Corrida de Aventura: superação, conquista, conscientização ambiental, e estilo de vida ativo.
A primeira vez que
atletas brasileiros estiveram em contato com a corrida de aventura foi na
competição Southern Traverse (Nova Zelândia), em 1997. Essa competição teve a
participação da equipe Síntese Funds, que tinha, entre seus integrantes,
Alexandre Freitas.
Freitas implantou o
esporte e fundou a Sociedade Brasileira de Corridas de Aventura (SBCA) em 1998.
Nesse mesmo ano, a SBCA organizou a primeira corrida de aventura no Brasil, a
Expedição Mata Atlântica (EMA).
A competição contou
com a presença de 30 equipes e foi vencida pela KJ (Nova Zelândia). O percurso
de 220 km, entre Paraibuna e Ilha Bela (SP), foi todo realizado dentro da mata.
No final da década
de 1990, as corridas de aventura apresentaram um extraordinário crescimento no
Brasil. As participações brasileiras no esporte se estendiam ao exterior, em
competições como a Eco-Challenge e o Raid Aventure, em 1999. Novas empresas
apareciam como organizadoras de corrida de aventura oferecendo competições em
provas curtas e longas pelo país.
Essa última
competição ocorreu em Mendonça (Argentina) e foi vencida pela equipe Brasil 500
Anos. Nessa ocasião, foi realizada a primeira corrida Desafio da Costa do Sol,
com 36 horas de duração e percurso de 150 km percorrendo os municípios da Paraíba.
Da prova constaram as modalidades des de Mountain Bike, Trekking, Travessia de
Rios, Técnicas Verticais (Rappel), Canyonning, Caverna, Coasteering (Costeira)
e muita Orientação. O diferencial dessa competição, o número reduzido de
equipes, 7 (sete) ao todo e a não participação de equipe de apoio.
A primeira corrida
internacional ELF no Brasil – a Elf Authentic Adventure – também foi realizada
em 1999, na Região Nordeste. A mais extensa corrida de aventura internacional
teve a presença de atletas do mundo todo, além de um trabalho social
desenvolvido com as comunidades por onde passou o percurso.
A difusão das
corridas de aventura impulsionou a criação do circuito brasileiro estabelecido
em cinco etapas, percorrendo o país em 2000. Este fato determinou uma melhor
preparação dos atletas e formalizou a implantação de um ranking que servia como
garantia de participação na EMA. Faziam parte do circuito as etapas: PETAR 200;
o ELF Authentique, litoral; o Raid Brotas Extremes; o Desafio Costa do Sol e a
EMA.
O Circuito
Brasileiro de Corridas de Aventura ampliava para sete as suas etapas em 2001,
colocando em evidência o cenário amazônico. Nessa ocasião, a EMA passou a
integrar o Circuito Mundial de Corridas de Aventura – Adventure Racing World
Series (ARWS).
Um ano depois, o
Circuito Brasileiro ganhou oito etapas, sinalizando um desenvolvimento maior do
esporte no país. Ademais, a melhor equipe garantia a participação no Raid The
North (Canadá).
A maior corrida de
aventura no Brasil surgia em 2003, o Ecomotion PRO que teve sua primeira edição
realizada na Chapada Diamantina (BA). Com um percurso de 460 km e disputas de
até 6 dias, a corrida passou a integrar o ARWS depois do encerramento da
competição EMA.
Em 2004, foi criado
o Ranking Brasileiro de Corrida de Aventura (RBCA), uma ferramenta com o
objetivo de acompanhar e aferir a qualidade das equipes brasileiras de corrida
de aventura. Estabelecendo uma padronização de critérios de pontuação para as
mais variadas provas existentes no país, o Ranking servia como parâmetro para
mostrar as equipes em destaque no esporte durante um determinado período.
A Ecomotion PRO foi
oficializada como a competição final do Circuito Brasileiro de 2008 e mundial
do ARWS, ambas as provas disputadas no Rio de Janeiro. A equipe vencedora da
ARWS foi a Orion Health (Nova Zelândia).
Um novo modelo de
competição aparecia em 2011 concebida sob a denominação de EMA MixTERRA,
dirigida por Alexandre Freitas. No novo formato a proposta de uma prova de
corrida rústica e mountain biking, organizada em percurso de 40 km em estradas
de terra, trilhas e grandes pastos na região do Bairro do Pedregulho, em
Itu/SP.
Em 2015, o Brasil
voltou a ser sede da ARWS, competição mundial de corrida de aventura. Essa
competição foi vencida pela equipe Team Seagate (Nova Zelândia). As belezas
naturais do Pantanal de Mato Grosso, na Serra do Amolar, foram divulgadas e
percorridas por 17 países e mais de 30 equipes, dentre elas, onze brasileiras.
A Copa América de
corrida de aventura aconteceu em Costa Rica, no centro-oeste do país, em 2016
com a organização da CBCA, de federações e entidades internacionais e apoio da
prefeitura local. A relação entre turismo e esporte fortalece a ambos os setores,
gera uma maior visibilidade a locais de belezas naturais, impulsiona o turismo,
renda, trabalho, consumo e impostos.
Uma das novas
formas de gestão no esporte no Brasil, as empresas promotoras de turismo de
aventura e ecoturismo, de marketing e de mídia aparecem no cenário nacional.
Essas empresas criam, se envolvem, impulsionam novos esportes, ampliam a
oferta, e promovem a difusão desses tipos de práticas da natureza, aventura e
radicais, em especial das corridas de aventura popularizadas no Brasil com a
presença marcante da Adventure Camp e da Ecomotion, entre outras.
A implantação de
novos tipos de corridas de curta duração (entre 6 e 12 horas) e percurso de 50
km tem sido promovida pela Confederação Brasileira de Corridas de Aventura (CBCA).
O objetivo é alcançar uma maior participação de atletas iniciantes, com a
criação de diversas competições, entre elas estão o Raid Brotas Discovery, a
EMA-Escola, o Adventure Camp e o Short Adventure.
A estruturação
organizacional do esporte tem sido consolidada pelo país na segunda década
deste século. Foram criadas, por exemplo, entidades esportivas de direção
estadual (federações) em São Paulo, Bahia, Santa Catarina, Rio Grande do Sul,
Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo, além de associações de atletas.
Uma importante
parceria se formou entre a CBCA e a SPOT BRASIL – ADVENTUREMAG, empresa
americana de telecomunicações via satélite Globalstar. Tal fato permitiu o
rastreamento das equipes em todas as corridas nacionais a partir de 2017, garantindo
mais visibilidade, e maior segurança às competições e também o acompanhamento
delas em tempo real.
Entre as corridas de
aventura que efetivamente contribuíram para o desenvolvimento do esporte no
cenário brasileiro e também se tornaram as mais famosas, tradicionais e
radicais estão a Rio Eco, o Ecomotion Circuit e o Circuito Nordestino.
Descrição Conceitual
As corridas de
aventura são integradas por um conjunto de esportes escolhidos de acordo com o
cenário de realização das provas. As modalidades básicas do esporte são:
orientação, trekking, mountain bike, canoagem e técnicas verticais.
As equipes são
formadas por 3 a 5 atletas e podem ser mistas, masculinas ou femininas. O
esporte é realizado em ambientes totalmente naturais, com as provas ocorrendo
sem intervalos, computando-se o tempo total de execução da competição.
A organização do
evento fornece mapas e cartas topográficas por onde devem percorrer as equipes.
Equipamentos como bússolas são utilizados para guiar os praticantes pelo percurso
estabelecido. Há também postos de controle exigindo passagem cronológica
obrigatória.
A competição
transcorre por longas horas (de 12 a 60 horas), o que corresponde a vários dias
de disputas e exige dos praticantes um excelente preparo geral. Uma equipe de
apoio encontra-se instalada nos postos de controle para acompanhar as tarefas
exigidas de alimentação e troca de equipamentos e atender a necessidades
emergenciais.
Nas corridas de
aventura, são realizadas atividades de caráter socioambiental nas comunidades
por onde transcorre a competição.
A inclusão de novas
modalidades esportivas pode ser considerada pelos organizadores para a
competição, mas depende da geografia e dos costumes locais por onde elas vão
passar. A região escolhida pode determinar a mudança do esporte, da técnica
empregada e do tipo de prova.
Na modalidade
orientação, os participantes utilizam mapas (cartas cartográficas) e bússolas
para se localizar e percorrer a região seguindo coordenadas estabelecidas. É
necessário passar por todos os postos de controle até o final da prova.
O trekking consiste
de caminhada e até mesmo de corrida, se esta for realizada em trechos de
asfalto, estradas de terra e trilhas no meio do mato.
O mountain bike é
uma prova utilizada para subidas e decidas em terrenos diferenciados.
A canoagem utiliza
botes infláveis (ducks), canoas canadenses e até canoas havaianas.
O rapel e a
tirolesa são as técnicas verticais mais usadas durante as corridas de aventura.
A segurança nos
eventos é prioridade máxima. Entre os equipamentos e materiais necessários ao
bom desempenho da prova, estão apitos, bicicletas, cadeirinhas, capacetes,
cobertores de sobrevivência, coletes salva-vidas, facas ou canivetes, kits de
primeiros socorros, lanternas ou lanternas de cabeça, adesivos iluminados, luvas,
luz frontal e traseira em bicicletas, mosquetões, remos e solteiras. Alguns
deles são cedidos pela organização da prova.
Os conhecimentos de
orientação e navegação são vitais para que os participantes possam passar pelos
postos de controle marcados no mapa, tomando os caminhos mais curtos ou mais
rápidos.
As corridas de
aventura podem ser classificadas de acordo com o tempo, sendo: curtas (entre 3
e 7 horas); de 24 horas; de mais de 24 horas e de expedições (com mais de 5
dias). A distância total percorrida pelas equipes pode variar entre 40km e 400
km.
A equipe vencedora
da competição é aquela que cruzar primeiro a linha de chegada com todos os
integrantes juntos.
Organização no Brasil
A Confederação Brasileira de Corridas de
Aventura (CBCA) é a entidade máxima do esporte no país.
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Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!
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Referências Bibliográficas
ADVENTUREMAG. Confederação Brasileira de
Corrida de Aventura (CBCA) fecha parceria com SPOT BRASIL – ADVENTUREMAG.
Disponível em:
https://www.adventuremag.com.br/trailrun/2017/confederacao-brasileira-de-corrida-de-aventura-cbca-fecha-parceria-com-spot-brasil-adventuremag/.
Acesso em: 7 mar. 2020.
Ativo. Expedição Mata Atlântica volta
após uma década. Disponível
em:https://www.ativo.com/mais-esportes/expedicao-mata-atlantica-volta-apos-uma-decada/Acesso
em:11 mar 2020.
CBCA – CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE CORRIDA
DE AVENTURA. Guerreiros Naventura. Disponível em: www.cbcaventura.org.br.
Acesso em: 7 mar. 2020.
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no
Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
INSTITUTO ECO BRASIL. Corridas de Aventura.
Disponível em:
http://www.ecobrasil.eco.br/23-restrito/845-corridas-de-aventura. Acesso em: 10
jul. 2017.
O TEMPO. A história da Corrida de Aventura
no Brasil. Disponível em:
www.otempo.com.br/.../aventura.../a-história-da-corrida-de-aventura-no-brasil-
19.37...Acesso em: 10 jul. 2017.
RBCA. Ranking Brasileiro de Corrida de
Aventura. Disponível em: https://www.rbca.com.br/. Acesso em: 7 mar. 2020.
360 GRAUS. Corrida de Aventura - História
no Brasil. Disponível em:
www.360graus.com.br/adventurerace/default.asp?did=5009&action=história.
Acesso em: 10 jul. 2017.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.;
TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac,
2007.
WEBVENTURE. A história da corrida de
aventura no Brasil. Disponível em:
https://www.webventure.com.br/a-historia-da-corrida-de-aventura-no-brasil/.
Acesso em: 10 jul. 2017.
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