Ginástica Rítmica Desportiva/Sports Rhythmic Gymnastics (GRD): arte em movimento.


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Ginástica Rítmica Desportiva/Sports Rhythmic Gymnastics: plasticidade, ritmo, e criatividade!


Por Fernando Garrido


Quando o esporte chegou por aqui?
           A ginástica rítmica desportiva (GRD) foi trazida para o Brasil pela austríaca Margareth Frohlich, em 1953. O esporte foi mostrado durante a realização do Curso de Ginástica              Feminina Moderna, do 3º Curso de Aperfeiçoamento Técnico e Pedagógico, em São Paulo. 
Foi Erika Sauer, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e assistente de Margareth, que deu início à disseminação da ginástica depois de ter realizado um curso de especialização na Alemanha.
          Nesse momento, Ilona Peuker, professora húngara, também chegava ao Rio de Janeiro com o objetivo de divulgar a ginástica rítmica em cursos e apresentações por várias cidades. Em 1956, ela criou o Grupo Unido de Ginastas (GUG), que representou o Brasil na 2ª Gymnaestrada, evento mundial de ginástica que ocorreu em Zagrebe (atualmente, capital da Croácia) em 1957. Da disseminação de cursos, o esporte chegou às escolas de formação de professores de Educação Física como disciplina obrigatória da grade curricular no país.
      A primeira representação brasileira em um evento internacional aconteceu no 3º Campeonato Mundial de Ginástica Moderna, realizado em 1967 em Copenhagen (Dinamarca). Nessa ocasião, estiveram presentes a atleta Dayse Barros e sua técnica Ilona Peuker.
A estruturação do esporte em organizações consolidava-se com a criação da Federação de Ginástica do Estado do Rio de Janeiro (FGERJ) em 1968. A essa altura, as ginastas já se classificavam para as competições conforme seus diferentes desempenhos nos aparelhos.
A ginástica rítmica atingia mais visibilidade no cenário nacional com a iniciativa do Departamento de Educação Física e Desportos do Ministério da Educação e Cultura (DED/MEC) de incluí-la nos 1º Jogos Estudantis Brasileiros (JEBs), realizados em Niterói (RJ) em 1969. 
            O desenvolvimento do esporte levou a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) a promover o seu 1º Campeonato Brasileiro, ocorrido no Rio de Janeiro em 1971. Do evento participaram as Federações Carioca, Fluminense e Mineira.
O Brasil participava mais de eventos internacionais. No Campeonato Mundial de 1971, em Copenhagen, coube à ginasta Dayse Barros a estreia brasileira no evento. Em 1973, no 4º Campeonato Mundial, em Roterdã (Holanda), o Brasil participava com uma equipe integrada pelas atletas Dayse Barros, Dayse Martinho, Geisa Bernardes, Elisabeth Rocha, Elisa Maria da Costa, Nena Moraes Giraldez, Rosa Teresa Monteiro e Vera Lúcia Miranda, representantes do GUG. As integrantes desse grupo ajudaram a promover a ginástica rítmica pelo Brasil.


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           A ginástica rítmica ganhava dimensão mundial como esporte-demonstração nos Jogos Olímpicos de 1976, em Montreal (Canadá), ocasião que contou com a participação brasileira.
       Em 1980, foi realizado o 2º Campeonato dos 4 Continentes de Ginástica Rítmica Desportiva, primeiro evento internacional do esporte no Brasil. O evento foi organizado pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e promovido no Rio de Janeiro.
            A estreia do esporte em Jogos Olímpicos ocorreu em Los Angeles (EUA), em 1984. O Brasil esteve representado pela ginasta Rosana Favilla nos exercícios individuais. Nesse mesmo ano, realizava-se o 1º Sul-Americano em Londrina (PR), com a participação de Argentina, Brasil e Chile. Na ocasião, a Universidade Gama Filho (UGF) tornou-se campeã das provas de conjunto, tendo como técnica Vera Lúcia Miranda. Em 1988, na Olimpíada de Seul (Coreia do Sul), a ginasta Marta Cristina Schonhorst esteve presente nas provas de exercícios individuais.
            A ginástica rítmica brasileira começou a obter conquistas expressivas em Jogos Pan-Americanos a partir da década de 1990. Em 1995, em Mar del Plata (Argentina), alcançou o 3º lugar no conjunto. A conquista do ouro ocorreria em 1999, em Winnipeg (Canadá), também nessa modalidade. Os treinamentos da equipe brasileira eram realizados na Universidade do Norte do Paraná (Unopar), em Londrina.
         Em 1996, o Brasil alcançou o primeiro lugar no Campeonato Sul-Americano Individual, na Bolívia.
           As conquistas expressivas prosseguiam no início deste século, com um 1º lugar no Campeonato Pan-Americano de Cancún (México), outro 1º lugar na Copa Quatro Continentes, em Curitiba (PR), e um 3º lugar no GP Torneio Internacional de Ginástica Rítmica, em Iliana (Bulgária).
            Nos Jogos de Sidney, em 2000, o conjunto brasileiro de ginástica rítmica alcançou o 8º lugar, proporcionando o melhor resultado do país no esporte em Jogos Olímpicos até então. Esse feito voltaria a se repetir no Campeonato Mundial de 2002, em Nova Orleans (EUA).
            Nos Jogos Pan-Americanos de 2003, em Santo Domingo (República Dominicana), a equipe brasileira foi campeã na categoria conjunto, classificando-se para a Olimpíada de 2004, em Atenas (Grécia). O grupo era formado por Dayane Camillo, Ana Maria Maciel, Fernanda Cavalieri, Jeniffer Oliveira e Gabriela Andrioli. O conjunto brasileiro obteria novamente a 8ª colocação nos Jogos Olímpicos de Pequim, (China), em 2008.
         Em 2007, nos Jogos Pan-Americanos do Rio de Janeiro, o conjunto chegava ao tricampeonato do esporte. Formavam a equipe: Daniela Leite, Tayanne Mantovaneli, Luísa Matsuo, Marcela Menezes, Nicole Müller e Natália Peixinho.  
  Em 2011 e 2015, a equipe brasileira de GRD conquistou, respectivamente, pela quinta vez, as medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara (México) e Toronto (Canadá).
  No Pan-Americano de Ginástica Rítmica de 2017, em Daytona Beach (EUA), o Brasil obteve seis medalhas.
   A ginastica rítmica encontra-se em um processo lento e progressivo de crescimento, favorecido pelo apoio das entidades esportivas dirigentes, do governo federal e, principalmente, do intenso trabalho desempenhado por ginastas, técnicas, clubes e centros de treinamento do esporte.
 Na realidade, foi somente a partir da década de 1990 que o esporte começou a alcançar suas primeiras conquistas internacionais, especialmente em competições sul-americanas e pan-americanas. 
Os resultados em eventos internacionais começaram também a aparecer com classificações para os Campeonatos Mundiais e os Jogos Olímpicos e têm melhorado, a cada competição anual, nas categorias individual (em cada um dos aparelhos) e por equipes. 
A ginástica rítmica desportiva é um esporte oferecido em escolas, clubes e centros de lazer privados, centros de treinamento públicos e privados e projetos sociais.

Como o esporte acontece?
Ao longo de sua existência, a GRD ganhou várias denominações, como ginástica moderna, ginástica rítmica moderna, ginástica feminina moderna e ginástica rítmica desportiva.
O esporte é praticado em um tablado de 14 x 14 metros, feito de um material emborrachado que amortece quedas e, ao mesmo tempo, impulsiona os saltos das atletas.
As competições de GRD têm provas por categorias e por equipamentos (aparatos), podendo ser disputadas individualmente ou por equipes.
Os aparelhos utilizados na ginástica rítmica são cinco, permitindo que sejam realizadas cinco provas. As disputas, principalmente as internacionais, são realizadas com quatro aparelhos e em duas séries: uma, obrigatória, e outra, livre. Os aparelhos usados no esporte são a fita, a bola, as maças, a corda e o arco.
As provas individuais duram 75 segundos para cada um dos quatro aparelhos apresentados. Um dos aparelhos é excluído da lista da competição internacional a cada dois anos e outro, reintegrado. Por outro lado, as provas coletivas são compostas por cinco atletas e têm duração de 150 segundos. Elas são divididas em duas provas. Em uma delas, as cinco atletas utilizam o mesmo aparelho; na outra, são usados dois aparelhos diferentes. As disputas são padronizadas e combinadas.
Na GRD, as competições envolvem uma série coreográfica de movimentos (exercícios) dançados e ritmados ao som de música. Os movimentos realizados nas competições abrangem a execução de: lançamentos, retomadas, passagens, rotações, rolamentos, círculos e figuras com o uso de equipamentos. As provas são individuais e coletivas e exigem exercícios básicos como saltar, correr, andar e girar, além dos obrigatórios.
Nas provas, os juízes observam e avaliam elementos como plasticidade; sincronia dos movimentos das atletas com a música e os materiais usados; adequação da música ao material; manuseio correto do equipamento e criatividade. Também são considerados aspectos relacionados com valências físicas, como flexibilidade, coordenação, ritmo, agilidade e equilíbrio.
A prática da GRD pode ser encontrada em clubes, centros de lazer, academias, centros de treinamento especializados e projetos sociais. A GRD é oferecida na formação escolar, iniciação esportiva e no treinamento especializado visando a competição-rendimento.

Vamos contar algo mais pra você!
            O esporte é dirigido pela Confederação Brasileira de Ginástica (CBGI).
          A Federação Internacional de Ginástica (FIG) é a entidade mundial máxima do esporte.

Nosso recado a você!
Procure os esportes adequados aos seus gostos e pratique-os regularmente! Escolha entre as centenas que estão ao seu dispor e de acordo com as suas condições físico-orgânicas e socioeconômicas.
Os esportes com música beneficiam a melhoria da performance ao bloquear a percepção do esforço físico dispendido.
Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!

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Referências Bibliográficas

COMITÊ OLÍMPICO DO BRASIL. Brasil termina Pan-Americano de Ginástica Rítmica com seis medalhas. Disponível em: https://www.cob.org.br/pt/noticia/brasil-termina-pan-americano-de-ginastica-ritmica-com-seis-medalhas. Acesso em: 17 jun. 2018.

COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.

FEDERAÇÃO DE GINÁSTICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. Ginástica Rítmica – História.  Disponível em: www.ginasticario.com.br/modalidades/ginastica-ritmica/historia.php. Acesso em: 17 jun. 2018.

MARQUES, N. G. Comunicação pessoal. Rio de Janeiro, 1992.

MEUS DICIONÁRIOS. O que é Ginástica Rítmica Desportiva. Disponível em: https://www.meusdicionarios.com.br/ginastica-ritmica-desportiva. Acesso em: 17 jun. 2018.

REGRAS Oficiais de Ginástica Rítmica Desportiva. Rio de Janeiro: Palestra / CBD, 1978, 53p.
REGRAS Oficiais de Ginástica Rítmica Desportiva. Rio de Janeiro: Sprint / CBG, 1986, 127p.

SECRETARIA DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. História da Ginástica Rítmica. Disponível em:   www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=166. Acesso em: 24 mar. 2018.

TIBEAU, C. P. M. GRD música e movimento. Rio de Janeiro: Sprint/ Revista Técnica de Educação Física e Desportos. Rio de Janeiro, ano 4, v. 3, n. 6, p. 269-271, nov./dez. 1985.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007. 
VOLP, C. M. Ginástica Rítmica Desportiva. Minas Gerais: Universidade Federal de Viçosa, 1983, 20 p.


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