Natação Artística/Nado Artístico/Natação Sincronizada/Artistic Swimming: a dança e a música emolduradas pela água




Natação Artística/Nado Artístico/Natação sincronizada/Artistic Swimming:  plasticidade, ritmo, e criatividade!
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Por Fernando Garrido  


Quando o esporte chegou por aqui?
          A primeira notícia sobre “ballet aquático”, como era conhecido o nado sincronizado, surgiu em 1943. Nessa ocasião, Maria Lenk publicava o primeiro livro sobre o esporte no país.
O balé aquático foi implantado no Fluminense Futebol Clube (FFC), sob a orientação de Crisca Jane Cotton, em 1947. Crisca treinou uma das primeiras equipes a se apresentar, principalmente, em eventos sociais, o que favoreceu o desenvolvimento do esporte na cidade do Rio de Janeiro.
Em 1948, o balé aquático realizou uma de suas primeiras disputas. O evento ocorreu na Associação Cristã de Moços do Rio de Janeiro (ACM-RJ) e teve a organização de Maria Lenk.
Segundo ASSUMPÇÃO (1974), na década de 1950, o esporte ingressou na Escola Nacional de Educação Física e Desportos (ENEFD) – da atual Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – como disciplina eletiva e orientada pela professora Crisca. Depois de um ano de trabalho, as alunas da UFRJ formaram a primeira equipe competitiva, também organizada por Lenk.
          O reconhecimento mundial do balé aquático como esporte competitivo na década de 1950 favoreceu a sua disseminação nos clubes e no país e a organização de seus primeiros eventos internacionais (como os Campeonatos Sul-americanos e os Jogos Pan-Americanos de 1955).
          Em meados da década de 1950, o esporte também ganhava mais visibilidade ao integrar os Jogos da Primavera e os Jogos Infantis. Os eventos envolviam estudantes e atletas e eram promovidos pelo Jornal dos Sports.
De acordo com ASSUMPÇÃO (1974), a primeira regulamentação do nado sincronizado no Brasil teria surgido em 1957, a partir de um manual (da escola americana) traduzido por Crisca. Como resultado, foi realizado o 1º Campeonato Carioca, no Tijuca Tênis Clube (TTC), no Rio de Janeiro, em 1959.
Segundo COSTA (2004), as marcantes apresentações da equipe treinada por Crisca em eventos de caráter social e nas emissoras de televisão Tupi e Continental também ajudaram a difundir o esporte. Conforme nos conta Kiko da Bola (2016), Crisca e sua equipe chegaram a aparecer no programa Tem Boi na Linha, com Zé Trindade e Wilza Carla, em 1957, época das chanchadas da Atlântida.
Na década de 1960, o esporte foi reintroduzido como disciplina na UFRJ pela professora Margarida Thereza Nunes da Cunha Menezes. Isso favoreceu a capacitação de profissionais para o mercado de trabalho, especialmente para os clubes.
          A primeira seleção brasileira de nado sincronizado a disputar eventos internacionais foi formada em 1963. Nessa época em que estavam sendo realizados os Jogos Pan-Americanos, na cidade de São Paulo, a equipe brasileira obteve a medalha de bronze.
Na década de 1970, o esporte desenvolvia-se efetivamente ao formar categorias de base e equipes e promover torneios e competições pelo país, como campeonatos brasileiros.
A apresentação da seleção nacional canadense de nado sincronizado no Parque Julio Delamare (RJ), inaugurado em 1978, estabeleceu um marco à retomada do esporte competitivo. Nessa direção, contribuíram Rogério Carneiro e Coaracy Nunes, respectivamente presidente e vice-presidente da Federação Aquática do Rio de Janeiro (Farj). Ambos buscavam desenvolver o esporte de alto rendimento.
      O nado sincronizado ingressava definitivamente no cenário internacional de competições. Em 1979, o Brasil participou do 7º Campeonato Sul-Americano, realizado em São Paulo.
O esporte difundia-se com a implantação de novas categorias de idade. Alcançava novo patamar de desenvolvimento realizando competições e participando em todos os seus níveis organizacionais, incluindo os internacionais.
           O nado sincronizado consolidava-se como esporte de rendimento no Brasil no início da década de 1980. A implantação de um conjunto de fatores direcionava-o para a finalidade competitiva. Entre as ações estabelecidas, encontravam-se: a criação de cursos, a formação de atletas de base e o intercâmbio esportivo com a vinda das técnicas mexicanas Guilhermina Oteiza, em 1980, e Adriana Loftus, em 1982. O nado sincronizado do país preparava-se para alcançar suas primeiras conquistas internacionais, com vitórias em 1982 e 1984 em campeonatos sul-americanos.
       Na primeira competição internacional fora da América do Sul, em 1983, o Brasil conquistou o 5º Torneio de Palma de Maiorca (Espanha). Segundo COSTA (2004), nessa década, o esporte também ganhou projetos de massificação por intermédio de Ana Lobo, Sônia Hercowitz e Teresa Alentejano.
            A primeira participação do nado sincronizado brasileiro em Jogos Olímpicos ocorreu em Los Angeles (EUA), em 1984. A representação brasileira contou com as irmãs Paula e Tessa Carvalho, que obtiveram a 13ª colocação na prova de dueto. Paula foi ainda a 11ª colocada na prova individual.
       A partir de 1987, a então Confederação Brasileira de Natação (CBN) promoveu uma reorganização técnica no esporte. Foram convocadas profissionais de larga experiência em nado sincronizado para dirigir seleções. Nos Jogos Pan-americanos de Indianápolis (EUA), a equipe brasileira alcançou o quarto lugar geral, enquanto nas provas de solo e dueto obteve a sexta colocação. 
O desenvolvimento técnico do esporte efetivou-se a partir de 1988 com a formação de comissões técnicas promovida pela então Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), presidida por Coaracy Nunes.
        Em nova apresentação internacional, a equipe brasileira participou dos Jogos Olímpicos de Seul (Coreia do Sul) em 1988. Nessa ocasião, o dueto integrado pelas atletas Érica Mc David e Eva Riera alcançou a 12ª colocação. Na prova individual, Paula Carvalho obteve a 15ª posição.
        Em 1992, nos Jogos Olímpicos de Barcelona (Espanha), o Brasil conquistava o 15º lugar, com Cristiana Lobo e Fernanda Camargo no dueto.
        O nado sincronizado brasileiro começou a apresentar melhores resultados em eventos internacionais – latino-americanos e mundiais – na década de 1990. Os investimentos da CBDA na formação profissional de treinadores e árbitros, o aumento do número de atletas, a aquisição de conhecimentos técnicos internacionais proporcionados com a vinda da técnica russa Tatiana Pokrovskaya, a formação de clínicas e a descentralização dos campeonatos nacionais contribuíram para isso.
      Os primeiros resultados expressivos apareciam nos Jogos Pan-Americanos. Em Winnipeg (Canadá), em 1999, o Brasil obteve o bronze no dueto, e a equipe foi a 4ª colocada. Em Santo Domingo (República Dominicana), em 2003, o país conquistou mais um bronze.
            Desde a edição de 1996, em Atlanta (EUA), as equipes de nado sincronizado passaram a disputar uma seletiva para participar dos Jogos Olímpicos. A equipe brasileira esteve na edição de 2000, em Sidney (Austrália), com as irmãs Carolina e Isabela de Morais alcançando o 14º lugar na prova de dueto durante o Pré-Olímpico, que ocorreu na mesma cidade. Em 1997, elas já haviam obtido o ouro no Campeonato Canadense de Nado Sincronizado, na mesma modalidade. Nos Jogos Olímpicos de Atenas (Grécia), em 2004, o dueto brasileiro alcançou a 12ª colocação.
            O nado sincronizado começou a apresentar resultados expressivos no século XXI, em eventos esportivos continentais obtendo pódios sucessivamente.

          Após transcorridos quarenta anos o nado sincronizado alcançava nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, em 2003 com o dueto e a equipe as medalhas de bronze.
            Nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, em 2007, as atletas Beatriz e Branca Feres, Nayara Figueira, Michelle Frota, Caroline Hildebrandt, Gláucia Souza, Giovana Stephan e Lara Teixeira conquistaram a medalha de bronze. O dueto formado por Carolina e Isabela de Morais também ficou com a medalha de bronze.
        Nos Jogos Pan-Americanos de 2011, em Guadalajara (México), as atletas brasileiras obtiveram o bronze novamente, tanto no dueto quanto no conjunto.
O nado sincronizado brasileiro apresentou-se com um dueto misto no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos, em Budapeste (Hungria), em 2017. Os atletas Renan Alcântara e Giovana Stephan alcançaram o 7º lugar, um feito que se repetiu em Gwangju, na Coréia do Sul, em 2019.
A Federação Internacional de Natação (Fina) oficializou, em 2017, a mudança do nome nado sincronizado para nado artístico ou natação artística
Em nova participação internacional nos Jogos Panamericanos de Lima, no Peru em 2019, a equipe integrada pelas atletas Anna Veloso, Gabriela Abrantes, Giovana Stephan, Laura Miccuci, Lorena Molinos, Luisa Borges, Maria Bruno, Julia Soares, Maria Muccuci, e o dueto formado pelas atletas Luisa Borges e Laura Miccuci chegaram na quarta colocação.
O nado artístico no Brasil apresenta sinais de evolução com o alcance de resultados expressivos e medalhas em competições internacionais. Nas categorias de base apareceram os primeiros resultados expressivos vistos no Campeonato Sul-Americano disputado em Cali (Colômbia), em 2017.


Como o esporte acontece?
           O nado sincronizado pode ser disputado na modalidade solo (um atleta), em dueto (dois atletas) ou em conjunto (quatro a oito atletas).
As competições ocorrem em um espaço de 12 x 12 metros quadrados, em piscina com 3 metros de profundidade. Nelas, são apresentados movimentos sincronizados em sequência, ao som de música.
A modalidade solo é composta por posições básicas, classificadas em: flamenco (elevar uma perna sobre a água e outra até o peito), delfim (dar uma volta completa sob a água) e grua (formar um ângulo de 90 graus entre tronco e pernas, de cabeça para baixo).  
Na modalidade dueto, as figuras devem demonstrar, principalmente, a combinação de movimentos de pernas, braços e tronco, com deslocamentos.
Os movimentos devem ser realizados em sincronia e sempre com o olhar na mesma direção. O esporte é dividido por categoria, níveis, idade e tempo de prática.
            As competições de nado artístico envolvem duas rotinas coreográficas – técnica e livre – que são realizadas durante um tempo pré-estabelecido por regras e regulamentos. Na rotina técnica, são também apresentados movimentos obrigatórios para os quais são atribuídas notas pela realização de elementos como: altura, técnica, criatividade e suavidade na execução dos gestos e desenhos formados. Na rotina livre, as duplas e equipes possuem liberdade para apresentar coreograficamente os movimentos.
A arbitragem é feita por sete jurados, que avaliam as apresentações e conferem notas de 0 a 10. A seleção das figuras e coreografias a serem realizadas são anualmente definidas pela Fina. O regulamento impede que o atleta toque o fundo da piscina e as bordas.
            A somatória de pontos das rotinas técnicas e livres garante o pódio.

Vamos contar algo mais pra você!
           O nado sincronizado é dirigido pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
            A Federação Internacional de Natação (Fina) é a entidade mundial máxima do esporte.

Nosso recado a você!
Procure os esportes adequados aos seus gostos e pratique-os regularmente! Escolha entre as centenas que estão ao seu dispor e de acordo com as suas condições físico-orgânicas e socioeconômicas.
Os esportes com música estimulam os sentimentos, sensações e as emoções fortemente reguladas e auto-controladas nas sociedades pós-modernas, gerando prazer.
Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!

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Referências Bibliográficas

ASSUMPÇÃO, M. D. Natação sincronizada. Revista Brasileira de Educação Física. 5 (21), p.55-69, maio/jun. 1974.

COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
KIKE DA BOLA. Belas na Esportiva – Aquáticas. Disponível em: kikedabola.blogspot.com/2016/02/blog-post_47.html. Acesso em: 18 fev. 2019.

MEDALHA BRASIL. História no mundo. Disponível em: http://www.medalhabrasil.com.br/nado-sincronizado/historia-no-mundo/Acesso em: 18 jun. 2018.

SILVA, L. P. L. Natação Sincronizada: Uma Abordagem Histórica do Esporte no Estado do Rio de Janeiro, no Período de 1942 a 1992. Disponível em: http://cev.org.br/biblioteca/natacao-sincronizada-uma-abordagem-historica-estado-rio-janeiro-periodo-1942-199/. Acesso em: 18 fev. 2019.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007. 








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