Go: um jogo estratégico milenar de treinamento militar
O go, jogo milenar
chinês, surgiu na cidade de São Paulo, praticado por jogadores japoneses,
chineses e coreanos. A dificuldade do idioma e do convívio com o brasileiro
inicialmente limitou a sua difusão. Em 1978, contudo, o esporte já estava
presente na 1ª Feira de Esportes e Lazer de São Paulo, com um campeonato
promovido pela colônia japonesa.
Em 5 de janeiro de 1989, o jogo passou a ficar mais conhecido
entre os brasileiros com a fundação, em São Paulo, da Associação Nihon Kiin do
Brasil (ANKB) - associação internacional de go do Brasil e principal instituição de go do Japão.
A internacionalização do esporte pode ser atribuída a Iwamoto
Kaoru, um dos maiores nomes do go mundial. Kaoru teve atuação destacada como
jogador e professor, sendo também fundador e financiador da ANKB, cuja
construção acompanhou pessoalmente.
Entre 21 e 23 de janeiro de 1989, ainda na recém-inaugurada
sede, foi realizado um torneio que serviria como classificatória sul-americana
para a Copa Fujitsu. Esse evento contou com a participação de 135 jogadores.
A introdução do go na internet, em meados da
década de 1990, difundiu ainda mais o esporte na sociedade brasileira. Mais se conhecia sobre o jogo, e mais liberdade o praticante
tinha para jogar onde quisesse e gratuitamente. O esporte desenvolvia-se e
atraía mais adeptos.
No
Brasil, o go tem atraído inúmeros apreciadores e aprendizes, principalmente os
não descendentes de orientais. Anualmente, a ANKB realiza torneios e competições, como o
Meijin-sen, a Taça Prof. Iwamoto, o Torneio Geral, o São Paulo Shimbun, o Nihon
Ki-in e o Juvenil do Brasil.
O país escolhe o seu
representante em seletivas para disputar competições amadoras internacionais,
como a JAL Cup World Amateur Go Championship, o Ibero-Americano, a Korean Prime
Minister Cup, a Prime Minister Cup e o Student Oza.
O primeiro campeonato brasileiro de go – a Copa do Brasil de
Go – foi disputado em 2011, em São Paulo.
A Federação Internacional de Go (FIG) tem promovido o esporte
enviando professores e incentivadores pelo mundo.
Um dos grandes objetivos do go no Brasil é
introduzi-lo nas escolas do país. O esporte já vem sendo praticado em
instituições de ensino superior, como a Universidade de São Paulo (USP), a
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Instituto Tecnológico da
Aeronáutica (ITA), localizado em São José dos Campos (SP).
Descrição Conceitual
Conhecido como WeiQi na China, Igo no Japão e Baduk na
Coreia, o go é um jogo intelectivo, de movimentação estratégica, utilizado
como treinamento militar para a guerra.
O jogo é disputado sobre um tabuleiro com pedras brancas e
pretas, por dois participantes. Cada um deles com uma cor, se revezam para a colocação das pedras, uma a uma, sobre o tabuleiro. O
primeiro movimento, isto é, a colocação da primeira pedra, é feito com as
pedras pretas.
As pedras são colocadas nos cruzamentos das 19 linhas
verticais e horizontais do tabuleiro, não mais podendo ser retiradas. Nenhuma pedra pode ficar sem liberdade de se movimentar; ou seja, ela não pode estar totalmente cercada pelas pedras do
adversário.
O território
caracteriza-se pelos cruzamentos, cercados de tal maneira pelas peças do
jogador que o adversário não consegue invadi-lo. O número de cruzamentos cercados pelas
peças brancas e pelas pretas corresponde à pontuação obtida por cada jogador
com suas respectivas pedras.
A colocação das pedras do adversário
ao redor de uma pedra ou de um grupo de pedras do seu oponente configura a
“captura” e leva à retirada das pedras cercadas do tabuleiro. Essa perda total
de liberdade de movimento representa um ponto a menos para o jogador das pedras
capturadas.
Quando os jogadores possuem nível de habilidade
diferente, pode-se usar o recurso de handicap. Quanto maior a diferença, mais pedras
são colocadas no jogo para equilibrá-lo. Se a diferença for de “um grau”, o
jogador mais fraco joga com as pedras pretas e coloca apenas duas no handicap. Se for de “dois graus”, três
pedras, e assim por diante.
As possibilidades de jogadas estratégicas são numerosas até que
um dos participantes conquiste a maior quantidade de territórios do adversário,
o que determina o final da partida.
Organização no Brasil
O go é praticado como lazer, esporte
educacional e também competitivo em associações e nos torneios e campeonatos
promovidos pela Associação Nihon Kiin do Brasil (ANKB).
Organização Internacional
A Federação Internacional de Go (IGF) é a
organização máxima do esporte no mundo. Ela estabelece regras e regulamentos e
dirige as competições internacionais.
Referências Bibliográficas
APRENDA a jogar go: uma
breve introdução às regras e técnicas básicas de go. Disponível em: <go.alamino.net/aprendajogargo/regras-basicas/>. Acesso em: 12 fev. 2018.
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COMUNIDADE
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TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte.
São Paulo: Senac, 2007.
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