Dirigível/Airship: um esporte de Santos Dumont!



Figura 1. Fonte: https://www2.fab.mil.br/musal/index.php/slideshow/1397-hindenburg-a-grandiosa-chegada-do-gigante-dos-ceus-ao-rio-de-janeiro?


Por Fernando Garrido 


Quando o esporte apareceu por aqui?

O inventor e esportista brasileiro Alberto Santos Dumont, considerado o “Pai da Aviação”, criou o seu primeiro dirigível em 1901. Com esse aparelho, modelo N-5, sobrevoou Paris e contornou a Torre Eiffel. Santos Dumont projetou e produziu aviões, como o 14-Bis, além de balões e dirigíveis estáticos e motorizados.
          Os primeiros dirigíveis Zeppelin somente apareceram no Brasil em dezembro de 1935. Por essa época, havia uma linha regular de dirigíveis entre Frankfurt e Rio de Janeiro, com escala em Recife (PE).
Um hangar para o Zeppelin foi instalado no bairro de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, em 1934, e existe até hoje. Os Zeppelins já chamavam a atenção do povo brasileiro desde 1930. A cidade do Recife chegou a ver de perto o Graf Zeppelin e o Hindemburg.
          Somente em 1981, surgiu um dirigível com fins esportivos no Brasil. Ele era pressurizado a ar quente, de construção da Thunder-Colt (Inglaterra), e foi trazido por Bruno Schwartz.
         O primeiro voo desse dirigível de ar quente ocorreu em março de 1981, quando a empresa Air Show o exibiu no Aeroclube do Brasil, no bairro de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.

Foto: Divulgação



        A primeira participação brasileira em competições internacionais foi com Bruno Schwartz, que representou o país no 2º Campeonato Mundial de Dirigível, em Nottingham (Inglaterra), em agosto de 1990. Na ocasião, obteve o 11º lugar.
            O dirigível, Ventura, da Goodyear, é lembrado até hoje. Ele sobrevoava os céus do país realizando voos de passeio e prestação de serviços e coberturas esportivas e sociais, pois tinha uma autonomia de 12 horas de voo.
            O primeiro dirigível projetado no Brasil fez seu voo inaugural em 24 de julho de 2017. O equipamento foi criado para transportar cargas de até uma tonelada e voar a 85 km/h. Conhecido por ADB-3-X01, o dirigível tripulado foi construído pela Airship do Brasil, em São Carlos (SP).
Foto: Divulgação

            A fabricação desse aeróstato pelo Brasil garantiu a sua entrada para o seleto grupo de países construtores de dirigíveis tripulados. O dirigível pode ser utilizado para treinamento de pilotos, reconhecimento de áreas, propaganda, passeios turísticos, transporte de carga e passageiros, segurança, defesa, entre outros.
Em 2018, o dirigível sobrevoou o céu do Rio de Janeiro durante o mês de fevereiro e retornou a São Carlos depois do carnaval carioca.

           
Como é o esporte?

            Nas competições de dirigíveis, busca-se realizar um percurso definido com controle de velocidade e precisão de pouso. 
            A prova de slalom é feita em voo em zigue-zague com passagem por diversas portas em um tempo máximo.

Foto: Divulgação
A prova da caixa compreende uma simulação de aterrissagem, com o toque das rodas do dirigível em um espaço quadrado de 10 m x 10 m, e a marcação da passagem.
Em todas as competições, existem as chamadas portas de saída, sinalizando o início do percurso, e as portas de chegada, finalizando-o.
Em quase todas as competições têm um tempo de duração mínima e máxima.
          Nos eventos de turismo e negócios de marketing são utilizados os dirigíveis a gás hélio, totalmente seguros, enquanto que os de ar quente, são utilizados, exclusivamente em eventos desportivos.

Vamos contar algo mais para você!
O dirigível é organizado pela Associação Brasileira de Balonismo (ABB).
O dirigível é dirigido internacionalmente pela Federação Aeronáutica Internacional (FAI), fundada em 1905.

Airlander/Divulgação


Referências Bibliográficas
Airship do Brasil. Home. Disponível em: www.adb.ind.br. Acesso em: 13 mar 2020.
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
REVISTA Aviação Desportiva. São Paulo: Visão, nº1, 1987.
SCHWARTZ, B. Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 1994.
Space Airships. Space Airships É Impossível não ver! Disponível em: www.spaceairships.com.br. Acesso em: 13 mar 2020.
TUBINO, M. J. G; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007.






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