Ginástica Aeróbica de Competição/Competitive Aerobics Gymnastics: movimentos combinados e interpretados em explosão de vigor
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Por Fernando Garrido
Quando o esporte apareceu por aqui?
A ginástica aeróbica esportiva (GAE) foi
trazida ao Brasil por Cláudia Avellar em 1979, depois de retornar de um curso
de formação de instrutores de dança aeróbica em Cleveland (EUA). Outra versão afirma
que o esporte teria chegado ao país pelo estado do Rio Grande do Sul.
A década de 1980 foi
marcada pela transformação dos exercícios físicos em esportes de competição de
alto nível nas academias de ginástica e sob o nome de aeróbica esportiva ou ginástica
aeróbica. Foi também nessa década que Cláudia Avellar e Roselee R. de
Assis organizaram o 1º Curso de Dança Aeróbica, no Rio de Janeiro.
Segundo COSTA (2004,
p.227), a chegada do esporte ao país foi oficializada com a realização da 1ª
Clínica de Ginástica Aeróbica, ministrada por Mauro Guiselini, Kaled Heda El
Haek, Valdir Barbanti e José Elias de Proença em 1984.
A divulgação e o
desenvolvimento da GAE intensificaram-se a partir de meados da década de 1980. Uma
das primeiras iniciativas foi a promoção de cursos pelo país orientados por
Orlando Cane e Roselee de Assis.
O primeiro campeonato de
aeróbica no Brasil – o Cristal Light – foi realizado em 1987, em São Paulo. O
evento foi disputado por academias de ginástica e dirigido pelos então sócios
Waldir Soares e Maurício Fernandes.
Internacionalmente, o
desenvolvimento da aeróbica esportiva promoveu o aparecimento de novas
entidades dirigentes mundiais. A extinção da Associação Internacional de
Aeróbica Fit (FIA) deu lugar, em 1989, à Federação Internacional de Aeróbica de
Competição (Icaf). O esporte passava a ser dirigido pela Federação
Internacional de Aeróbica (IAF) e pela Icaf, respectivamente representadas pela
Maurício Fernandes Promoções e pela Mecânica de Produção, de Waldir Soares.
A partir daí, surgiam
dois campeonatos no Brasil: o Campeonato Aeróbica Brasil, criado por Waldir
Soares, e o Campeonato Internacional de Aeróbica M2000, promovido por Maurício
Fernandes.
Em
1989, em São Paulo, foi realizado o primeiro campeonato brasileiro do esporte,
o Bliss Aeróbica. O evento, organizado pelas empresas Maurício Fernandes
Promoções, Mecânica de Produção e Ação Promoções, teve como campeões Sergio
Simphronio e Patrícia Lobato (prova de duplas) e Renata Azevedo (individual).
As
primeiras conquistas internacionais do Brasil no esporte começaram a aparecer
ainda na década de 1980. Foram campeões no Mundial de 1989: Renata Azevedo, na
categoria individual; Sergio
Simphronio e Patrícia Lobato, na dupla,
e os irmãos paranaenses Flic, Flac e Marcelo, no trio. O 1º Campeonato Mundial de Trios foi promovido pela IAF em
São Paulo, também no mesmo ano.
A formação de grandes
atletas e equipes e a conquista de resultados internacionais expressivos
sedimentaram o caminho para a popularização do esporte no país. Os atletas
brasileiros passaram a alcançar o pódio regularmente, principalmente com o primeiro
lugar em todas as categorias, em eventos realizados no Brasil e no exterior.
Em
1995, a aeróbica reestruturava-se com o desmembramento da Icaf. Mundialmente,
apareciam outras entidades de direção e organização, entre elas a Associação
Nacional de Aeróbica Competitiva (Anac) e a Federação Internacional de Esportes
Aeróbicos e Fitness (Fisaf). Além disso, a Federação Internacional de Ginástica
(FIG) surgia como direção máxima do esporte com o objetivo de alçá-lo à
modalidade olímpica. Os campeonatos mundiais passaram a ser realizados por cada
uma de suas entidades dirigentes: Anac, FIG, IAF e Fisaf.
O esporte também passou
por uma reorganização estrutural no Brasil, ficando sob a direção e a
organização da Confederação Brasileira de Ginástica (CBGI). O objetivo era desenvolver
a GAE no país e, como desdobramento dessa unificação, a CBGI promovia seu
primeiro Campeonato Brasileiro em 1995, em Curitiba (PR), além do 1º Curso
Nacional Técnico e de Arbitragem do esporte.
Naquele mesmo ano, o
Brasil venceu três das quatro provas do 1º Campeonato Mundial de Aeróbica
Esportiva, realizado pela FIG em Paris (França). Os medalhistas de ouro foram:
Mário Américo (RS), na categoria individual
masculina; Érica e Pedro Faccio (SP), na dupla mista, e Ari Marques, Gil Lopes e Rui Farra (SP), no trio. Além disso, Isamara Secati (SP)
obteve a medalha de bronze na individual
feminina.
A partir da metade década
de 1990, a GAE desenvolveu-se impulsionada por uma série de fatores. Surgiram
mais empresas patrocinadoras e academias, ofereceram-se mais premiações em
dinheiro, ampliou-se o número de eventos, atletas e cursos e formaram-se novos
técnicos.
As conquistas da ginástica
aeróbica brasileira despertaram a atenção da comunidade esportiva mundial, que
passou a convidar o país para se apresentar em eventos internacionais. Tal fato ajudava a consolidar a popularização
do esporte por aqui.
As representações
brasileiras apareciam na abertura de grandes eventos esportivos internacionais.
Os primeiros a se apresentarem foram os irmãos Erika e Pedro Faccio, que
estiveram presentes na Noite de Gala das Olímpiadas de Atlanta (EUA), em 1996. O
trio integrado por Rodrigo Martins, Admilson Vitório e Ibsen Nogueira (campeões
mundiais FIG em 1999) foi convidado para se apresentar em Sidney (Austrália),
em 2000. Na Noite de Gala dos Jogos Olímpicos do Rio, em 2016, foi a vez de
Luiz Maciel e a equipe da Universidade Federal de Lavras (Ufla), que, segundo
ASSAD (2018, p.74,75), se apresentaram no Campeonato Mundial do esporte, em
Incheon (Coreia do Sul), a convite da FIG, também no mesmo ano.
No início deste século, o
Brasil continuou a deter supremacia sobre países de expressão no esporte, como Alemanha,
Argentina, Austrália, Espanha, EUA, Itália, Japão, Nova Zelândia e Romênia.
Em 2003, surgiu a Liga
Internacional e Brasileira de Aeróbica e Fitness (Libraf). O objetivo era
promover a massificação do esporte no Brasil e no mundo e congregar os países
da América do Sul em busca do desenvolvimento da ginastica aeróbica. Foram
criados vários eventos esportivos no país e no exterior, como a Copa do Brasil,
o Campeonato Sul-Americano, o Circuito Internacional de Ginástica Aeróbica, o
Campeonato Brasileiro de Hip-Hop, o Circuito Hip-Hop Brasil e o Campeonato
Mundial de Danças Árabes.
Ao longo de cerca de três
décadas, uma grande quantidade de atletas brasileiros tem obtido resultados
relevantes em disputas internacionais, entre eles: Isamara Secati, Lucas
Barros, Fernanda Sazaki, Roberson Magalhães, Olga Cardoso, Marcela Lopez, Diana
Monteiro, Marina Lopez, Cibeli Oliani, Admilson Vitorio, Ibsen Nogueira,
Rodrigo Martins.
Nos
Jogos Mundiais de 2017, na Polônia, o Brasil foi representado pela equipe
de ginástica aeróbica da Ufla na categoria adulto. Esse grupo, que já havia conquistado vaga para o Campeonato
Mundial de 2016, na Coréia do Sul, disputou a prova de aerodance.
Como o esporte acontece?
A GAE é um esporte em que
os atletas se apresentam com uma série de movimentos ginásticos contínuos interpretativos e altamente intensos
(rotinas técnicas).
Compreende
um conjunto de exercícios (série) acompanhado de música. A duração da série
pode variar de 1min45s a 2 minutos, dependendo da federação organizadora da
competição. O espaço de apresentação mede 7 x 7 metros, para até três atletas, e 10 x 10 metros, para grupos, em piso que absorve o
impacto dos movimentos sobre o solo.
A série de exercícios da
GAE contempla movimentos ou técnicas focados em diferentes valências físicas.
Na série, devem ser observados alguns aspectos: força, flexibilidade,
coordenação, resistência, execução dinâmica e expressão corporal.
Uma rotina de GAE é
integrada por uma série de exercícios envolvendo quatro grupos de elementos de
dificuldade: a força estática, com esquadros e pranchas; a força dinâmica, com
flexões, cortadas e círculos de pernas; a flexibilidade e o equilíbrio, com
espacatos, giros e pegadas, e os saltos, com os estilos grupado, carpado, tesoura, cortado e afastado.
Integram ainda a série sete movimentos básicos: polichinelos, elevação dos
joelhos, corrida, chutes, saltar, saltitar e andar. A coreografia exige
originalidade e criatividade.
A diversificação, a execução
e a combinação dos movimentos e a dinâmica da coreografia são fatores a serem
observados pelos jurados. Entre os critérios de avaliação estão: a dificuldade
dos movimentos requeridos (alguns desses exercícios de habilidade corporal
estão catalogados nos livros de cada federação); a execução dos exercícios
(compreendendo a originalidade e a criatividade na condução da coreografia, do
início ao fim da rotina) e a qualidade artística (abrangendo a plasticidade dos
movimentos integrada à música e a intensidade deles), além do envolvimento
sensual, emocional, enérgico e natural transmitido pela coreografia no geral.
As categorias da GAE são:
individual masculina, individual feminina, dupla mista, trios e equipes (6 a 8
atletas), dependendo da federação.
Vence a
prova quem obtiver o maior resultado final na soma das notas de Qualidade Artística,
Execução e Dificuldade, subtraindo-se as penalidades ocorridas.
Vamos contar algo mais pra você!
O esporte é dirigido pela
Confederação Brasileira de Ginástica (CBGI).
A
GAE é dirigida e organizada pela Federação Internacional de Ginástica (FIG), em âmbito mundial.
Além disso, outras entidades declaram-se detentoras da direção mundial do
esporte. Entre elas estão: a Associação Nacional de Aeróbica Competitiva
(Anac), a Federação Internacional de Esportes Aeróbicos e Fitness (Fisaf) e a
Federação Internacional de Aeróbica (IAF).
Nosso recado a você!
Procure os esportes adequados aos seus gostos e pratique-os regularmente! Escolha entre as centenas que estão ao seu dispor e de acordo com as suas condições físico-orgânicas e socioeconômicas.
Os esportes com música beneficiam a melhoria da performance ao bloquear a percepção do esforço físico dispendido.
Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!
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Referências
Bibliográficas
ASSAD, L. Ginastica
aeróbica: esporte da UFLA conquista fãs pelo mundo. Disponível em: https://issuu.com/revistaipe/docs/inssuu_final em: https://issuu.com/revistaipe/docs/inssuu_finalhttps://issuu.com/revistaipe/docs/inssuu_final. Acesso em: 30 mar. 2019.
ASSIS, R. R. de. Comunicação pessoal.
Rio de Janeiro, 1994.
AVELAR, S. Ginástica
aeróbica da UFLA: equipe adulta embarca para o World Games na terça (18/7). Disponível em: http://www.ufla.br/dcom/2017/07/14/ginastica-aerobica-da-ufla-equipe-adulta-embarca-para-o-world-games-na-terca-187/. Acesso em: 25 mar. 2018.
BARBANTI, V. J. Dicionário de Educação
Física e do esporte. São Paulo: Manole, 1994.
COSTA, L. P. da (Org.). Atlas
do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2004.
DESLANDES, A. Comunicação
pessoal. Rio de Janeiro, 1994.
DUARTE, O. Todos os esportes do mundo. São
Paulo: Makron Books, 1996.
PAVLOVIC, B. Ginástica aeróbica. Rio
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PORTAL DA EDUCAÇÃO FÍSICA. A Ginástica Aeróbica de
Competição/Esportiva – GAE. Disponível em: https://www.educacaofisica.com.br/blogs/blog-fitness/a-ginastica-aerobica-de-competicao-esportiva-gae/. Acesso
em: 15 mar. 2018.
SECRETARIA
DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Ginástica Aeróbica. Disponível em: www.educacaofisica.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo=164. Acesso
em: 19 jun. 2018.
SORENSEN, J. Aerobic dancing. New
York: Rawson, Wade Publishers, 1979.
TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F.
M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo:
Senac, 2007. (18/7).
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