O Conceito de Esporte Sob um Novo Olhar no Brasil
O esporte tornou-se, na passagem do século 20 para este, um
dos maiores fenômenos sociais de todos os tempos.
Uma das mais efetivas contribuições para isso foi a ampliação
acerca do seu conceito. De atividade predominantemente física, de competições, vitórias,
recordes e medalhas, o esporte passava a incluir, também, o lazer (saúde,
bem-estar e estilo de vida ativo) e a formação do indivíduo (educação e inserção
social).
Além disso, uma conjugação de fatores possibilitou a
construção de um novo cenário esportivo no Brasil:
- O
crescimento do esporte como gênero de programa na mídia em geral e sua expansão
com a internet e as redes sociais;
- O
estreitamento da sua relação com áreas como hotelaria, turismo, meio ambiente,
nutrição, medicina esportiva, fisioterapia, ortopedia e saúde;
- A
formulação de leis e várias normas complementares; por exemplo, de apoio a
torcedores;
- O
fortalecimento da relação esporte-empresa-marketing-mídia, transformando o esporte
em lazer e oportunidade comercial;
- A
oferta por meio de mais agências e agentes sociais, especialmente ao ar livre;
- O
aumento do número de pesquisas e trabalhos científicos;
- O
surgimento de novas matérias-primas, incluindo as de alta tecnologia e sustentabilidade;
- A
produção de equipamentos e materiais esportivos de alta tecnologia para
melhorar a performance;
- O
aumento do número de eventos esportivos nacionais e internacionais;
- O
crescimento da responsabilidade de instituições públicas e privadas, em termos
sociais e ambientais (programas e projetos sociais e sustentabilidade);
- A
construção de instalações esportivas multiuso (estádios, arenas etc), de alta
tecnologia, para oferecer melhores condições de conforto, segurança e lazer;
- A
criação e a popularização de novos esportes, principalmente os conectados à
natureza, os derivados da fusão de outros esportes e os de alta tecnologia
(meio digital, E-sports e robótica);
- O
aumento da oferta de competições esportivas envolvendo uma maior diversidade de
esportes, em todos os níveis organizacionais, na formação escolar, no lazer e
no desempenho;
- O
crescimento do interesse de estudiosos pelos fatos esportivos, sob os aspectos
políticos, econômicos, sociais, culturais, educacionais, científicos e
antropológicos;
- A
maior participação da mulher em competições regionais, nacionais e,
principalmente, internacionais e sua conquista de recordes e medalhas em
diversos esportes; e
- O retorno das Forças Armadas brasileiras no esporte nacional.
Um novo quadro se desenhava no Brasil, influenciado pela
Carta Internacional de Educação Física e Esporte (Unesco/1978) e por vários
outros documentos, entidades e estudiosos internacionais, os quais consideravam
o esporte um direito de todos.
A própria Comissão de Reformulação do Esporte Brasileiro – instalada
em 1985 pelo Decreto nº 91.452 e então presidida pelo professor e doutor Manoel
José Gomes Tubino – passava a sugerir a consolidação de uma nova conceituação
para o esporte no Brasil, não somente voltada ao desempenho como também à
educação e à participação.
Essa consolidação finalmente se materializou no artigo 217 da
Constituição Federal do Brasil de 1988. Assim, o esporte passava a ser incluído
como manifestação de lazer, saúde, formação e rendimento, independentemente de
fatores como idade, sexo, credo, cor, raça e condições físicas. Daí a origem
das concepções esporte-educação, esporte-participação e esporte-performance. Uma série de leis subsequentes
viria a constituir o arcabouço jurídico exigido pelas mudanças esportivas.
A criação do Ministério dos Esportes em 2003 possibilitou que
o esporte se fortalecesse socialmente sob a responsabilidade de entes públicos
e privados. O grande objetivo era a promoção social e a melhoria do desempenho
esportivo do país.
A política do Estado deveria atender às necessidades básicas do
país e transformá-lo em potência esportiva, estimulando o interesse e a busca
incessante pela realização de competições internacionais. Mas essa é outra
história a ser contada!
Sob novas visões, o esporte amplia o
seu caráter social

O esporte-educação é
o ensinado na escola, com o olhar sobre a formação integral. Deve buscar a
aquisição de hábitos e costumes necessários à convivência humana, consolidar valores
éticos, morais e sociais e promover o resgate social. Deve desenvolver
competências, sem qualquer tipo de segregação à participação. Além disso, deve
procurar envolver uma maior quantidade de participantes em vivências (jogos) e
oferecer mais experiências (informações e conhecimentos) teóricas e práticas, apresentando,
por exemplo, novos tipos de esporte de natureza mista e promovendo a relação do
esporte com o meio ambiente e outras áreas.
Esse tipo de manifestação abrange, por exemplo, a realização de projetos sociais de organizações não governamentais (ONGs) e de programas sociais das Forças Armadas Brasileiras – como o Forças no Esporte, o Programa Segundo Tempo e o Programa João do Pulo – envolvendo parcerias com instituições públicas e privadas e promovendo inserção e integração social, reabilitação, resgate da autoestima etc.
Esse tipo de manifestação abrange, por exemplo, a realização de projetos sociais de organizações não governamentais (ONGs) e de programas sociais das Forças Armadas Brasileiras – como o Forças no Esporte, o Programa Segundo Tempo e o Programa João do Pulo – envolvendo parcerias com instituições públicas e privadas e promovendo inserção e integração social, reabilitação, resgate da autoestima etc.
O esporte escolar jogado como forma de competição exige o
desempenho, a vitória, o recorde e a medalha, sem que haja o descuido, conforme
afirma Tubino (2006: p. 23), da formação da cidadania.
Esse esporte, praticado de acordo com regras e regulamentos universalizados,
envolve eventos esportivos estabelecidos em calendários formais elaborados em
todos os níveis, nas esferas pública e privada. Entre algumas das competições, estão
os Jogos Escolares da Juventude, os Jogos Olímpicos da Juventude, os jogos
interescolares, os festivais, as feiras e os encontros locais, regionais, nacionais
e internacionais.

O esporte-lazer ou esporte-participação é o tipo de prática
que não requer necessariamente a vitória. Envolve a emoção, o prazer, a diversão,
a liberação de estresse, a liberdade de escolha e o tempo livre. É um tipo de
prática que não requer regras e regulamentos institucionalizados. O
envolvimento é voluntário; leva os indivíduos a participar em busca de saúde,
qualidade de vida, convivência humana, estilo de vida ativo, entre outros.
É o tipo de esporte desenvolvido em ruas de lazer, praias, parques, calçadões, locais de férias como hotéis-fazenda, reuniões dentro ou fora de clubes, além de eventos públicos, gratuitos ou não, de rua (caminhadas e corridas), estrada, montanha, mar (travessias a nado, maratonas etc) e trilha. Esse tipo de esporte envolve estreitas relações com áreas como turismo, gastronomia, hotelaria etc.
É o tipo de esporte desenvolvido em ruas de lazer, praias, parques, calçadões, locais de férias como hotéis-fazenda, reuniões dentro ou fora de clubes, além de eventos públicos, gratuitos ou não, de rua (caminhadas e corridas), estrada, montanha, mar (travessias a nado, maratonas etc) e trilha. Esse tipo de esporte envolve estreitas relações com áreas como turismo, gastronomia, hotelaria etc.

O esporte-desempenho
ou esporte-rendimento é o tipo de
prática cujas competições são efetuadas sob a observância estrita a regras e
regulamentos específicos internacionais para cada modalidade esportiva. É o
esporte institucionalizado em cadeia de interdependência envolvendo os Comitês
Olímpicos Internacional (COI) e Paralímpico (CPI), os comitês olímpicos
nacionais, as federações internacionais e nacionais, as ligas nacionais, as
entidades filiadas em âmbito regional (federações e ligas municipais) e os
clubes. Todos esses entes, de natureza privada, dirigem e organizam competições
em todos os níveis no Brasil.
É o tipo de esporte que exerce uma forte influência sobre os
indivíduos, contagia a sociedade, gera emoção e prazer, exige remuneração,
treinamento esportivo especializado, profissionais especialistas, melhoria constante
de desempenho, resultados por vitórias, recordes, pódios, ídolos,
reconhecimento público, marketing, mídias e parcerias.
Essa manifestação também envolve eventos como jogos
olímpicos, campeonatos mundiais, jogos pan-americanos, jogos e campeonatos
sul-americanos, torneios internacionais e campeonatos nacionais (copas, ligas
etc), regionais e locais. Também abrange programas como o Programa de
Incorporação de Atletas de Alto Rendimento (Paar), desenvolvido pelas Forças
Armadas brasileiras desde 2008.
Todos esses tipos de manifestação cresceram de forma
exponencial com a implantação de ações por diversas áreas e setores da
atividade humana e um maior envolvimento de entes públicos e privados em ações
de responsabilidade socioambiental.
Como consequência, abriram-se novas oportunidades na relação entre
o esporte e áreas afins, favorecendo negócios, parcerias e o consumo de bens e
serviços. Dessa forma, beneficiaram-se: clubes esportivos e sociais; academias;
escolas de esporte privadas; empresas públicas e privadas; ONGs / projetos
sociais; planos de saúde; clínicas em geral; estabelecimentos comerciais como
farmácias, lojas de esporte e empresas de equipamentos e materiais esportivos;
personal training; microempreendedores individuais (MEI) com aulas ao ar livre;
turismo; marketing; mídias; arenas multiuso etc.
Nosso recado a você!
Referências Bibliográficas
Nosso recado a você!
Procure os esportes adequados aos seus gostos e pratique-os regularmente! Escolha entre as centenas que estão ao seu dispor e de acordo com as suas condições físico-orgânicas e socioeconômicas.
Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!
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Referências Bibliográficas
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Brasília, 1985.
BRASIL. Política nacional do esporte. Brasília,
2005.
CAPINUSSÚ,
J. M. Teoria organizacional de Educação
Física e desportos. São Paulo: Ibrasa, 1979.
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GARRIDO, F.
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Mestrado. Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro, 1999.
TUBINO, M. J. G. Estudos brasileiros sobre o
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passos. Brasiliense: São Paulo, 1993.
______. O que é esporte: coleção primeiros passos. Brasiliense: São Paulo,
2006, 3ª edição.
______. 500 anos de legislação esportiva brasileira: do Brasil ao início do
século XXI. Rio de Janeiro: Shape,
2002.
______. Teoria geral do esporte. São Paulo: Ibrasa, 1987.
______;
GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário
enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007.
Texto elaborado por: Fernando Garrido
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