O Polo Aquático retornou à sua origem: “a natureza”
No Brasil, o polo aquático começou no mar do Rio de Janeiro em 1908. Depois, seguiram-se os estados de São Paulo e Rio Grande do Sul, onde as disputas ocorriam em rios.
As primeiras regras do esporte foram estabelecidas pela Federação Internacional de Natação (Fina), em 1911.
A essa altura, as disputas eram realizadas com equipes formadas por 11 jogadores, que usavam camisetas coloridas.
O primeiro campeonato de polo aquático do país ocorreu no Rio de Janeiro em 1913.
A rivalidade entre os primeiros clubes de remo e natação – como o Club de Regatas do Flamengo (CRF), o Club de Regatas Boqueirão do Passeio (CRBP), o Club de Natação e Regatas (CNR), o Club de Regatas Guanabara (CRG), o Club de Regatas Vasco da Gama (CRVG) e o Club de Regatas Botafogo (CRB) – levou remadores e nadadores a formar as primeiras equipes de polo aquático para disputar competições no mar, na Baía de Guanabara. Vale lembrar que, nessa época, as águas ainda eram limpas.
As disputas cresciam realizadas em tanques natatórios e docas, espaços especialmente construídos à beira do mar e dos rios, ao redor e do alto dos quais o público se aglomerava para ter visão privilegiada.
Entre os lugares preferidos para a realização dos jogos, encontravam-se: a Praia Vermelha; a Praia da Saudade (local onde se situa o Iate Clube do Rio de Janeiro – IACRJ); o Quadrado da Urca (atualmente utilizado como cais para embarcações de pesca) e a Praia das Virtudes, onde se localiza a Igreja de Santa Luzia, no Castelo, região antes banhada pelo mar.
Em São Paulo, as disputas entre os clubes situados no entorno do Rio Tietê, como o Club Esperia, o Club de Regatas Tietê (CRT) e o Club Athletico Paulistano (CAP), começaram em 1920.
No Rio Grande do Sul, os primeiros eventos ocorreram nas águas do Rio Guaíba. Deles participaram o Grêmio Almirante Tamandaré, o Barroso, o Guahyba, o Grêmio Náutico União e o CRVG.
As primeiras partidas de polo aquático no estado do Espírito Santo foram disputadas entre o Club de Natação e Regatas Álvares Cabral (CNRAC) e o seu grande rival, o Club de Regatas Saldanha da Gama (CRSG). As agremiações, criadas em 1902, foram as pioneiras do polo aquático no mar.
A primeira instituição esportiva militar, a Liga de Esportes da Marinha (LSM), logo se envolveu com o polo aquático, realizado em piscina com água do mar. A organização, uma das precursoras do esporte nacional, foi criada no final de 1915, na Ilha das Enxadas (RJ).
No primeiro campeonato interno da LSM, em 1916, disputava-se a Taça Fundadores. As organizações militares da Marinha do Brasil formavam seus clubes e suas equipes, exclusivamente integradas por oficiais, aspirantes e praças, o que retratava a importância dos esportes, especialmente os aquáticos, na formação militar e na preparação para a guerra.
No meio civil, o polo aquático foi inicialmente dirigido e organizado pela Federação Brasileira das Sociedades de Remo (FBSR). O desenvolvimento do esporte foi consolidado com a organização de clubes, a criação de equipes, a construção de piscinas com águas do mar, a organização de competições promovidas principalmente pelos clubes e, posteriormente, pela construção de parques aquáticos.
A direção e a organização do esporte estiveram subordinadas à Confederação Brasileira de Desportos (CBD), seguida da Confederação Brasileira de Natação (CBN), atualmente denominada Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
A primeira piscina de água doce com dimensões olímpicas foi inaugurada no Fluminense Football Club (FFC) em 1919. Os equipamentos se destinavam ao treinamento e à competição dos esportes aquáticos, o que representava novas oportunidades de desenvolvimento para o esporte.
Nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, em 1920, uma equipe de polo aquático masculina comparecia a um primeiro grande evento esportivo mundial.
Um dos fatos marcantes no esporte brasileiro, observados a partir do início do século 20, já podia ser encontrado em várias modalidades: a presença de atletas integrantes dos dois setores – militar e civil – disputando juntos competições regionais, nacionais e internacionais. Os atletas integravam a mesma equipe ou competiam em lados opostos, conforme se via no polo aquático.
A maturidade competitiva alcançada pelo esporte levou à organização do 1º Campeonato Brasileiro de Polo Aquático em 1929, disputado por homens. O evento foi vencido pelo estado do Rio de Janeiro.
As disputas se estendiam no meio militar com a criação, em 1938, da Taça Lage, competição realizada entre as Escolas de Formação de Oficiais das Forças Armadas (FFAA). Dela participavam a Escola Naval e a Escola Militar de Realengo, atual Academia Militar das Agulhas Negras (Aman).
Em 1941, com o ingresso da Escola de Aeronáutica, atual Academia da Força Aérea (AFA), a competição se tornou conhecida como Torneio das Três Escolas. A partir de 1962, ela passou a se chamar Navamaer.
Um dos fatos de destaque no polo aquático na Escola Naval, já localizada na Ilha de Villegagnon, ocorreu até os anos de 1970. Tratava-se de disputas realizadas em piscina de água salgada e clorada, o que facilitava a prática em geral e o desempenho competitivo.
Este século reservou ao polo aquático o seu retorno à natureza – o mar, o rio e o lago. Não se pode afirmar com a devida precisão o momento exato desse retorno às origens. Talvez possa ter sido a partir de uma despretensiosa troca de bola no mar ou de um simples jogo formalizado amistosamente.
Oficialmente, esse retorno se efetivou com a criação, em 2010, do Campeonato Brasileiro de Polo Aquático no Mar, conhecido por Circuito Open Correios de Polo Aquático no Mar.
O polo aquático no mar tem-se expandido por estados como Bahia, Pernambuco, Rio de Janeiro, Sergipe, Santa Catarina, São Paulo e Paraíba. Entre os locais de competição, encontram-se:
· a Ilha de Tinharé, em Morro de São Paulo (BA);
· a Praia de Santa Rosa, em Lagoa do Meio, em Imbituba (SC);
· a Praia de Copacabana, no Posto 6 (RJ);
· a Praia do Forno, em Arraial do Cabo (RJ);
· as Praias de Itaipu e de Itacoatiara, em Niterói (RJ);
· a Praia Grande, em Angra do Reis (RJ);
· a Praia do Forte, em Morro de São Paulo (BA);
· a Lagoa Azul, em Recife (PE);
· a Chapada dos Veadeiros, em Alto Paraíso (GO);
· a Praia do Caixa D’Aço, em Porto Belo, em Florianópolis (SC); e
· a Ponta da Praia, em Santos (SP).
Em 2012, foi realizado o 7º Campeonato Sul-Americano de Polo Aquático em Águas Abertas, na Praia de Santa Rosa, em Imbituba (SC).
Em seu retorno ao mar, o esporte criou novas relações, favorecendo a difusão da modalidade no país. Também envolveu projetos sociais, escolas, prefeituras e novos eventos em novos locais de competição.
Em desdobramento aos fatos, o polo aquático disputado na natureza alcançou maior visibilidade na mídia e na sociedade brasileira e estreitou sua relação com vários setores afins. Um exemplo é o envolvimento de escolas, projetos sociais e ações de responsabilidade socioambiental. Cresceram, também, as oportunidades de negócio com áreas como turismo, marketing, hotelaria, gastronomia, empresas e prefeituras, o que acabou gerando impostos, trabalho e renda.
Como se joga o esporte
O polo aquático é um esporte coletivo disputado com bola em piscina, mares, rios ou lagos.
O campo possui 30 metros de comprimento, 20 metros de largura e, no mínimo, 2 metros de profundidade. Em cada uma das extremidades, encontram-se, centralizadas, traves (gol) de 3 metros de largura por 90 centímetros de altura.
Nas bordas da piscina, há marcações estabelecidas por regras internacionais. A marcação vermelha define a área a 2 metros da linha do gol. Nela, é proibida a recepção de passes, e o tempo de permanência do atleta é limitado.
A marcação amarela, localizada a 5 metros da linha do gol, caracteriza a linha onde os pênaltis são cobrados. A marcação branca delimita a área do goleiro e também é utilizada no meio do campo por meio de cones.
As equipes são integradas por sete jogadores de linha e mais seis suplentes. Os jogadores usam gorros ou toucas brancas ou azuis, o que diferencia cada uma das equipes. A bola é deslocada na água com o uso da testa. Os goleiros devem usar toucas vermelhas.
Entre as faltas de jogo mais assinaladas estão: segurar a bola com as duas mãos ao mesmo tempo (à exceção do goleiro); segurar na borda da piscina; afundar a bola na água; impedir o adversário de arremessar a bola; pegar impulso no fundo da piscina e empurrar o adversário.
Uma partida é disputada em quatro tempos de 8 minutos cada. Há um intervalo de 2 minutos entre o primeiro e o segundo tempo, de 3 minutos entre o segundo e o terceiro e de 2 minutos entre o terceiro e o quarto.
Uma equipe somente pode permanecer com a bola se efetuar jogadas. O arremesso final deve ocorrer em até 30 segundos; depois desse tempo, perde-se a posse dela.
O jogo começa com os jogadores alinhados nas suas respectivas linhas de gol. Quando o árbitro atira a bola no meio da piscina, os jogadores nadam para pegá-la e iniciar o ataque ao gol adversário.
Vence o jogo a equipe que marcar mais gols.
Organização no Brasil
Organização Internacional
O polo aquático no mar é dirigido e organizado pela Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA).
A Liga Brasileira de Polo Aquático (PAB) foi criada em 2016 com o objetivo de desenvolver a gestão do esporte. Atua em planejamento e na organização de ações e iniciativas – competições e eventos congêneres – voltadas a difusão do esporte entre a juventude com fins social, educacional e de alto rendimento.
Organização Internacional
A Federação Internacional de Natação (Fina) é a entidade máxima mundial do esporte.
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Autores do texto: Fernando Garrido e Raul A. R. Amaya
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