus adversários no segundo tempo, após empates nas etapas iniciais dos
jogos. Esse registro mostra de forma clara a melhor preparação física da equipe
brasileira sobre os seus adversários, na qual o método Cooper era pela primeira
vez utilizado em atletas de alto nível. Nesse episódio não pode-se deixar de
homenagear Cláudio Coutinho, que com seu espirito criativo e também
revolucionário, deixa essa efetiva contribuição para a história desportiva do
Brasil e também coloca seu nome de forma notável no quadro daqueles que
contribuíram para a evolução do Treinamento Desportivo.
Agora chega a hora de explicarmos
com as periodizações do método Cooper passaram a incorporar-se na vida do homem
brasileiro. Para isso faz-se necessário relatar uma série de observações de
nossa parte sobre os costumes do homem brasileiro quanto à atividade física
justamente no período que antecedeu a grande aceitação do método Cooper no
nosso país. Até o final da década de 60, as pessoas do sexo masculino não
tinham o hábito de exercício físico, reduzindo-se essa prática a atletas,
adolescentes que buscavam uma iniciação esportiva e uma amostra bem
insignificante de homens que praticavam lutas em academias. Isso tudo nos
grandes centros urbanos, uma vez que para o interior e centros mais atrasados,
praticamente nada ocorria nesse aspecto. Já no sexo feminino, o percentual de
ativas fisicamente era significativamente menor, pois os preconceitos
desestimulavam a prática esportiva pela mulher. Mas, quanto à clientela de
academias, nesse tempo, as mulheres já frequentavam mais que os homens,
simplesmente por razões estéticas. Embora esse lamentável quadro seja a
resultante de nossas observações pessoais, os dados divulgados pelo Diagnóstico
da Educação Física/Desportos, publicado em 1971, pelo então Departamento de
Educação Física do Ministério da Educação e Cultura reforçam e confirmam
plenamente essa posição. Uma outra colocação importante, era justamente a
descontinuidade das pessoas que iniciavam programas de atividades físicas,
exceto aqueles que praticavam lutas (Judô, Karatê, Jiu Jitsu, etc), pois para
esses obtenção de faixas (graus), isto é, a busca por objetivos alcançáveis,
servia como estimulo e motivação para a continuidade da prática.
De repente a partir de 1971, o
homem brasileiro, como que acordado para uma nova dimensão existencial,
impulsionado também pela moda, começa a “fazer Cooper”, expressão essa que
passa a ser corrente nas pessoas ativas fisicamente. O contingente de
corredores passa a aumentar em proporções aceleradas, estendendo-se a homens e
mulheres indistintamente. A nossa curiosidade crítica encontra três explicações
fundamentais para o fenômeno.
1º) Surge uma opção objetiva de
prática física para o homem brasileiro, isto é, como no caso das faixas das
lutas praticadas nas academias, o Método
Cooper oferecia um teste no qual as pessoas podiam auto avaliar-se e
colocar-se me categorias, e ainda tinham um programa adequado para o seu nível
em termos quantitativos ou numéricos (30 pontos semanais). Essa contagem virou
“mania” e até as autoridades públicas foram obrigadas a atender as “demandas”
dessa amostragem de praticantes de Cooper cada vez mais crescente balizando as
distâncias em praias, parques e ruas.
2º) A grande divulgação do Método
pela vitória do Brasil na Copa do Mundo de 1970. O Brasil como país do futebol,
rapidamente contagiou-se pelas razões do sucesso da nossa Seleção de Futebol,
virando “moda” a utilização do Método Cooper.
3º) O próprio método, que após
iniciado, deixava o cliente entusiasmado pelas grandes modificações
comportamentais provocadas quanto ao bem estar individual, produção no
trabalho, saúde, fazendo com que esse praticamente passasse a investir no
convite às pessoas do seu agrupamento social mais próximo.
Além dessas três explicações
principais, pode-se somar outras duas, mas já num outro estágio, as quais
permitiram a adesão de professores de Educação Física ao método, o que também
serviu de multiplicador para o número de praticantes, considerando-se que essa
classe de profissionais são e serão sempre. A referência inicial foi a vinda do
Dr. Kenneth Cooper ao Brasil para participar como conferencista do Estágio
técnico do CISM, realizado no Rio de Janeiro em 1971, sob a coordenação do Cel.
Moacir Paiva presidente da Comissão Desportiva das Forças Armadas, e que contou
com a participação de pelo menos 500 professores de Educação Física
representando todos os estados brasileiros . A segunda foi o lançamento do
livro “Aerobics” em português, sob o título “Método Cooper – Aptidão Física em
Qualquer Idade” e que teve Cláudio Coutinho como organizador.
Enquanto subia o número de
praticantes, do Método Cooper, não só nos grandes centros urbanos mas também no
interior do país, aumentando cada vez mais o interesse do homem brasileiro
pelos valores da prática de exercício físico, eram lançados sucessivamente no
Brasil mais 3 obras do Dr. Cooper ( “Capacidade Aeróbica” tradução de “New
Aerobics”, “Métodos Cooper para a Mulher” tradução de “Aerobics for Women”, e
“Saúde Total” tradução de “The Aerobics Way”). Além disso por diversas vezes, Kenneth
Cooper vinha ao Brasil convidados para conferências, que provocava um aumento
de admiração intelectual da nação brasileira por aquele cientista, já cidadão
brasileiro, não por atestado de nascimento, mas pela dimensão de contribuição
cultural ao nosso povo.
Nesse momento, voltamos à
retrospectiva do que poderíamos talvez chamar de “ História da Evolução da
Aptidão Física do Homem Brasileiro”, para dizer que a partir de um determinado
momento, impossível de precisar-se, entre 1975 e 1978, a prática do chamado
Método Cooper já estava tão difundida e generalizada, que as pessoas já tinham
adquirido o hábito de correr, e já não precisavam mais das balizas, das tabelas
de pontos, dos testes, etc, e naturalmente incorporavam entre as necessidades
higiênicas a prática da corrida e da marcha (Obs: as outras opções aeróbicas
preconizadas pelo Método Cooper não tiveram a aceitação da corrida e da
marcha).
Nós, que temos percorrido essa
nação continente chamada Brasil para conferências e cursos constatados que mesmo
onde os meios de comunicação são difíceis e escassos, sempre existe uma parte
da população que é ativa fisicamente, o que pode ser explicado como uma
consequência natural do movimento Cooper.
Essas observações nos permitem
afirmar que o hábito da corrida e da marcha estão incorporados à cultura
nacional, e hoje a referência Cooper começa a ser substituída por outros nomes
importados (“Jogging”, “Walking” e outros) da “moda”, e que são estimulados
algumas vezes por interesses comerciais pelo grande movimento internacional de
promoção e corridas, para os quais também rendemos nossas homenagens, pois
apesar de alguns excessos tem também contribuído para que mais pessoas
abandonassem o sedentarismo.
Entretanto, quando vemos a nação
brasileira num nível de aptidão física melhor (Um novo Diagnóstico fatalmente
chegaria a essa conclusão) e percebemos que na cultura brasileira o hábito da
atividade física ( principalmente a corrida e a marcha) está inserida no
contexto nacional, e ao mesmo tempo tivemos a honra de testemunhar a evolução
dessa extraordinária transformação no homem brasileiro, não podemos deixar de
homenagear esse norte-americano simples, cientista e amigo, por constituir-se
sem dúvida, como um renovador cultural e principal contribuidor da melhoria da
aptidão física do homem brasileiro.
O blog Alquimia do
Esporte traz à cena a importância da implantação da cientificidade na
atividade física e esportiva no Brasil depois de um período de 50 anos, a
partir do artigo do professor Manoel José Gomes Tubino, publicado no livro Teoria e Prática do Esporte para Todos – 1982-1983,
do MEC.
Esse momento, que foi considerado “o boom” da cientificidade
da prática das atividades físicas e esportivas, é reavivado pelo texto, e
algumas reflexões são extraídas pelo autor do blog sobre elas.
Uma das primeiras reflexões nos permite observar o longo
transcurso de tempo percorrido por essa relação. Isso significa considerar a importância
da grande quantidade de pesquisas científicas existentes como ferramentas
essenciais à promoção da saúde, higiene e higidez física e também acompanhar
parâmetros de ordem fisiológica, nutricional, bioquímica, psicológica etc.
De forma contínua, as pesquisas têm demostrado a eficiência desses
valores para melhorar as condições de vida das pessoas. É necessário mudar
hábitos, comportamentos, valores, princípios e atitudes, de modo a reverter um
quadro alarmante de saúde pública instalado nas sociedades pós-modernas e que
envolve altos índices de sedentarismo, obesidade e mortes.
Apesar disso, essas práticas ainda não fazem parte da rotina
de vida de 45% da população brasileira, conforme recomendação da OMS e de
outras pesquisas. Mas há novidades começando a ser observadas. Uma luz surge no
final do túnel, uma mudança cultural. Hoje, embora lento, já se observa um
engajamento progressivo nessas práticas na sociedade brasileira. O foco é por
um estilo de vida mais ativo no lazer.
Outro ponto a ser destacado no artigo científico refere-se aos
precursores da efetiva cientificidade das atividades físicas e esportivas
introduzidas em favor da população brasileira. Teço algumas deferências sobre
aqueles a quem credito serem os principais ícones das áreas.
Por oportuno, destaco dois ilustres nomes à estreita relação
entre as áreas militar, civil, acadêmica, técnica, cientifica, tanto nas
esferas públicas e privadas quanto em âmbito nacional e internacional, ampliando-lhes
a comunicação e o trânsito.
Em primeiro lugar, destaco a
importância fundamental do professor Manoel José Gomes Tubino (in memoriam) para o desenvolvimento da educação
física e do esporte no Brasil.
Tubino foi professor
universitário, doutor, pesquisador, autor, cientista e conferencista. Atuou
como preparador físico da seleção brasileira de voleibol e ocupou cargos de
direção em instituições de ensino superior e na presidência de órgãos máximos
das áreas, como: a Federação Internacional de Educação Física (Fiep) e o extinto
Conselho Nacional do Desporto (CND). Também foi presidente da Comissão de
Reformulação do Esporte Nacional de 1985 (liderando a condução do esporte ao
texto constitucional de 1988) e dirigiu o Instituto Nacional de Desenvolvimento
do Esporte (Indesp).
Produziu efetivas propostas de
desenvolvimento do esporte nas áreas educacional, social e de rendimento,
incluindo propostas de políticas nacionais para o setor. É autor de 27 livros,
entre eles: Ciências do Treinamento
Desportivo, Esporte e Cultura de Paz
e Dicionário Enciclopédico Tubino do
Esporte. Um visionário e líder à frente do seu tempo, tornou-se referência
nacional e internacional na área, com quem tive amizade e atuação profissional
por 33 anos.
Da mesma forma, destaco a
importância fundamental do professor Lamartine Pereira da Costa para o
desenvolvimento da educação física e do esporte no Brasil.
Lamartine também é referência
nacional e internacional como professor universitário, doutor, pesquisador,
autor, cientista e conferencista. Idealizador de iniciativas em áreas como
gestão, lazer Esporte para Todos/EPT), marketing, filosofia, e meio ambiente, é
também autor de diversos estudos e livros, entre eles: Altitude Training
(1967), Planejamento México (1967) aspectos sobre treinamento técnicos aos
Jogos Olímpicos em 1968, Diagnóstico da Educação Física e Desportos no Brasil, de 1971, e estudos
olímpicos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI).
Esteve à frente de ações e
iniciativas intensificadas na preparação das seleções brasileiras de voleibol
para os Jogos Olímpicos do México/1968 e da seleção brasileira de futebol/1970,
atuando na coordenação dos treinamentos físicos direcionados a altitude. Atuou na Academia Brasileira Olímpica como presidente e, atualmente, é o
Curador do e-Museu do Esporte-UERJ, etc. Com ele tive bons momentos em meu
mestrado pela Universidade Gama Filho (UGF), no livro Atlas do Esporte no Brasil (org) e no lançamento do livro 100 Anos de Esporte na Marinha do Brasil.
Tive o privilégio de conviver com
os dois também quando professores militares na Escola Naval. Destaco em ambos
exemplos de cidadãos, além de alto grau de profissionalismo, comprometimento,
seriedade e abnegação. Ao protagonizar incontáveis estudos, pesquisas,
trabalhos, livros, conferências e serviços prestados a entes públicos e
privados, demostraram à nação notável atuação em favor de modernizações na
sociedade brasileira, com presença marcante em âmbito mundial.
Dedico também consideração especial
à figura de Cláudio Coutinho (in memoriam)
por protagonizar a introdução da cientificidade na educação física e no esporte
e a todos os outros profissionais que estiveram juntos participando da decisiva
implantação de novos caminhos do setor no Brasil.
Ressalto que as primeiras
iniciativas em relação à cientificidade foram encontradas no país já na década
de 1930, introduzidas pela Marinha do Brasil. O objetivo de preparar melhor a
equipe de natação contou com as atuações do técnico olímpico japonês Takashiro
Saito e do tenente-médico Heriberto Paiva, que expandiu as avaliações físicas e
funcionais ao meio militar naval naquela época.
Uma quarta consideração a ser
feita relaciona-se à época do texto e do “boom da cientificidade”. Credito
também àquela época o início da formação de um novo paradigma de
desenvolvimento da educação física e do esporte no país. A cientificidade
demarcou a época, fazendo sobressair, entre os séculos 20 e este, os dois nomes
em destaque no blog.
A cientificidade impulsionou um
conjunto de novas e efetivas mudanças às quais se sucederam e alinharam ideias,
ações, fatos, eventos e normas em um intervalo de 20 anos – 1968 a 1988.
Criou-se uma nova configuração,
impulsionada pelos setores civil e militar e caracterizada por um sistema de
interdependências que acabou favorecendo a comunicação, a organização, os recursos
e a troca de informações entre pessoas e grupos – uma ação que se intensificou
entre meados de 1960 até o final de 1970.
A partir das décadas de 1980 e
1990, novos cenários seriam formados regularmente em função da valorização de
atividades essenciais ao desenvolvimento social, cultural, econômico e político
do país.
Mas sobre esse contexto e os seus
elementos vamos falar em nova oportunidade!
Excelente texto original do professor Tubino e uma magistral análise crítica do professor Garrido.
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