Huka-Huka: arte marcial indígena brasileira

É uma arte marcial brasileira criada e praticada (homens e mulheres) pelo povo indígena Bakairi e os povos do Xingu, localizados no estado do Mato Grosso, região central do país. 

A huka-huka tornou-se uma das modalidades esportivas disputadas nos 1º Jogos dos Povos Indígenas do Brasil, em 1996.

No século XXI apareciam os Jogos Regionais dos Povos Indígenas. Um dos primeiros acontecer foi disputado em Minas Gerais, em 2012.

A primeira edição dos Jogos Mundiais Indígenas em Palmas, Tocantins, em 2015, compareceram indígenas de 22 países e 24 etnias brasileiras participando do evento. 

A huka-huka tem sido praticada pelos integrantes das Policiais Militares do estado de São Paulo e no UFC.

Descrição Conceitual

A luta se inicia com os atletas ajoelhados, girando em círculos, agarrados um ao outro, tentando pegar a cabeça e as pernas do oponente. Ganha quem derrubar o oponente. Se eles se soltarem um do outro, sem que nenhum dos dois seja derrubado, a disputa empata.

A luta envolve a preparação com sangrias: a pele do guerreiro é arranhada por dentes de peixe-cachorra para fortalecimento e purificação e, em seguida, aplica-se um banho de ervas. Nos meses anteriores as lutas, eles também ingerem chás e preparos para forçar o vômito, em uma limpeza interna. Na noite que antecede a disputa, o jejum é obrigatório e nenhum deles dorme.

A luta é praticada com os atletas de joelhos e sem juiz, embora, no ritual, um homem-chefe, que é considerado o dono da luta, vai até a parte central de uma arena e escolhe os adversários, chamando-os pelo nome.

Os lutadores ficam frente a frente, ajoelham-se e giram de forma circular em sentido horário. Eles se encaram e começam a luta. O objetivo é levantar o oponente e depois levá-lo ao chão.

A huka-huka é tida como um ritual tradicional feito depois do Quarup, em homenagem aos mortos. A luta serve como teste de força para os índios jovens. Os campeões de huka-huka de cada tribo do Xingu enfrentam-se em competições no amanhecer do dia posterior ao do Quarup. Depois do combate entre os adultos, grupos de jovens também se enfrentam para demonstrar a sua virilidade.

A huka-huka também pode ser encontrada na festa Yamarikumã, um evento exclusivo feminino. A índia também pode intervir na luta dos homens, caso julgue haver excessos entre os oponentes.

Organização no Brasil

O esporte tem sido praticado como competição sob a forma lazer.

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Referências Bibliográficas

ARAÚJO, F. Huka-huka. Disponível em: https://www.infoescola.com/artes-marciais/huka-huka/. Acesso em: 7 mar. 2018.

Consed. 5ª edição dos Jogos dos Povos Indígenas de Minas Gerais acontece esta semana na aldeia Xucuru-Kariri. Disponível em: http://www.consed.org.br/central-de-conteudos/5a-edicao-dos-jogos-dos-povos-indigenas-de-minas-gerais-acontece-esta-semana-na-aldeia-xucuru-kariri.Acesso em: 25 fev 2020.

CORREIO BRAZILIENSE. Luta Huka-Huka: fortalecimento e purificação dos guerreiros.  Disponível em: https://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/diversao-e-arte/2012/08/26/interna_diversao_arte,319052/luta-huka-huka-fortalecimento-e-purificacao-dos-guerreiros.shtml. Acesso em: 7 mar. 2018.

SANTOS, J.N do N. Representação social do esporte praticado por indígenas. Tese de pós-graduação de doutorado em educação. Salvador: Universidade Federal da Bahia (UFBA). 2015 Disponível em: https://repositorio.ufba.br/ri/bitstream/ri/23447/1/TESE-JOS%C3%89%20NEY%20DO%20NASCIMENTO%20SANTOS.pdf.Acesso em: 25 fev 2020.

TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007.