Os Esportes Intelectivos: um forte aliado do cérebro!
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Por Fernando Garrido
COMPORTE-SE.
Os chamados "esportes da mente" ajudam a
melhorar capacidades cerebrais. Disponível em: https://www.comportese.com/2017/01/os-chamados-esportes-da-mente-ajudam-melhorar-capacidades-cerebrais. Acesso em: 20
ago. 2019.
FALCÃO, R. S. Psicologia no esporte. Disponível em: www.psicologianoesporte.com.br/esportes-intelectuais/. Acessos em: 27 maio 2018.
"O esporte intelectivo e da mente um lazer de toda hora"
As práticas de caráter esportivo relacionadas com a atividade
intelectual são vistas no Brasil desde o século 19, tanto que seus maiores
representantes, os jogos de salão, tornaram-se conhecidos por esportes intelectivos, ou da mente, a partir do século 20.
Desde os tempos do Império, os jogos de salão podiam ser
usualmente encontrados como diversão da população em geral.
A falta de urbanização, sistemas de transporte e meios de
comunicação restringia a vida social e o trabalho ao ambiente familiar. Os poucos
locais e ocasiões em que a população se reunia ocorriam em festas comemorativas
e missas dominicais realizadas em igrejas pelo país.
A vida social, em especial a das famílias mais abastadas,
estava restrita à convivência com as pessoas de maior intimidade. Entre os
divertimentos da época, encontravam-se os jogos de salão, realizados em locais
selecionados, e até mesmo exclusivos, dentro das casas. Essas práticas também
eram vistas em botequins, bares e barbearias, lugares considerados uma
“extensão de casa”. Entre os jogos mais praticados, encontravam-se a dama, o dominó,
o gamão e os bilhares francês e inglês.
Nos primeiros clubes da cidade do Rio de Janeiro – a Assembleia
Portuguesa (1815) e a Sociedade Germânia (1821) – já podiam ser encontradas
disputas desses jogos. O bilhar francês era um dos passatempos preferidos,
principalmente de estrangeiros e suas famílias.
Saiba mais:
O reconhecimento do esporte como sendo um direito de todos foi
estabelecido, segundo Tubino (2006), na Carta Internacional de Educação Física
e Desportos de 1978, da Organização das Nações
Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Isso representou um marco na ampliação do seu conceito em âmbito
mundial.
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O esporte alcançava uma maior visão social ao incluir a
terceira idade, os portadores de necessidades especiais e a formação da
cidadania.
A melhoria do desempenho físico-orgânico, técnico, tático e
psicológico e o auxílio de diversos profissionais especializados são algumas
das exigências de qualquer tipo de esporte, principalmente o de alto nível. A
busca por resultados expressivos, recordes, medalhas, vitórias e títulos leva
os praticantes a atingir melhores desempenhos nas competições, o que acaba
beneficiando o corpo e a mente. Nesse sentido, os esportes intelectivos
necessitam de mais cuidados com o corpo, pois exigem a permanência do indivíduo
por horas sentado.
Dessa forma, esses
esportes acabaram se tornando objeto de
pesquisas e trabalhos científicos. Segundo os resultados, a prática desse tipo
de esporte leva a um aumento das atividades cerebrais e a uma melhoria no
desempenho mental geral do indivíduo. A mente é ativada com estímulo e o
fortalecimento de importantes regiões do cérebro, o aumento do número de
neurônios e a consequente criação de novas conexões neurológicas (sinapses
nervosas).
A exercitação do cérebro melhora um conjunto
de competências que se relacionam com a educação, a saúde e os negócios
empresariais. A melhoria de desempenho em áreas como atenção, concentração,
disciplina, paciência, segurança na tomada de decisões, habilidades motora e
cognitiva e modo de reagir diante dos desafios da vida está entre alguns dos
benefícios.
A utilização desse tipo de esporte também
tem crescido exponencialmente como meio de inclusão social, auxiliando na
construção da cidadania e na prevenção de demências como o mal de Parkinson e o
de Alzheimer. É empregado como ferramenta didático-pedagógica na formação
educacional, além de ser utilizado pelas empresas como recurso para a capacitação
profissional.
Os jogos de salão contariam com a ajuda de um
poderoso aliado na década de 1990: as novas tecnologias de informação e de comunicação.
O papel do computador, da internet, das redes sociais, de sites, blogs,
aplicativos, jogos eletrônicos e das novas empresas de alta tecnologia foi
fundamental para difundir os jogos mundialmente, agora também praticados on-line.
Oferecidos por entidades esportivas de todos
os níveis organizacionais no Brasil e no exterior, esses esportes cresceram como
competição-rendimento, formação e lazer, e com disputas em tempo real. Abriam-se,
também, novas oportunidades de oferta de aulas on-line, além da prática de
jogos por meio de sites, aplicativos e streamings. Isso acabou favorecendo sua difusão
também como profissão e negócio.
O advento da internet e dos aplicativos acabou
favorecendo o aprimoramento dos videogames, ou jogos eletrônicos, surgidos na
década de 1970. Mais jogos foram criados e mais competições esportivas ocorriam
em tempo real.
Os esportes eletrônicos, uma das novas
tendências em ascensão na sociedade mundial, são também conhecidos como e-Sports,
esportes virtuais ou ciberesportes, podendo integrar os esportes intelectivos e
da mente.
Assim, os jogos de salão encontraram na
internet a ferramenta ideal para impulsionar a oferta de eventos esportivos,
uma vez que os competidores podiam estar próximos ou distantes um do outro. Isso
ajudava a aumentar a quantidade de apreciadores e atletas e, consequentemente,
o interesse da mídia e do marketing.
O desenvolvimento dos esportes intelectivos
também contou com a colaboração da Associação Brasileira de Esportes
Intelectuais (Abrespi), criada em 2011, e das confederações de xadrez, bridge,
damas, go e pôquer. A Abrespi tornou-se uma
das entidades esportivas nacionais filiadas à Associação Internacional de
Esportes Intelectuais (IMSA), organização fundada em 2005 e reconhecida pela Associação
Global de Federações Desportivas Internacionais (GAISF).
Em face da inegável trajetória dos esportes
eletrônicos, cabe-nos, contudo, uma pergunta: Afinal, estamos realmente diante
de um novo tipo de tendência esportiva no qual os esportes eletrônicos podem
ser categorizados como esportes intelectivos? Comente.
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Em 2008, logo depois de serem realizados os
Jogos Olímpicos de Verão, a IMSA promoveu os 1º Jogos Mundiais de Esportes
Mentais, em Pequim (China).
O reconhecimento olímpico dos esportes da
IMSA e dos Jogos Mundiais da Mente pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) atendeu
aos objetivos estratégicos traçados por aquela entidade internacional.
Nos últimos anos, o COI tem procurado
promover a ascensão de novos esportes e de suas federações internacionais, além
da criação de novos eventos esportivos mundiais. Entre eles encontram-se: os
Jogos Mundiais Militares, os Jogos Mundiais, os Jogos Urbanos Mundiais, os
Jogos Mundiais de Praia e os Jogos Mundiais de Combate. Isso acaba por proporcionar
mais visibilidade aos novos atletas e consolidar a visão de esporte-negócio.
As iniciativas do COI em reconhecer novos
esportes e novos eventos esportivos mundiais reforçam o grande passo dado pela
IMSA. Atualmente, esses eventos são dirigidos e organizados pela GAISF e a
Associação de Comitês Olímpicos Nacionais (Anoc).
Referências Bibliográficas
CAPINUSSÚ, J. M. Teoria
organizacional da Educação Física e desportos. São Paulo: Ibrasa, 1979.
COMPORTE-SE.
Os chamados "esportes da mente" ajudam a
melhorar capacidades cerebrais. Disponível em: https://www.comportese.com/2017/01/os-chamados-esportes-da-mente-ajudam-melhorar-capacidades-cerebrais. Acesso em: 20
ago. 2019.
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
FALCÃO, R. S. Psicologia no esporte. Disponível em: www.psicologianoesporte.com.br/esportes-intelectuais/. Acessos em: 27 maio 2018.
FÃS DA PSICANÁLISE. Conheça Cinco Esportes Para Trabalhar a
Mente. Disponível
em: https:///conheca-cinco-esportes-para-trabalhar-a-mente/. Acesso em: 27 maio 2018.
GARRIDO, F. A. C. Tendências da cultura esportiva no Rio de Janeiro: uma
análise da mídia e das práticas de esporte. Tese de Mestrado. Rio de Janeiro:
UGF, 1999.
TUBINO, M. J. G. O
que é esporte: coleção primeiros passos. São Paulo: Brasiliense, 1993.
______. Dimensões sociais do esporte. São
Paulo: Cortez, 2001.
______. GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte.
São Paulo: Senac, 2007.
Excelente material!! Vou compartilhar com os amigos....
ResponderEliminarMuito bom! Pratiquei esportes desde os 8 anos de idade e fui atleta tendo disputado competições tanto de judô como atletismo lançamento de dardo. Continuo fazendo caminhada e esteira para a minha manutenção da saúde sendo septuagenário. ADSUMUS CFN
ResponderEliminarMuito bom! Pratiquei esportes desde os 8 anos de idade e fui atleta tendo disputado competições tanto de judô como atletismo lançamento de dardo. Continuo fazendo caminhada e esteira para a minha manutenção da saúde sendo septuagenário. ADSUMUS CFN
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