Classificação dos esportes no Brasil: uma história a ser contada!

Os estudos sobre a classificação dos esportes começaram a aparecer com mais frequência depois de meados do século 20, elaborados por pesquisadores interessados em identificar, selecionar e compreender os aspectos comuns e diferenciadores das práticas esportivas. Contudo, conforme nos esclarece Tubino (2006: p. 29), muitos esportes podem “pertencer a uma ou mais correntes ao mesmo tempo”. Entre os influenciadores do assunto, encontram-se estudiosos como Pierre Parlebas e Christian Pociello.

Um dos pioneiros na elaboração da classificação dos esportes no Brasil, o professor Inezil Penna Marinho é considerado um dos grandes nomes da Educação Física e do esporte no país, no século 20.

Segundo descreve Capinussú (1979), em um primeiro olhar sobre os tipos de esporte, Inezil buscou dividi-los em: terrestres (individuais e coletivos), aquáticos (individuais e coletivos) e aéreos. Categorizou-os em: amador e profissional; infantil e adulto; masculino, feminino e misto. Ainda elaborou uma classificação amparada em: valência física, esforço, coordenação neuromuscular, valores biopsicossociais, meio físico e número de praticantes. Por fim, Inezil estabeleceu uma classificação apoiada em elementos esferísticos, intelectivos, pedestrianistas, equilibrísticos, motorizados, hípicos, de luta, de mira, coletivos e polivalentes. As sistematizações no esporte começaram a se intensificar partir do último quarto do século 20. A busca tinha foco sobre a identificação, a seleção e a relação a elementos semelhantes como: locais de prática, a equipamentos empregados e a movimentação do jogo. 

Um dos maiores nomes da Educação Física e do esporte, o professor e doutor Manoel José Gomes Tubino estabelecia novas classificações para as correntes esportivas em âmbito internacional.
Uma das mais novas classificações apareceria no Brasil em 1993, elaborada por Tubino, o qual categorizou os esportes em: olímpicos; de tradição não olímpica; de artes marciais; de aventura ou desafio; de sentido intelectivo; de identidade cultural e de expressão corporal.
Um conjunto de fatores levou o esporte a crescer e se tornar um dos maiores fenômenos socioculturais a partir do século 20. O esporte passava a ser mais divulgado pelos meios de comunicação, especialmente pela internet e pelas redes sociais. Uma forte indústria de equipamentos e materiais esportivos expandia-se, projetando alto consumo. O interesse pela prática esportiva como lazer crescia na sociedade brasileira, tanto na esfera ativa quanto na passiva. Realizavam-se mais pesquisas e trabalhos científicos sobre o esporte, seus setores afins e seus valores éticos, morais e sociais. Um grande número de instituições públicas e de empresas privadas começou a se envolver na oferta do esporte como fator de saúde, lazer, desempenho, formação educacional e de inserção social. Entre elas estão as Forças Armadas brasileiras, organizações não governamentais (ONGs), organizações prestadoras de serviços e empresas de plano de saúde, entre outras.

No final do século 20, novos tipos de esporte ganharam destaque no mundo, como os relacionados à natureza, à aventura, os radicais e os derivados de outros esportes. Mais recentemente, surgiram também os esportes eletrônicos, ou e-Sports, projetados no meio virtual para disputas de jogos de guerra, luta, futebol, robótica e esportes intelectivos.
Em pouco mais de dez anos, surgia uma nova proposta de classificação dos esportes no Brasil. Mais abrangente, essa categorização, agora proposta por Tubino, Fernando Garrido e Fábio Tubino, consolidava-se no Dicionário Enciclopédico Tubino do Esporte, editado em 2006. Os esportes, então, passariam a ser classificados em: tradicionais; intelectuais; adaptados; militares; de aventura, de natureza e radicais; com motor; de artes marciais; de animais; de identidade cultural; de música e derivados de outros esportes.

Nas novas classificações elaboradas por estudiosos em trabalhos científicos internacionais, é observada a seleção de elementos centrais de estrutura e dinâmica, como cooperação e oposição; individualidade e coletividade; contato ou não com o adversário, além da prática em ambientes abertos ou fechados. Também são observadas algumas características determinantes, como distância e altura a atingir, estética, precisão, risco, equipamento, espaço de jogo, invasão de território e, acima de tudo, um aspecto primordial: a prática esportiva ao ar livre.

A popularização da prática esportiva em geral sustenta-se sobre a criação de novos espaços, fora do modelo de gestão tradicional (de locais fechados) oferecido pelos clubes. De forma incontestável, o ser humano tem retornado à natureza com atividades esportivas voltadas para o lazer, a saúde, a formação educacional, o turismo e a própria competição-desempenho.

No contexto atual, crescem as oportunidades de oferta de esportes, de realização de negócios, de mais envolvimento do marketing e de divulgação em novas mídias, fortalecendo-se a criação de parcerias.

O blog opta por adotar e disseminar a classificação proposta por Tubino, Garrido e Fábio Tubino. 

Nosso recado a você!

Procure os esportes adequados aos seus gostos e pratique-os regularmente! Escolha entre as centenas que estão ao seu dispor e de acordo com as suas condições físico-orgânicas e socioeconômicas.

Afinal, você pode mudar de hábito. Busque um estilo de vida ativo!

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Referências Bibliográficas

CAPINUSSÚ, J. M. Teoria organizacional de Educação Física e desportos. São Paulo: Ibrasa, 1979.

COSTA, L. P. da (Org.). Atlas do esporte no Brasil. Rio de Janeiro: Shape, 2005.

GARRIDO, F. A. C. Tendências da cultura esportiva no Rio de Janeiro: uma análise da mídia e das práticas de esporte. Tese de Mestrado. Universidade Gama Filho. Rio de Janeiro, 1999.

GONZALEZ, F. J. Sistema de classificação de esportes com base nos critérios: cooperação, interação com o adversário, ambiente, desempenho comparado e objetivos táticos da ação. Disponível em: <www.efdeportes.com/efd71/esportes.htm>. Acesso em: 13 abr. 2018.

TUBINO, M. J. G.; GARRIDO, F. A. C.; TUBINO, F. M. Dicionário enciclopédico Tubino do esporte. São Paulo: Senac, 2007. 

____­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­­. Dimensões sociais do esporte. São Paulo: Cortez, 2001.

____. O que é esporte: coleção primeiros passos. São Paulo: Brasiliense, 1993.

____. O que é esporte: coleção primeiros passos. São Paulo: Brasiliense, 2006.

Autor do texto: Fernando Garrido

email:proffgarrido@gmail.com